quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

She knows better

Dias de quietudes festivas, estudo e chuva na capital. Muita chuva. Daquelas que caem forte no meio da madrugada e te acordam só pra você espreguiçar e depois dormir mais gostoso (feito abraço de gato em urso, Fal!). Ontem fui com lalous assistir ao "josé e pilar" e foi um deleite raro, daqueles de rir horrores e chorar rios... um pouco de tudo em mim. Muito bom. Jones, lembrei-me de vc logo no primeiro "pá". =). No mais, mochila pronta para romper o ano no mato molhado e de cheiro bom do boqueirão do cedro. Levo o "ensaio sobre a lucidez" recomeçado e a ella como trilha sonora. Hum!
Feliz rompeano e um beijodoce aos que por aqui passarem...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Mundo Mágico de Escher

sensacional! até domingo no ccbb da capital.
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Tricô com Seu Bernando em: Shakespeare, T.S. Eliot e Pessoa

"Ó beleza! Onde está tua verdade?"
Shakespeare

"Tempo para ti e tempo para mim,
E tempo ainda para uma centena de indecisões,
E uma centena de visões e revisões,
Antes do chá com torradas."
T.S. Eliot

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
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Mais um natal

"Aviso num restaurante de Brighton, que o dono fez imprimir no cardápio, à revelia dos garçons:
Somos seus amigos e lhe desejamos um Feliz Natal. Por favor, não nos ofenda, dando-nos gorjetas."
Junto à porta de saída, entretanto, os garçons fizeram dependurar uma caixinha sob o letreiro: "Ofensas”.
E no dia de Natal, como sempre, todos os bares de Londres permanecem fechados. Mas consegui realizar o milagre de encontrar em Chelsea um bar aberto, lá para as dez horas da noite. Meio desconfiado, fui entrando — logo um dos fregueses se adiantou, copo de cerveja na mão:
— Perdão, cavalheiro, mas o senhor já foi à igreja hoje?
E se justificou estendendo o braço ao redor, para apontar os demais fregueses, que bebiam cerveja em silêncio.
— Porque aqui dentro, nós todos já fomos.
E sem esperar resposta, passou-me o seu copo de cerveja, pedindo ao barman outro para si.
Festejou-se o Natal, já se festeja o Ano Novo. Há, porém, muita gente na triste perspectiva de passar ambas as festas em completa solidão. Como é o caso de Ethel Denham, uma velhinha com mais de oitenta anos de idade.
Dona Ethel não tem filhos nem marido: nunca chegou a se casar. Mora sozinha numa pequena casa de Exeter, fruto de sua aposentadoria. Para que não lhe aconteça alguma coisa sem ter a quem apelar, foi instalada à porta de sua casinha uma luz vermelha, que ela pode acender para pedir socorro, em caso de necessidade.
Na noite de Natal esta necessidade veio, mais imperiosa do que nunca. A boa velhinha não agüentava a idéia de estar sozinha e passar o Natal sem ninguém. Então acendeu luz de socorro e aguardou os acontecimentos.
Em pouco chegava um guarda de serviço, para ver o que tinha acontecido. E viu que não tinha acontecido nada.
— Fique um pouquinho — pediu ela. — Vamos conversar um pouco.
O guarda teve pena e resolveu ficar. Para não estar sem fazer nada, enquanto conversava fiado com a velhinha, fez um chá, aproveitou e lavou a louça, limpou a cozinha, deu ma arrumação na casa.
Para quê! Há gestos de solidariedade e compreensão que exigem outros, pois acostumam mal. Ou acostumam bem, ainda que na simples necessidade de participar da humana convivência. A dona da casa, encantada, na noite seguinte, depois de fazer o jantar, ficou esperando o seu Papai Noel tornar a aparecer. Como ele nunca mais viesse, não teve dúvida: acendeu a luz do pedido de socorro. Em pouco surgia outro guarda, para saber o que havia.
