sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Hã, Biloute?
simplicidade - arte de jana magalhães


¨¨¨ Existe em minha quadra um espaço que não sei o que é. Talvez seja a Prefeitura da quadra. Suas paredes são cobertas de arte em grafite e uma delas tem apenas uma coruja no canto com o seguinte dizer: "desfeito em cor/ refeito em sol". Acho isso TÃO bonito! Porque às vezes a gente perde a cor mesmo, é parte do pacote de estar vivo. E vejo uma beleza radiante na possibilidade sempre presente de poder se refazer, cada um no seu tempo, cada um à sua maneira. Eu sou do time que se desfaz em choro e se refaz em sol. Refazendo.
¨¨¨ Obrigada Ka, Marcos e Nina pelas palavras de compreensão e força. Obrigada mesmo. Vocês são bem queridos, viu? Beijosdoces . =)
¨¨¨ Beijosempressa pro meu anônimo favorito. =)
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Fica a Dica
pra ler: "o amor está morrendo", de Luciano Ribeiro. (não deixem de assistir ao vídeo!)

pra assistir: excelente filme. inteirinho aqui.

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ponto de
O que te faz desabar? Quanto exatamente desse algo vai te fazer desabar? De que maneira te desaba? Não há como saber, como medir. Só se sabe no desabar. E sente-se o baque e quebram-se os ossos e perde-se a fala e faz-se o grito. Paciência e otimismo se desfazem e o cansaço de acreditar passa a reinar soberano.
Eu ontem desabei e desabada fiquei por mais de 12 horas. Quase perdi a fé. Desabada. 

Hoje me pego no que me levanta. E pergunto mais nada.
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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Se 
seu dia começou meio assim meio azedo, entre aqui
Se começou bem, entre também. =)
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pois sim
é que existe esse luto, mesmo que a gente não chame de luto nem o perceba como luto. é uma quietude interna que desacelera o passo e marca o tempo, pingado em gota, com alguns picos baixos. é também uma quietude externa que vê pouco da porta pra fora e acha na mão e no peito o ritmo de que precisa. e esse luto só se torna de fato perceptível quando vai achando seu fim. quando chega uma fluidez mais seca e amena. quando se dança e canta na rua sem esforço, com leveza. quando algo que não se sabe o quê faz algo que não se sabe o quê. Só se sabe que é pro bem.
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Alex brilha

"Quem você quer atrair?
Ao invés de me modificar pra atrair gente que não gosta de mim como eu sou, sempre preferi me expor — e, então, receber e amar as pessoas que se aproximam por gostar de mim e do meu jeito.

Quando estava na escola, já gostava de fazer massagens nos pezinhos das meninas, elogiava quando apareciam com a unha feita ou com alguma bijuteria, demonstrava reparar.

Sim, algumas não gostavam da atenção – e eu, naturalmente, por respeito, nunca mais falava nada no gênero com elas.

Imagino que algumas deviam me chamar de mil nomes pelas costas – mas e daí?

De vez em quando, chegava uma mais curiosa, instigada, fascinada. Queria saber mais. puxava assunto. Perguntava o que achei do esmalte. Dizia coisas como, “Pôxa, como é que você fez massagem no pé da Lívia e não no meu?”

E assim começaram praticamente todas as experiências sexuais da minha adolescência.

Os amigos homens perguntavam (na verdade, zoavam): “Mas, Alex, vale a pena alienar (acho que a expressão que usaram foi “pagar de maluco”) pra todas as meninas da escola só pra pegar três ou quatro?”

E eu respondia: “Claro. Pra começar, não tenho como “pegar” todas as meninas da escola. Nem quero, aliás. Quero justamente atrair as que gostam de mim como eu sou, as que ficaram atiçadas na sua curiosidade, as que são complementares a minha tara, as que gostem de um cara que admira seus pés, as que gostem tanto de ter seus pés acariciados quanto eu gosto de acariciá-los.” (Naturalmente, eu sou muito mais que um cara que gosta de pés e qualquer mulher é muito mais do que um par de pezinhos, ou um par de qualquer coisa, mas esse era só o começo da história, a primeira fagulha de interesse que levava a todo o resto.)

Eu não quero todas as mulheres do mundo: só quero, dentre as que me querem, aquelas que eu também quero de volta.

Eu me revelo justamente para descobrir quem vai bailar comigo e quem vai se encostar na parede. Muita gente me acha esquisito? Claro. Essa é a ideia. Não tenho medo de rejeição. Ser rejeitado pelas pessoas certas só faz bem: me poupa o trabalho de espantá-las a pauladas.

Vale a pena afastar mil bois pra atrair uma única leoa.

Nada pode ser mais libertador do que se livrar dessa ilusão de que existe algo que possamos fazer para sermos amados e desejados por todos."
Alex Castro
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Rádio Plutão
cantou ontem e canta hoje. pra semana começar bem. =)

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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A cor da inteireza
Quando descobrimos que a gestação havia parado de progredir, eu e Fred tivemos que tomar uma decisão: fazer a Aspiração Manual Intrauterina (AMIU), procedimento cirúrgico com anestesia local para limpar o útero, ou esperar por um aborto espontâneo. Escolhemos a segunda possibilidade. Escolhemos esperar pelo natural. A data limite era hoje mas na segunda-feira a espera chegou ao fim. A mãe natureza soprou sua sabedoria e meu corpo entrou em processo abortivo. Alívio e tensão ali misturados. Não vou pintar o dia com cores imaginárias, tentando poetizar aquelas horas carregadas. Foi P U N K. Assim mesmo: com letras cavalares e espaçadas. P U N K. Mas deu tudo certo. Contrações, pânico, vermelho de rio que corre e se espalha sem margens, hospital às pressas, medo, forças e fraquezas todas expostas, mas deu tudo certo. Sem medicamentos nem intervenções. Como a gente queria. Escolhemos certo e nos saímos bem. Saímos mais fortes, mais unidos. Saímos com um certo vazio mas mais inteiros. Inteireza. Inteireza que abre as cortinas e bebe luz. Inteireza que repousa.
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Rádio Plutão
caminha carmim. e acha bonito.


