sexta-feira, 16 de julho de 2010

Festa dos sentidos

Sou um ser de natureza diurna.Até passo por fases de comportamentos outros mas,no geral,o que curto mesmo é dormir com as galinhas e acordar a tempo de (re)nascer com o sol.Melhor ainda quando o dia acordado é dia livre e se tem o fim de semana todo pela frente.Ah,o sábado...sempre tive uma queda pelas manhãs de sábado,mas elas se tornaram extra especiais desde o meu encontro com o projeto dv na trilha. Esse sábado foi assim:muita agitação, novos condutores,novos dvs...uma energia boa que só.E lá fui eu, mirim que sou,pedalar com o "profissa" do Adauto.Eu condutora,ele dv.Mas não foi bem assim.Rodas rodando,sol quente e prosa boa.Tão boa que perdi de vista as tandens da frente e quando percebemos estávamos nós perdidinhos da silva.Peguei outro caminho,que pensava ser o correto,e acabamos nos perdendo mais ainda. Aff. Quem me conhece sabe que isso era mais que esperado.Minha noção espacial é zero,ou melhor,tem inveja do zero.Estalo os dedos pra saber o que é direita e esquerda,me perco em caminhos maisqueconhecidos e sempre aponto para o sentido contrário quando vou mostrar algum lugar.Aquela hora,então,era hora de sentar no chão e chorar pitombas de desespero.Mas foi não.Fui descrevendo a paisagem,lendo as placas e o Adauto foi ditando o rumo.Caímos no início da L2 e seguimos por ela - em roda,sol e prosa - até o CEEDV.Não passei por um segundo de ansiedade, porque a segurança do Adauto me tranquilizou.Quem conduziu quem,mesmo??Acho que esse é o grande lance do projeto.Essa troca de sentidos.E uma matemática maluca rege todos nós - dvs, condutores e colaboradores. Misteriosamente,para TODOS, o recebido é sempre maior que o dado.É a troca de sentidos.Coisa boa.Coisa única,aquela festa dos sentidos.
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Psiu
quer saber sobre o projeto dv na trilha?? Vai lá no site...o link tá ali ao lado! =)
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Picolezeiras rotatórias

Tarde de sábado.Almoço bom com cunhadex e tatáta.Voltando pra casa. Ali,na primeira rotatória do condomínio,duas meninas munidas de um isopor diminuto e um rolo de papel toalha compunham uma ceninha mimo. A cada carro que passava,um grito.Picolé 50 centavos.Paramos o carro e elas vieram correndo...sacudindo alegria e dindin.Eu já fui uma delas.Quando crianças, eu e minhas irmãs vendemos de tudo. Dindin,bagulhete de cabelo,sachê perfumado, bolo, brigadeiro. Lembro-me da sensação boa e do sorriso orgulhoso após cada venda concretizada. Lembro-me da contabilidade anotada no caderninho.Do gosto novo de independência na boca.É claro que Dona Elzinha bancava o início da produção e ajudava com a mão-de-obra, mas,pra gente,o mérito era todo nosso.Esse dedinho alheio era um detalhe ignorado na época.Hoje não. Agradeço a minha mãe por ter participado.Pelo incentivo e por ter nos ensinado,desde pequenas, que é preciso empenho pra conseguir o que se quer.Até tem gente que não precisa se empenhar...sempre tem a história do fulaninho que estudou bolinha e passou no super concurso, do beltrano que ganhou carro no sorteio,do ciclano que tem cargo comissionado "vitalício".Mas a gente não faz parte dessa tchurma.A gente precisa ralar e ralar é bom.A conquista com mérito tem outro gosto.E isso foi a Dona Elzinha quem me ensinou.Agradeço.Além disso,a vida de vendedora mirim me proporcionou muita diversão no ato e na colheita dos frutos. Amizades feitas nas vendas,vergonhas deixadas de lado.Borrachas perfumadas, álbuns de figurinhas.Gibis da turma da Mônica.Aos 16,viagem pra Bahia bancada por brigadeiros. Mas o melhor mesmo foi a experiência bem vivida.E cá estou hoje.34.Eu,rede,caderninho e dindin de goiaba. Gostosinho...da fruta mesmo...doce que dói (rs!).Eu e meu dindin pensando na alegria que é ser criança.E na alegria maior que é virar adulta e ter tanta coisa boa pra lembrar. Agradeço.Eu e meu dindin de goiaba.Aplausos para as picolezeiras rotatórias...e pro dedinho alheio escondidinho ali...
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