— Fique um pouquinho — pediu ela: — O senhor não aceita uma xícara de chá?
Mas este estava de serviço mesmo, não era mais noite de Natal nem nada. Então confortou a velhinha como pôde e caiu fora.Ela, desde então, está esperando o primeiro guarda voltar — aquele sim, tão bonzinho que ele é. Não se conformando mais, depois de três noites de espera, vestiu um capote­, enrolou-se num chale e saiu para o frio da rua até a guarnição local, a fim de saber onde andava o seu amigo. Mas não lhe guardara o nome, de modo que o comandante da guarnição, apesar de sua boa vontade, não conseguiu localizá-lo. Agora, a velhinha apela através do jornal, pedindo ao próprio que apareça uma noite dessas, para um dedinho de prosa, para uma xícara de chá.
Outros, cuja necessidade material é mais imperiosa ainda que o convívio, tiveram quem apelasse em nome deles durante o Natal. O vigário da minha paróquia, em West Hampstead, resolveu perder a cerimônia, durante a prédica:
— Vou ser claro e quem tiver ouvidos para ouvir, ouça: estamos nas vésperas do Natal, é preciso ser generoso, proporcionarmos aos pobres um fim de ano decente. Eles também têm direito. Quero hoje uma coleta mais abundante que nos outros domingos. Falei claro? Pois vou lançar mão de uma parábola, para não perder o hábito, e porque fica mais bonito. Já usei essa parábola em outros Natais, e com grande sucesso. Lá vai ela, prestem atenção.
E pôs-se a contar a história daquele inglês que estava passeando pelo campo, como só os ingleses costumam fazer, quando de repente caiu uma chuvarada. Ele, naquele descampado, não tinha onde se esconder. Avistou ao longe uma árvore solitária, correu para lá — mas era uma árvore desgalhada e desfolhada, quase que só tinha tronco. No tronco havia um oco — o homem não teve dúvida: meteu-se no oco da árvore, para se esconder da chuva.
Vai daí, no que a chuva amainou, o homem quis sair do oco da árvore, não houve jeito: a água tinha feito inchar a madeira e a passagem, já estreita, estreitara-se ainda mais. Ali estava ele, prisioneiro da árvore, sozinho no meio do campo, jamais sairia dali, certa­mente morreria entalado. Então começou a meditar na estupidez que fora sua vida, sempre preocupado com o próprio bem-estar, sem jamais pensar em seus semelhantes. Nunca lhe ocorrera dar uma esmola para os pobres no Natal, por exemplo. Se freqüentasse a igreja da sua paróquia (e aqui o vigário fazia um parêntese: "que certamente podia ser esta aqui mesmo, ele podia ser um dos senhores que estão me ouvindo"), ele seria sensível a este apelo à sua generosidade. Mas não: gastava dinheiro à toa, com bobagem, nunca abrira mão de um mínimo que fosse para atender à necessidade de alguém. E foi-se sentindo cada vez mais ínfimo, diminuindo diante de si mesmo, com a consciência da sua própria iniqüidade. Deu-se então o milagre: tanto diminuiu, ficou tão pequenino, que conseguiu sair do oco da árvore.
E o vigário arremata:
— Vamos ter uma estação bem chuvosa este fim de ano! Cuidado com o oco da árvore em que se meterem! Lembrem-se da própria pequenez! Dêem esmolas aos meus pobres!
Já o dono de uma área de estacionamento de automóveis onde costumo parar o meu carro, em pleno centro de Londres, deixa-se impregnar à sua maneira do espírito de generosidade reinante no Natal. Tanto assim, que dei com o seguinte aviso ali afixado:
"Feliz Natal! Hoje o estacionamento aqui é gratuito.Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.Em tempo: a paz na terra aos homens de boa vontade termina impreterivelmente à meia-noite."