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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Punho
o fim da queda. mas não ela em si. ainda não. primeiro, o longo ou curto tempo derradeiro que a antecede. o tempo aberto. o tempo no qual já temos a clareza do limite próximo. o tempo em que o vento bate no rosto mais forte e mais brando ao mesmo tempo. o tempo de frios e calores que vêm com os picos de ansiedade. o tempo imóvel, estático. o tempo que corre. o tempo da adrenalina típica que antecede o confronto. o tempo de olhos acesos diante da proximidade da esperada resolução. o tempo bom, mesmo quando ruim. o tempo do peito estufado, pronto. o tempo do quase lá mas ainda não. ainda não. agora sim. o fim da queda. a queda.

mudança, enfim.
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Hã, Biloute?
maria antonieta II - arte de jana magalhães

¨¨ Chuvinha gostosa caindo do céu da capital... =)
¨¨ Meu cabelo e a umidade: ocupando desordenadamente espaços vazios desde 1976. rs.
¨¨ Bonito é quando os dias melhores começam a se fazer mais presentes que os dias piores.
¨¨ Essa noite tive um sonho de mal gosto. Sonhei que chegava de uma viagem longa mas ao invés de voltar para o hoje eu voltava para um ponto do meu passado. E olhava pra aliança no meu dedo e tentava explicar para as pessoas que não era para eu estar ali e não conseguia sair dali e virava do avesso de tanta angústia e tudo o que mais queria era ir pra casa. Acordei aliviada. E acho que o sonho veio só pra reforçar o quanto amo o meu agora.
¨¨ Ouvi na CBN o caso do gigante desvio de verba feito por auditores do estado de são paulo. É triste o fato desse tipo de crime nem nos espantar mais, de tão comum. Mas se há algo que sempre me espanta é o tamanho da ganância do ser humano. Sabe qual é a remuneração de uma auditor em sp? Na boa, precisa de mais? Precisa roubar (roubar!) dinheiro público pra ter mais? Por que funcionamos nesse moto contínuo de insatisfação em relação ao dinheiro? Quem tem X quer 10X, quem tem 10X quer 100X e daí por diante. Por que o que temos nunca é suficiente, independentemente do quanto temos? Acho espantoso.
¨¨ M&Ms amendoim. Alguém amarre minhas mãozinhas, please.
¨¨ A espera. A linha tênue. Os pequenos avanços. O amor no peito.
¨¨ Uma quarta aconchegante para todos os que aqui passarem. Beijodoce. =)
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Rádio Plutão
segue em dia sim, dia não.

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Carpinejar

Não existe dia ruim
"Não existe dia ruim. Sempre há chance do dia ser feliz. Mesmo que seja tarde. Mesmo que seja de madrugada. Uma gentileza salva o dia. Um bife milanesa salva o dia. Uma gola branca e engomada salva o dia. Uma emoção involuntária salva o dia.

Nunca o dia está inteiramente perdido. Não devemos acreditar que uma tristeza chama a outra, que se algo acontece de errado tudo então vai dar errado. Lei de Murphy não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

Confio no improviso, na casualidade, no movimento das cortinas na janela.

Até o último minuto antes da meia-noite, você pode resgatar o contentamento. É uma gargalhada do filho diante da papinha, transformando a cadeira num imenso prato. É algum amigo telefonando para confessar saudade. É sua mulher procurando beijar a orelha mandando sinais de seu desejo. É o barulho da chuva na calha, é o estardalhaço do sol na varanda. É encontrar - iniciando na tevê - um filme que adora e já assistiu cinco vezes. É oferecer colo ao seu gato. É planejar uma viagem de férias. É terminar um livro que abandonou pela metade. É ouvir sua coleção de LPs da adolescência. É comprar uma calça jeans em promoção. É adormecer no sofá e receber a coberta silenciosa de sua companhia. É a possibilidade feminina de passar um batom e pintar as unhas. É possibilidade masculina de devolver a bola quando ela sobe a cerca num jogo de crianças.

A felicidade é pobre. A felicidade precisa de apenas um abraço bem feito.

Sigo esperançoso. Não coleciono tragédias. Sofro e apago. Sofro e mudo de assunto, abro espaço para palavras novas, para lembranças novas.

Vejo o esforço da abelha tentando sair do vidro, e não sou melhor do que ela. Vejo o esforço da formiga carregando uma casca de laranja, e não sou melhor do que ela. Viver é esforço e nos traz a paz de sonhar – querer não fazer nada é que cansa.

Não existe dia que não ganhe conserto. Não existe dia morto, dia de todo inútil.

Não desista da alegria somente porque ela se atrasou. Pode ter recebido esporro do chefe, ainda assim a hora está aberta. Comer um picolé de limão é capaz de restituir sua infância.

Não encerre o expediente com o escuro do céu. Pode não ter grana para pagar as contas e ter que escolher o que é menos importante para adiar, ainda assim é possível se divertir com o cachorro carregando seu chinelo para o quarto.

Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhoto. Não existe dia derrotado."
Fabrício Carpinejar
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Rádio Plutão
e o exercício maior.


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