sexta-feira, 24 de março de 2017

Volver
o textinho abaixo foi escrito em fevereiro do ano passado e não me recordo por que deixei o pobre mofando no rascunho por mais de um ano. anyways, achei por bem deixá-lo sair livre por aí, deixá-lo respirar. até mesmo por que, em alguns momentos, poder respirar é tudo que se quer e parece simples e inalcançável ao mesmo tempo. e momentos "irrespiráveis" viraram meio que uma rotina de uns tempos pra cá. me sinto imersa nesse campo giratório de elevações e desmoronamentos. ora me inunda a leveza das pequenas alegrias: um gesto do pedro, uma palavra amiga, uma manifestação de saudade sincera; ora me esfarinho numa dinâmica de olhos cegos e de ouvidos moucos e de silêncios que doem fino e de palavras sem lugar de paz. elevações e desmoronamentos. e se tanto me falta ar, a escrita me lembra que ela tem simsim o poder de me puxar os braços e me abrir o peito. aperta até o limite pra conseguir desapertar um pouco que seja. me agarro a esse filete.


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Pois sim que não sei
as coisas bonitas que ganhamos. não falo de presentes materiais, por mais interessantes que sejam. falo de uma dúzia de palavras em um pedaço de papel, um desenho, uma bobeirinha que transborde carinho. houve um tempo em que eu ganhava poemas que tinham como inspiração o meu jeito de escrever. bonito isso. mas relê-los depois de tantos anos trouxe uma delicadeza misturada com incômodo e ainda não entendi direito o por quê. houve um tempo em que minha vida mais parecia uma canção do hedonista Bita (rs): o mundo inteiro era só diversão. festas, viagens, bares, desemplanos e danças sem fim. e foi deliciosamente incrível simsim. e era rico e criativo e pulsante e colorido. mas tinha um lado velado, uma tristeza carregada, que acho que não assumia nem pra mim. ou será que assumia? não sei, o que sei é que no meio daquela energia vibrante eu me sentia sozinha como nunca. sozinha e carente de algo que não sabia nem pontuar. até hoje não sei. e ler aqueles poemas encheu meus olhos de brilho e meu peito de estranheza. como se eu me estranhasse pelas letras, pelas linhas e pelos sentidos que senti. e, no fundo, não sei se essa estranheza diante da beleza é boa ou ruim. não sei.
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terça-feira, 19 de abril de 2016

Pois sim
das certezas de estar nesse plano:
vai dar merda. eventualmente ou todo dia, em algum aspecto, em intensidade variada. e vai dar merda tantas vezes- de formas inusitadas, repetidas, catastróficas, até imperceptíveis- que eu me pergunto por que a gente se espanta. se espanta e se indigna e às vezes até grita "injustiça!" e se culpa e sofre e sofre e sofre. se dar merda é garantido para todo ser que habita esse plano, se é parte do processo evolutivo, por que tanto susto e sofrimento?

por que somos humanos. e, contrário ao que afirmam, não somos realmente guiados pela razão. 

somos sentido. uma amarela colmeia de sentires.
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segunda-feira, 21 de março de 2016

Pois sim

Aí alguém solta uma piada inteligente sobre a situação caótica, aí você lê uma frase que faz sentido, aí te enviam uma música nova pra ouvir, aí uma pintura postada em um blog te faz parar por cinco minutos, aí você aproveita pra dançar um pouquinho enquanto escova os dentes, aí te tratam com sorriso e gentileza, aí a garfada de bolo no copo te faz fechar os olhos, aí seu amor te abraça por trás na frente do espelho, aí você diz pra sua mãe que a ama, aí alguém passa deixando um perfume doce no ar, aí a bandeja cai mas ninguém se machuca, aí você faz duas novas amigas,aí seu sobrinho sofre mas sua irmã cuida, aí a margot cheira a orelhinha do pedro, aí você ri do jimmy fallon até doer o maxilar, aí a febre e o choro vêm mas trazem dentinhos, aí seu pavor do desconhecido vira aprendizado, aí você tem a oportunidade de ajudar alguém com uma coisa bem boba, aí seu filho te beija a bochecha com a boca aberta, aí você sente vontade de escrever de novo.