Fernando Sabino

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mil vezes Mendes Campos
"O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."
Paulo Mendes Campos
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No país da Alicinha meets ai, deleites...
"Domingo ou qualquer outro dia que eu não tenha que ir trabalhar; andar sem sapato; chupar picolé super calórico depois de 12 cervejas; fazer de pirraça o que me dizem para não fazer; fazer de pirraça o que esperam de mim ; peitar fura-filas; falar mal dos homenzinhos; falar mal das mulheres que aceitam migalhas; contar nos dedos as vezes que me apaixonei; saber e aceitar que me apaixono com uma intensidade fudida e que também sofro com intensidade fudida; amar minha família mas nem todos; rir de bobagens mas nem todas; insistir mas nem tanto; estabelecer limites; pegar um lápis e rabiscar com força; jogar sinuca; dizer o que penso; acordar tarde; comer arroz com lentilha; pimenta; lamber o dedo sujo de doce; esfregar pés de trilha na hora do banho; frase carinhosa; aprender com as burradas; aprender com os sucessos; ser ácida e saber que gostam de mim mesmo assim.
beijos,
saudades,
se cuida. "
Alicinha, meu bem... deleite atrasado desse tanto não merece comentário. RÁ!rs...
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Ele
Ele. Ele tem um jeito macio e tem um jeito que não. Ele é claro e pintado. Ele escuta enquanto dorme e quando não dorme o faz com maestria. Ele ora me obedece mais do que deveria e ora me abandona por completo. Ele é temperamental. Ele tem "código de acesso". Ele é do dia mas sabe bem da noite. Ele tem um "que" de amarelo, disfarça um azulverde mas na verdade é vermelho. Ele diz "não" sem medo. Ele me busca nos meus devaneios. Ele carrega na pele desenho em traço que não sai. Ele cai em cachos e ri. Ele é sequioso e não tem pressa. Mas se move. E corre. Ele é certinho e é avesso. Ele é tanto tantos e é tanto um que eu por vezes o desconheço.
Ele. Meu corpo.
E com ele um pouco outro.

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Hã biloute
¨¨ Tataaa... café anárquico é sempre um prazer, meu bem.
¨¨ Vá, fico aqui tentando lembrar palavra por palavra daquele trechin do Mia Couto e nada... como pode? Saudade sua.
¨¨ rosí faz falta. jeann faz falta. ponto.
¨¨Já disse uma vez por aqui que sempre que esclareço uma dúvida outra surge automaticamente pra preencher o nada de segundo de espaço vazio. E continua assim, simsim. Reclamo não.
¨¨ Fal, sobre a prosa de ontem, tá tudo gravado, meu bem. No da testa rola até neon.rs!
¨¨ Luzita, até amanhã resolvo minha vida sobre o rompeano e a gente arma o esquema. ainda quente por aí? chocolates? gente insana? guenta que tá acabando, minha flor! =)
¨¨ Jones, que a viagem seja boa... com ares variados, dias bem vividos e vinhos bem tomados. E ó, prepara-te que a volta te espera com corridas sem dores e almoços grãfas... hehehe!
¨¨ Pequi! Brigadinha pelas dicas práticas de hj de manhã. =). Boa viagem e até a volta!
¨¨ Lalous, meu coração contigo aí no Rio, hermanita... volte logo e volte bem... =)
¨¨ e á, o dia 22/12 chegou e correu macio... muito bom, simsim!

¨¨ don azia todo dia. sensacional.
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lots of joy!!!
Mil vezes Clarice ( para Beatriz)
(Manuscrito em que clarice lista regras para a escrita)
Em ligação com rosí, ela me diz que sua sobrinha Beatriz está, assim, apaixonada por Clarice. Coisa boa que é amar Clarice...