a vida é boa, simsim.

aí você não sabe se escreveu isso de fato ou fez meio que uma versão meia boca de algo que leu algum dia.

mas o que importa é que a vida é boa, simsim. 
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sexta-feira, 18 de março de 2016

Avancemos!
   Tenho esse batom vermelho que, assim como a maioria esmagadora dos batons, vai saindo no decorrer do dia. Mas esse, por alguma razão misteriosa, sai de modos que me deixa com a boca da Emília do Sítio do Picapau Amarelo. E juro que não sei se acho festivo, simpático, ou assustador, na linha "boneca-louca". Até pensei em jogá-lo fora, mas né, o que seria da vida sem o exercício de questionamentos tão relevantes como esse? rs.


   Talvez a boca de Emília venha bem a calhar pois é exatamente essa cara que eu faço quando vejo as notícias sobre a crise política que assola nosso país. Espero que o fundo do poço (não sei se já estamos nele ou a breves passos dele) sirva como oportunidade para mudanças significativas, significativas MESMO. E continuo firme na crença de que o caminho revolucionário está na auto-transformação: cada pessoa, cada UM melhorando aquilo que temos de mais humano em nós e colocando em prática valores reais de respeito, justiça e comunhão. "Fazer com o outro apenas o que gostaríamos que fizessem conosco". Parece utópico, mas não acho que seja. É quando o "ser" importa mais que o "querer ter". Viemos todos pra esse plano pra evoluir, não foi? T-o-d-o-s. Eu, você e os escolhidos para governar nosso país. Avancemos, pois!
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quinta-feira, 17 de março de 2016

Por que amo TANTO a Fal

"Se esse país não existisse, teriam de inventar. Nós absorvemos grande parte da quota mundial de imbecis, não sei se as outras nações são suficientemente gratas." Fal Azevedo


Q: Fal, e quando você acha que achou o cara da sua vida, mas ele é quase 15 anos mais novo do que você? como faz?
"Amolis, cê sabe que eu não sou uma florzinha, não sou uma pessoa boa, não creio numa energia-muito-linda, não creio na bondade, então saiba  que não tou te falando isso porque sou uma fofa. Tou te falando isso porque é a real: vai lá. Quinze anos mais novo, que odeia tatuagem, usando peruca, trinta anos mais velha, muito mais alta, muito mais gordo, magro de doer, bigodudo, torcendo pro time errado, com dez vezes mais grana do que você, atleta, tatuado, bicho grilo, careca, duma profissão que sua santa família considera abaixo “do nosso status social”, fumante, cadeirante, dum gênero que você jamais imaginou que rolaria, eleitor de partidos exóticos, pobre de doer, doutro país, artista, funcionário público, com cabelo esquisito, dono de boate, gótico, pagodeiro, sertanejo universitário, iéiéié: vai lá. Sempre. Só não vale quem não quer você, quem você não quer e dimenor. De resto, vai lá. Eu juro pra você que nada, nada, nada disso importa. Na-da. Não é papo “clube dos corações solitários”, é da vida, ouça a tia Fal: vai. Seja ele o cara da sua vida ou o cara dos próximos lindos 15 minutos (a gente nunca, nunca, nunca tem como saber): vai. Vai, vai, vai. O que a sua mãe acha, eu juro, não importa, porque ela dorme agarrada no seu pai e você, vivendo pela cartilha dela, vai ou dormir sozinha (nada contra, eu durmo, mas, né?) ou dormir com um ser que não é teu número. Quem não quiser te receber de fim de semana porque “ela se juntou com aquele cara estranho” e “ele casou com aquela esquisita”, pode ir capinar um lote, porque num sábado chuvoso e tristonho, eles têm com quem ver Netflix, você vê com o cão (eu vejo com o cão, nada contra, mas, né?). Eu já pensava isso antes de o A. morrer, mas depois que ele morreu, falo pra todo mundo, o tempo todo: vai. Porque é raro. É tão bom. E efêmero. Em um segundo a sua vida muda. E se você for quem tou pensando que você é: VAAAI!!!" Fal Azevedo
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quarta-feira, 16 de março de 2016

Hã, Biloute?



 peguei lá na nina galdina

¨¨ Querid@s, problemas técnicos pra responder os comentários do post anterior. Guentem um cadinho que respostinhas carinhosas virão! =)
¨¨ O peso da idade. De tempos em tempos ele bate e nós, que nos achamos somos eternos jovens, ganhamos a oportunidade de parar e reorganizar nossa energia. =). E os meus 40 só chegando...
¨¨ Às vezes me impressiona a capacidade de recuperação do Pedroca. Deixo ele na creche e ele começa a chorar quando me afasto... por 5 segundos... porque basta ele virar de costas e dar de cara com os brinquedos e outros bebês que pára de chorar e fica de boa. Que continue assim, esse fofo. =)
¨¨ Quero, bato o pé e luto pelo meu direito de sofrer quando preciso. Entendo que não dá pra se afundar em tristezas, mas preciso sentir o que sinto. Preciso me permitir pra que a dor possa ser vivida no seu tempo, na sua importância, e possa passar. Rio de água que flui para se manter limpa, para seguir em movimento. Na linha daquela música que diz "dançar na chuva quando a chuva vem".


¨¨ Um dia cheio de som e cor para todos nós. Beijosdoces =)
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Meu Todo Amarelo ainda vive =)

arte de jana magalhães

 ¨¨ Pois sim que o tempo passa e a vida segue com sua rotininha básica de mudanças constantes. Pouco escrevi durante a gravidez e menos ainda depois que Pedro nasceu. E talvez seja agora uma hora boa pra voltar. =)
¨¨ A maternidade é uma mistura rica. Dificuldades, dúvidas, cansaço, angústias. Quando você acha que as coisas estão entrando nos eixos, vem uma nova fase e sacode tudo. Gosto de brincar repetindo o que ouvi de uma amiga : temos um bebê novo por semana. rs! Por outro lado, é uma alegria, um amor e um senso de responsabilidade nunca antes experimentados. As dificuldades são superadas, as angústias resolvidas e o que fica, quando olho pro Pedroca, é uma gratidão abissal por estar tendo a oportunidade de viver tudo isso. Vejo o quanto me tornei uma pessoa mais forte, com mais pé no chão, e vejo também o quanto preciso me melhorar, evoluir, para poder seguir nessa jornada que é botar um filho no mundo. Agora tenho que ter mais maturidade e coragem para fazer as escolhas que considero mais acertadas. Não dá pra ser inconsequente ou pagar de porra-louca. Não dá pra largar tudo e fugir pra shangri-la. Existe esse serzinho que depende de mim, e isso não é brincadeira. Esse serzinho sorridente está só começando. E se arrasta pela casa, não pára de fazer barulho de leão (uraaauuu!), me abraça apertado e eu quero dar a ele a oportunidade de ser um menino bacana e se tornar um adulto bacana. Além de dar amor (o que tá fácil!), preciso dar o exemplo. Preciso ser bacana também! É o projeto de auto-transformação que ganha outro tempero e segue pulsante. Agradeço. Sigamos pois. =)
¨¨ Beijosdoces e saudosos aos que por aqui ainda passam =)
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Rádio Plutão