Como se chama
"Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto - como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da gente - como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupada, e, de repente, parar por ter sido tomada por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota - como se chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome."
Clarice Lispector
Beatriz, Clarice perguntava "Qual é o nome?" e eu sempre pergunto "Qual é a cor?". Pense você também no que te move em relação às coisas...
beijo! =)
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IM em: TCC
Tharsila dos San... o césar remarcou pra amanha! AFFFF
Izabela Fernand... affff
Tharsila dos Sa... já tava pronta pra sair
Izabela Fernand... acabei de fechar minha bolsa... toda iludida
Tharsila dos San... eu tb
Izabela Fernand... além de me chamar de loucavarrida ainda me ilude
Tharsila dos Sa... kkkkk... loucavarrida foi ótimo
Izabela Fernand... merece punição
Izabela Fernand... pesada
Izabela Fernand... quase letal
Tharsila dos Sa... pesada mesmo!!!
Izabela Fernand... requintes de crueldade, meu bem
Tharsila dos Sa... eu ja tava tirando meu cartão.. pensa!
Izabela Fernand... ridículo,tataaaaa!!!
Izabela Fernand... bora elaborar o plano
Izabela Fernand... macabro
Izabela Fernand... sangrento
Tharsila dos Sa... kkk
Izabela Fernand... TCC
Tharsila dos Sa... tcc ?
Izabela Fernand... todos contra o chubby
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Izabela Fernand... a partir de agora é o nosso partido
Izabela Fernand... nossa filosofia de vida
Izabela Fernand... amigos?blá amor? blá
Izabela Fernand... concurso?blá
Izabela Fernand... saúde?blá
Izabela Fernand... o que nos move agora é vingança
Tharsila dos Sa... hahahaha
Izabela Fernand... rs cavalar!
Tharsila dos San... aiiiii de onde vc tira essas coisas
Tharsila dos Sa... vc e jeann são um poço de criatividade inutil
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkkkkkk
Tharsila dos Sa... alias... útil
Tharsila dos Sa... mto util
Izabela Fernand... só pra nós,né?
Tharsila dos Sa... claro
Izabela Fernand... =)

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Amanhã
acaba a primavera. ufa.
já é quarta feira. =)
é dia de resultado. (we hope so)
faz um ano sem meggy mae aqui.

"Oh dirty Maggie Mae, they have taken her away
And she never walk down Lime Street anymore
Oh the judge he guilty found her
For robbing a homeward bounder
That dirty no good robbin' Maggie Mae (...)"
curtinha e sensacional cantada pelos beatles
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Capitoso som sobre ela(s)
Estômago
"Por um lindésimo de segundo
tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu
tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas"
Paulo Leminski (Distraídos venceremos)

"Quanto mais aprendemos sobre o mundo- quanto mais profundo nosso conhecimento- mais específico, consistente e articulado será nosso conhecimento do que ignoramos, o nosso conhecimento da ignorância. Essa, com efeito, é a principal fonte da nossa ignorância: o fato de que nosso conhecimento só pode ser finito, mas nossa ignorância deve ser necessariamente infinita.(...) Vale a pena lembrar que embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância."
Karl Popper

"Ao acordar
lembrei da paixão
levantei
lavei o rosto
e assobiei uma canção."
Mário Pirata

"Por que sou do tamanho do que vejo
e não do tamanho da minha altura."
Fernando Pessoa

"Leia não para contradizer nem para acreditar, mas para ponderar e considerar. Alguns livros são para serem degustados, outros para serem engolidos, e alguns poucos para serem mastigados e digeridos. A leitura torna o homem completo, as preleções dão a ele prontidão e a escrita torna-o exato."
Francis Bacon
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Quatro, de fato
Verdades. S no final. Mesmo quando emprego a palavra no singular sei que a leio e assimilo com S. Porque pra mim a verdade é sempre plural. Simone de Beauvoir diz que "A verdade é una; o erro, múltiplo." e discordo piamente da primeira parte da afirmação. A verdade não se confunde com o fato. Eu diria que o fato é uno; a verdade, múltipla. Penso que é a partir do entendimento do fato que as verdades são construídas. Construídas. Plural. Exemplo? Duas pessoas, mesmo fato, mesmo contexto e daí surgem verdades visceralmente distintas. A minha, como de costume, eu trago à tona e colho meus frutos e pago meu preço. Pago meu preço. A outra, que surgiu do mesmo fato, repousa guardada. Porque o meu entendimento respirou gravidade e pediu grito mas o do outro achou mais que natural ficar no escuro da gaveta escondido. Quem está certo? Quem está errado? Verdades. Cada um constrói a sua e age como pode (ou quer) a partir dela. Fato mesmo, verdade plural, atitude plural. E á, preço também plural. Também.
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Pequeno milagre
"Na sexta Deus olha pra você e diz: vai pra casa, filho, que esse tempo não é pra você.Você não é um escolhido. Aí o sábado chega e... toctoc... quem bate na porta? Hohoho... é o papai noel!!" ok, não dá pra explicar o contexto, mas o riso quase me jogou no chão. Juro que se algum dia eu morrer literalmente de rir vai ser culpa dele!
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domingo, 19 de dezembro de 2010

Semana Coquine
Queridinha, chegou bem? Fui ao lugar que te disse que iria depois do aeroporto. Mas só fui hoje e fui só. E não não, não corri desvairadamente, não pisei em um móvel grãfa sequer nem joguei almofadas pelos ares. Não fiz notícia. Mas passeei por palavras, assisti a sons, tomei um forte e sem açúcar e comprei pequenas flores de pano. O tempo é de bom tempo. Em genebra ou aqui. Bom tempo, meu bem, bom tempo. Mande notícias.Beijocacau! =)

"Um marinheiro me contou que a boa brisa lhe soprou
Que vem aí bom tempo
O pescador me confirmou que o passarinho lhe cantou
Que vem aí bom tempo (...)
No compasso do samba eu disfarço o cansaço
Joana debaixo do braço carregadinha de amor
Vou que vou pela estrada que dá numa praia dourada
Que dá num tal de fazer nada como a natureza mandou
Vou satisfeito, alegria batendo no peito
O radinho contando direito a vitória do meu tricolor
Vou que vou lá no alto, sol quente me leva num salto
Pro lado contrário do asfalto
Pro lado contrário da dor" Chico Buarque

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mafalda, sim sim !!
foco no número no papel...hehehe!
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Hã Biloute
¨¨ Semana Coquine não faria sentido sem uma noite de sinuca. E a de ontem foi a mais anárquica ever. As bolas se movimentavam misteriosamente pela mesa, matar o bolão era comemorado festivamente (com bônus!) e palavras como par,ímpar, dupla e vez não faziam sentido algum. Culpo rosí, que rompe absurdamente, cria regras de acordo com a conveniência e usa do encanto de seus olhos verdes para seguir impune. E a gente diz amém... e quase agradece pela doce manipulação... =)
¨¨ Pequi...finalmente!!!O reencontro demorou mas veio e ave cruz que foi bom. Que venham outros, querido! Sentindo os efeitos do abraço nocaute de Ana? Passou o medo de Alicinha? E de Maiza? Beijos para o Tio e para o sobrinho HD...rs!
¨¨Meu sonho é dançar como a Jessyca. Ponto.
¨¨Vá, vc fez falta...compensa hoje?
¨¨rosí, NUNCA jogou TÃO mal, né minha flor? Tem dia que é assim.rs!
¨¨Alicinha, sua insuportável, tava com saudade da sua marca registrada sinuqueira: jogadas brilhantes e petulância. Bonito isso.
¨¨Coquine, minha querida. Querida. Palavras e abraços sinceros, replay de sonífera ilha, riso, choro, faixa... momentos históricos. Que coisa boa...
¨¨ Eu? Um poço de bondade. =). E digo aos que revelei meu segredo musical: levem-no para seus respectivos túmulos! É sério. Sei onde vocês moram.
¨¨E á, Guimarães Rosa dizia que falar é a melhor maneira de se entender. Eu digo sim sim, indeed. Não é à toa que o caderno diz "por que calar?". E outro á, a frase "I wanna be the one to walk in the sun" nunca foi cantada com tanta gana. =)
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Só conto o milagre
"Eles me olham e me tratam como se eu fosse um animal exótico. "(vc É, meu bem... em qq lugar...rs!)
"Para ele, o fato de eu estar ali cozinhando já era um "segredo de brokeback mountain"."
"Dormir a mais é melhor que dormir."
"Se eu me tirar eu não troco." (sobre amigo-secreto)
"Vire à direita e acunhe." (gps nordestino)
"Hoje é terça mas amanhã já é quarta..."
"Carol Work Fest Folia."
(rs!)
"Estilo um troco no almoço."
"Ele quer te ver mas não quer ser visto. Tipo: aparece aí na janela..."
"Que cavalo???"
"De que vale a gente falar a verdade nesse momento?"
"Não tem lugar no céu pra quem vai dois dias seguidos no mangai."
"Ai, que desgraça." (abaixando a cabeça e espalmando a mão na testa)
" Isso aqui tá um circo dos horrores."
"Dá intimidade, dá nisso."
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Mil vezes Clarice
"Thoreau era um filósofo americano que, entre outras coisas mais difìceis de se assimilar assim de repente, numa leitura de jornal,escreveu muitas coisas que talvez possam nos ajudar a viver de um modo mais inteligente, mais eficaz, mais bonito, menos angustiado.