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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Hã, Biloute?
arte de jana magalhães =)
¨¨ Já é meio de abril. Alguém sabe me explicar o que aconteceu? Me disseram certa vez que o tempo passa pingado quando as coisas não vão bem e voa quando a vida corre macia. Faz sentido. Que siga voando feliz então. =)
¨¨ Receita que traz comandos do tipo "prepare a carne com duas horas de antecedência" me perde no ato. É uma reação imediata e automática. Fico até meio envergonhada. E olha que eu nem posso colocar a culpa no barrigão. Já era assim antes. rs.
¨¨ Pedro gosta de tardezinhas. Chego em casa do trabalho, deito de barriga pra cima de frente pra janela, e a gente fica ali, conversando, cantando e assistindo ao dia cair. Pedro responde atento e vai mexendo seguindo o calor da minha mão. Às vezes cochilo, às vezes me energizo e parto para alguma pequena tarefa. Mas é sempre fantástico. Nosso pequeno ritual diário... nossa horinha dedicada à quietude leve do amor.
¨¨ "La senda de la virtud es muy estrecha y el camiño del vicio, ancho y espacioso. Miguel de Cervantes, certamente falando sobre o Netflix. Ou torta de limão." Fal Azevedo, aquela linda. =)
¨¨ As drogas naturais que o organismo libera durante a gravidez são um trem maravilhoso. Você fica mais lerda, mais pastel, mais esquecida, mais tranquilona e dorme sonos ridiculamente gostosos. Até que a pá vira, aciona seu ioiô emocional e você se vê acordando o maridão no meio da madrugada, desesperada e aos prantos, porque o Dorival Caymmi não pára de cantar na sua cabeça e você solta um quicante e molhado "eu não vou conseguir dormir nunca mais!". Drama pesado ponto. Tudo tudão não dá pra ter, né?
¨¨ Falando nisso, acho "a noite tá que é um dia, diz alguém olhando a lua" bonito demais da conta...
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Rádio Plutão
essa aqui ó:
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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pois sim
"Tem gente que é morno na amizade. Sabe, gente que economiza afeto. Afeto e conhecimento são coisas que se você guardar você perde."
Mário Sérgio Cortella
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sexta-feira, 27 de março de 2015

Hã, Biloute?

arte de duy huynh
 
¨¨ Chuva, vento e trovões assim combinadinhos me dão vontade de abstrair o almoço e ficar quietinha me alimentando de luz e de som. Mas né, dá não.
¨¨ É impressionante a quantidade de sorrisos que o todo mundo precisa de um amiguinho me arranca. Na boa, sinto vontade de entrar nas fotos e gritar iêi. =)
¨¨ Guilherme Antunes disse que "Às vezes mandar alguém pra *puta que pariu* pode ser um ato pedagógico de amor. Seja para conduzir e situar o outro ao seu devido lugar, seja de amor-próprio a nos libertarmos e restabelecermos as coisas devidas. Por vezes cabe praticarmos polêmica compaixão, é revigorante." e eu digo amém. 
¨¨ Bloodline yeah.
¨¨ No início da gravidez eu achava que minha barriga estava enorme e que aquele era o máximo de xixi que alguém poderia fazer por dia. HAHAHA!
¨¨ Tanto pessimismo verborrágico em relação a tudo. Gente, pra quê? Parece que a galera tá aprisionada num plot novelístico/passivo de tensão sem fim. Eu tô com a Ka, usa essa energia pra FAZER alguma coisa, meu amigo. Pequeninos atos de amor e caridade são sempre grandiosos e, se não contibuir pra mudar o outro, pelo menos contribui para a SUA mudança. O que ao meu ver, tá de excelente tamanho.
¨¨ Um fim de semana cheio de leveza a todos. =)
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Rádio plutão
tocou "down by the river", mesmo que em guitarra imaginária, ganhou pontos comigo. =)
neil young yeah!
 
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quarta-feira, 25 de março de 2015

Pois sim

                                                                        shhhhh....