Thoreau , por exemplo, desolava-se vendo seus vizinhos só pouparem e economizarem para um futuro longínquo. Que se pensasse um pouco no futuro, estava certo. Mas "melhore o momento presente", exclamava. E acrescentava: "Estamos vivos agora." E comentava com desgosto: "Eles ficam juntando tesouros que as traças e a ferrugem irão roer e os ladrões roubar.
A mensagem é clara: não sacrifique o dia de hoje pelo de amanhã. Se você se sente infeliz agora, tome alguma providência agora, pois só na sequência dos agoras é que você existe.
Cada um de nós, aliás, fazendo um exame de consciência, lembra-se pelo menos de vários agoras que foram perdidos e que não voltarão mais. Há momentos na vida que o arrependimento de não ter tido ou não ter sido ou não ter resolvido ou não ter aceito, há momentos na vida em que o arrependimento é profundo como uma dor profunda.
Ele queria que fizéssemos agora o que queremos fazer. A vida inteira Thoreau pregou e praticou a necessidade de fazer agora o que é mais importante para cada um de nós.
Por exemplo: para os jovens que queriam tornar-se escritores mas que contemporizavam - ou esperando uma inspiração ou se dizendo que não tinham tempo por causa de estudos ou trabalhos - ele mandava ir agora para o quarto e começar a escrever.
Impacientava-se também com os que gastam tanto tempo estudando a vida que nunca chegam a viver. "É só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos que começamos a saber."
E dizia esta coisa forte que nos enche de coragem: " Por que não deixamos penetrar a torrente, abrimos os portões e pomos em movimento toda a nossa engrenagem?" Só em pensar em seguir o seu conselho, sinto uma corrente de vitalidade percorrer-me o corpo. Agora, meus amigos, está sendo neste próprio instante.
Thoreau achava que o medo era a causa da ruína dos nossos momentos presentes. E também as assustadoras opiniões que nós temos de nós mesmos. Dizia ele: "A opinião pública é uma tirana débil, se comparada à opinião que temos de nós mesmos." É verdade: mesmos as pessoas cheias de segurança aparente julgam-se tão mal que no fundo estão alarmadas. E isso, na opinião de Thoreau, é grave, pois "o que um homem pensa a respeito de si mesmo determina, ou melhor, revela seu destino".
E, por mais inesperado que isso seja, ele dizia: tenha pena de si mesmo. Isso quando se levava uma vida de desespero passivo. Ele então aconselhava um pouco menos de dureza para com eles próprios. O medo faz, segundo ele, ter-se uma covardia desnecessária. Nesse caso, devia-se abrandar o julgamento de si próprio. "Creio", escreveu, " que podemos confiar em nós mesmos muito mais do que confiamos. A natureza adapta-se tão bem à nossa fraqueza quanto à nossa força." E repetia mil vezes aos que complicavam inutilmente as coisas - e quem de nós não faz isso? -, como eu ia dizendo, ele quase gritava com quem complicava as coisas: simplifique! simplifique!
E um dia desses, abrindo um jornal e lendo um artigo de um nome de homem que infelizmente esqueci, deparei com citações de Bernanos que na verdade vem complementar Thoreau, mesmo que aquele jamais tenha lido este.
Em determinado ponto do artigo (só recortei esse trecho) o autor fala que a marca de Bernanos estava na veemência com que nunca cessou de denunciar a impostura do "mundo livre". Além disso, procurava a salvação pelo risco - sem o qual a vida para ele não valia a pena - " e não pelo encolhimento senil, que não é só dos velhos, é de todos os que defendem as suas posições, inclusive ideológicas, inclusive religiosas" (o grifo é meu).
Para Bernanos, dizia o artigo, o maior pecado sobre a terra era a avareza, sob todas as formas. "A avareza e o tédio danam o mundo." "Dois ramos, enfim, do egoísmo", acrescenta o autor do artigo.
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!"
Clarice Lispector
ai, mergulhos e riscos. mergulhos e riscos... =)
let's face the beast!
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Minúsculos no palco