Diz o dicionário que hibernação "é um mecanismo de sobrevivência utilizado por animais em períodos em que as condições ambientais se encontram bastante adversas" e talvez tenha sido isso. Talvez uma situação adversa tenha desencadeado uma hibernação espontânea no MTA. Cê lá vi.
Pois sim que assédio moral é um troço nada engraçado. A gente sabe que acontece pra caramba, fica revoltado quando rola com alguém conhecido, mas só entende mesmo o quanto pode ser devastador quando sente na pele. É um choque seguido por um desgaste gradativo e constante. Em outras dimensões da vida, penso que a gente normalmente tem a possibilidade de distanciamento imediato se alguém te trata de um jeito que pra você é inaceitável. Você termina o namoro/casamento, se afasta do dito amigo, muda de academia, passa a encontrar só uma vez por ano com aquele parente, nunca mais compra naquela doceria, e por aí vai. No ambiente de trabalho é diferente, especialmente se você é servidor público e não vai abrir mão da vaga que você levou anos para conseguir. Fala sério, né? Depois do choque do evento de assédio em si, você tem que passar 8 horas por dia, 5 vezes por semana contando cada minuto de tensão. Como eu disse: desgaste gradativo e constante. O sentido de segurança desaparece. Porque se seu superior foi capaz de fazer "aquilo" e ele continua sendo o seu superior, nada o impedirá de fazer ainda pior. A qualquer momento. Aí o corpo adoece, a mente começa a adoecer e você sente medo real de estar enlouquecendo. Não posso e não devo entrar em detalhes, mas uma coisa eu tenho que dizer. Pra mim, os assediadores deveriam ser punidos da seguinte forma: a figura ficaria pendurada pelo dedão do pé (oi, fal! =)) em local público, sob sol e chuva, até que ela seja tomada pela convicção genuína (vejam bem, eu disse genuína!) de que aquele nível de escrotidão (perdoem meu francês) é inconcebível, a ponto de nascer a certeza visceral e imutável de que ela nunca mais agirá daquela forma. Seriam dias e dias de reflexão e de dor e do gosto amargo da vergonha na boca e de choro e de sincero arrependimento e de transformação pra vida. Seria bonito. rs. Mas como não tenho poderes para adotar esse tipo de medida, busquei como saída o alívio do distanciamento. Com algum custo, consegui mudar de local de trabalho e voltei a respirar tranquila. E toda essa experiência negativa, além de ter trazido aprendizado e força para encarar as situações ruins que fazem parte da vida, trouxe mais. Me trouxe um presente. =). Explico. Após meses e meses de tentativas, a tão querida gravidez chegou. Justo no mês de estresse cabuloso, em que não teve elixir de inhame, nem cálculo de dias férteis, nem perninha pra cima depois de transar, nada disso. A gravidez chegou. E segue saudável e feliz de lua em lua. Pedro agora segue conosco. =)
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pois sim
pessoas falam sozinhas. falam. umas falam o que precisam ouvir, outras falam o que querem saber falar. praticam. mas há um tipo de monólogo que chama minha atenção: aquele que contém o pacote completo. a pessoa narra cada tarefa executada - antes, durante e depois -, pergunta, responde, conjectura, resmunga, comemora. tudo sozinha. e com outras pessoas em volta. já ouvi dizer que é sinal de carência e talvez seja. talvez seja algum sentido de auto-suficiência exagerado em que você se basta na conversa. não sei. sei que quando ouço sinto vontade de interferir, responder, comentar, o que normalmente causa desgosto no monologante (rs), ou simplesmente de romper com as convenções e soltar um sereno "shhhhh! respeite meu silêncio...". mas faço nada. exercito minha paciência ignorando as palavras sem destinatário soltas no ar e tento achar graça dessa dinâmica. funciona. =)
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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Curtinhas meio longas ou mini-verdades-próprias
* Meu entusiasmo em não participar de alguns eventos sociais às vezes me assusta. Sonho com um futuro em que a obrigação a participar será substituída pela leveza simples do querer ou não querer ir. E que todo mundo ficará mais feliz com o trem funcionando assim.
* Livre arbítrio. Livre Arbítrio. Livre Arbítrio. O livre arbítrio se move na direção do propósito. E não nos enganemos: a escolha do que se faz hoje é passo construtivo (ou destrutivo) que te conduz a determinada chegada. É a boa e velha máxima que diz que "somos senhores do plantio e escravos da colheita".
* As coisas que parecem pausar o amor. Sofro quando diante delas. Porque pauso.
* A vida é esse constante contínuo grito por mudança. Ensurdecedor. Muitas vezes cansativo. E inescapável pra quem escolhe crescer.
* Vontade de nascer de novo pra começar mais cedo, pra que haja a remota possibilidade de dar tempo de aprender o mínimo.
* Com o peito esmagado em dor, chamei pela Vó Elza e ela veio. Ela vem. E dormi com ela segurando minha mão.
* Saber-se bastante pra Deus, sentir-se tão pouco pra si e pro mundo. E depois, de novo, saber-se bastante pra Deus.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Linha
Há também aquele outro ponto. Sua característica mais marcante é a singularidade: o que pra você pode ser de ferida, pro outro pode ser de nada. E vice-versa. Às vezes leva o tempo de uma vida para identificá-lo e às vezes ele se faz claro nos anos primeiros. Mas depois de conhecido, ele não passa mais batido. Daí, do ponto, traça-se uma linha. Não é à toa que a expressão em inglês "draw the line" significa "estabelecer o limite". A linha é o limite. Em uns ela diz "daqui eu não passo" e em outros "daqui ninguém passa". Minha linha é do segundo tipo e tem a ver com respeito próprio. Do meu ponto, minha linha. E dela ninguém passa.
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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Que rufem os tambores
Hoje é terça e achei por bem começar o dia retomando o blog com coluninha nova. (Lembro que colunas neste espaço têm vida própria e não sou eu que vou desperdiçar meu tutano tentando criar coerência lógica entre o que o título diz e a escrita que o segue. Deixa ser estar. =)). Hoje é terça e calmaria pós tempestade vem numa cadência nova em que pareço seguir itens de uma to-do-list sem itens pré-estabelecidos. Parece ruim, mas não é. É como se as pequenas oportunidades de mudança brotassem naturalmente ali, no ato das circunstâncias variadas. Tento lê-las com tranquilidade e respeitar o ressoar delas em mim: um ou outro "basta", um ou outro "pois sim". Hoje é terça, meu computador continua morto morrido matado, e não tenho lá muita paciência de ficar usando o celular para fins facebookísticos ou blogosferísticos, o que me coloca em quasefériasforçadas do mundo virtual. De novo, parece ruim, mas não é. Um dos resultados positivos é saladas de frutas e tortas integrais de banana semanais dentro da geladeira de casa. =). Hoje é terça e me pergunto se às vezes mimamos as pessoas sem perceber, e se também somos mimados sem nem nos dar conta disso. Gosto da palavra "mimo" no sentido de pequeno carinho, regalo, mas não no da vista grossa e dedicação excessiva. Porque a necessidade de desmimo/desmame é daquele tipo que vem gritando, distribuindo sacodes sequenciais, tirando chão, cuspindo pó e isso não é macio pra nenhum dos envolvidos no trem. Mas fazer o que, né? Hoje é terça e o céu tá um desbunde de tão lindo lá fora, cheio de um azul pronto para aplacar desarmonias e descompassos internos. Que rufem os tambores: terça é dia de deixar fluir.
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Rádio Plutão
ama lots of joy. =)


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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Hã, Biloute?

arte de jana magalhães


¨¨ Sei que não parece, mas Meu Todo Amarelo continua positivo e operante. Agora funcionando no modo narizinho-pra-fora só de quando em vez. =)
¨¨ Quanto mais leio a Fal, mais a amo. Quanto mais a amo, mais a amo. Por aí vai.
¨¨ Interessante a linha de gente que se acha tão tão pouco que tem a necessidade de pisar no outro pra se sentir alguma coisa. Ô dó. Doce ilusão. Porque, no fim do dia, o que ficou com a marca da pisada no pescoço se levanta do baque com a consciência tranquila, enquanto o que pisou continua se reafirmando pozinho desagradável da sola do sapato. Ô dó.
¨¨ Adoro o Stand Up Paddle. Mas piro mesmo é nas suas variáveis: Sit Down Paddle e Lay Down Paddle no lindo do Lago Paranoá. Uma dê! rs.
¨¨ Downton Abbey é puro glamour tedioso. Sei que o trem é devagar demais da conta, mas não consigo parar de assisti-lo. Não consigo ponto.
¨¨ "Eu e o desafio constante de manter minha gigantesca boca elegantemente fechada", frase que poderia dar nome a um conto, culto ou canção, sei lá, mas na verdade é mera descrição da maior parte dos meus dias nesse planetinha fofo so called Terra.
¨¨ beijodoce p'cês. =)
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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

" não sou eu quem repete essa história.
 é a história que adora uma repetição." Chico Buarque 

Toctoc

Haja passo pra tanta rasteira. Elas estão aí, fazem parte do nosso caminhar pela vida. Umas provocam só uma torcidinha boba no pé, um escorregão. Outras te jogam para um estabaco de abrir o chão. E a cada nova que chega, cada um sente a sua dor e dá o seu jeito de recolher os pedaços. Pode ser pelo grito, pelo choro, pelo troco, pelo recato... cada um dá seu jeito. Eu? Eu choro. Choro sem vergonha. Choro rios. Esvazio. Tento visceralmente não apontar meu dedo (que quando escapa só faz sofrer mais). Porque entre o rasteirante e o rasteirado todo mundo é vítima e todo mundo é culpado. Tenho é que olhar pro que é meu. A parcela minha de culpa, as fraquezas, o orgulho. Ah, o orgulho... o orgulho é um cara mal encarado, horroroso, egoísta, desarrazoado. Ele traz à tona o que há de pior. Ele julga. Ele é o poço do fedor eterno. Imunda tudo, cega. Vai ver por isso choro tanto. Toda água que quebro em pranto me lava por dentro. Limpo. E, limpa, posso ver as coisas com mais clareza. Limpa, vejo que quem sou eu pra julgar. Limpa, posso marcar bem aquele lugar... pra não cair mais ali. Recolho meus pedaços molhados e volto pro passo. Agradeço, resignada, pelo aprendizado. Volto mais forte pro caminhar. Rezo pra que ele seja tranquilo. Peço descanso. E que eu possa seguir com meus passinhos macios... sol na pele... sem pensar na próxima rasteira... só ouvindo o toctoc ingênuo do meu sapato colorido...
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 Rádio Plutão
 canta para que o susto das rasteiras nunca dure mais que o estritamente necessário. para que a vida siga com sua doçura. =)


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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Não sou lá muito amiga da sensação de dúvida. A dúvida não me desafia, ela me angustia. Ela me empurra para o exercício da paciência mesmo quando não tenho energia restante para exercitar. Mas o bonito da dúvida é que ela tem um quê de esperança, ela normalmente tem um certo desejo que segue em uma das direções. A dúvida pode, vai saber, resultar no que você quer. Existe possibilidade. Existe um acreditar. Repito: não sou lá muito amiga da sensação de dúvida. Mas, por existir algum acreditar, não desisto de tentar lidar com ela. Insisto. Já com a descrença é diferente. A descrença é implacável. Não há possibilidades. Nela, meu querer é desistir.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Rádio Plutão
pra começar bem. =)

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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Por que amo a Fal

"Desculpa aí
Teretetê, gente que eu amo e admiro, desembesta a compartilhar aqueles textos “antigamente nós não tínhamos celulares, mas tínhamos tempo e amor e conversas em família e hoje os relacionamentos são tolos e fúteis e não passam de nominhos-que-piscam-na-tela e blablablá”.

Mano, vou te bater a real porque eu te amo e te admiro: isso é mentira.

Nós nunca tivemos tempo pra porra nenhuma. Nós nunca fomos felizes. Pelo menos, não mais felizes. Nossas famílias nunca foram refúgios de amor e paz. Pelo menos, não mais do que são — ou não são — hoje. Nunca, nunca, nunca.

Esses tempos aí que você venera, esses tempos dos quais falam essas porras desses textos escritos por filosofinhos com cara de vovô e especialistas em sabe Deus o quê, eram cheios de dor, de medo, de miséria, de horrores, exatamente como agora. Exatamente como agora.

Sempre fomos pequenos, sempre fomos vãos, nossas vidas sempre não-foram, não-significaram, não-acrescentaram.

Você sente saudade, porque você era mais feliz ou porque você acha que era mais feliz — não porque “eram tempos melhores”. Não eram. O mundo sempre foi um horror. Você não sente saudade da época. Sente saudade de si mesmo ou, da fantasia que faz do que você seria — naquele tempo.

Você está com saudade de você. Tira essa roupa, toma um banho morninho, bota um pijama gostoso, toma um tódi e fica quietinho no sofá, na rede, só pensando, pensando, com você mesmo. ♥♥

Não existe uma melhor versão de você, meu nego. Você é a sua melhor versão, hoje, há 30 anos ou daqui a uma década. E creia, isso é tanto, tanto.

Desculpa aí."
Fal (queridíssima) Azevedo
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Rádio Plutão
e a semana 5 a seco. =)

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