O link já mora ali ao lado... =)... que alegria, Falquerida!
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Por que amo a Fal
"O que não conhecemos, o que não reconhecemos como parecido conosco, o que pode ou não pode ser uma ameaça, o que pode ou não pode querer o nosso mal, o que vai ou não vai usar tudo o que dissermos contra nós no tribunal, o que vai ou não vai desvendar nosso segredo, o que pode ou não pode gostar de nós, o que talvez - só talvez - possa rir de nossas fraquezas, o que é turvo, o que é límpido. Vamos matar a besta, let´s kill the Beast.
O que deve ser morto, exterminado, ignorado e evitado, porque ousa ser qualquer coisa que não somos nós.
O que mora na torre do castelo, mas que afinal, também vive dentro de nós e nós não conhecemos, não chamamos pelo nome, nunca vimos o rosto, não cobramos aluguel, não queremos nem saber.
O que gostamos de chamar de nosso ato de bravura e rebeldia, mas que não é, é puro medo, medo do novo, do desconhecido, do que pode revelar algo sobre nós que nós e que nós - ah, definitivamente - não queremos conhecer.
O que não assegura nossos passos, o que não nos dá garantias por escrito, o que não lavra a escritura, o que não checa documentos, o que não segura a nossa mão.
O que nos desafia, o que nos revela, o que pode ou não pode vir a nos machucar, o que ameaça nosso comodismo, o que pertuba o status quo, o que tem sotaque, o que usa roupas esquisitas, o que tem um corte de cabelo estranho, o que cheira a curry, o que come coisas diferentes do que comemos, o que cheira dum jeito diferente, o que é apenas, o que não é da nossa vila, do nosso bairro, da nossa lista de e-mails, do nosso pequeno mundo, do nosso quintal, da nossa família, de dentro de nós, de dentro de nós, de dentro de nós.
O que nos obriga a redefinir nossas fronteiras. Ou o que não está nem aí para nós e nossas fronteiras idiotas, mas estamos tão apavorados que nem percebemos.
O que exige mudança de ritmo. O que imigra, o que emigra, o que permanece onde está, o que nos fornece um motivo, um mínimo motivo, seja ele qual for, venha ele de onde vier.
O que é velho demais, novo demais, bom demais, ruim demais, negro demais, branco demais, agudo demais, esquisito demais, diferente demais, sardento demais, gordo demais, franzino demais - o que é diferente demais da idéia que fazemos de nós.
O que é extremamente justo, o que é profundamente injusto, o que é muito amargo, o que é muito doce. O que lembra, o que esquece, o que nos deixa, o que permanece, o que incendeia, o que explica, o que exclui.
O que vive a sua vida e nem sabe nosso nome, o que nos espreita por frestas na janela, o que nos segue, o que fareja o medo. O nosso medo.O que é extremamente leal, o que trai sem pensar. O que é puro ódio, o que é amor incondicional. Vamos matar a besta, let´s kill the beast, que sendo diferente e portanto distante de nós, merece ter a cabeça espetada na ponta de nossas lanças, o curvo de nossos porretes em sua nuca, nosso cuspe em seus olhos, nosso desprezo, nosso medo enorme, enorme.
O que é lento demais, rápido demais, o que requer exames, estatutos, análises, revisões, pareceres, menções honrosas, certidões, averbações, nada-consta variados, vereditos.
Morte instantanea a tudo o que não formos nós, os 'estreitos nós' do Chico, morte a tudo o que vier de fora, a tudo o que for acrescentar, renovar, remexer, mudar, mexer, alterar ainda que minimamente o que nos é mais caro - não o que realmente nos cerca, mas o que queremos acreditar que está ali.
Morte imediata a tudo, tudo mesmo, que não entendemos.Subimos a colina, atravessamos o fosso do castelo e, tochas em punho, exigimos que o Doutor Frankenstein nos entregue sua criatura, aquele que ousou - audácia, audácia - ser qualquer coisa que não fosse nós."
Fal Azevedo

Quebremos os gessos!!! E que venha o novo...
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IM em: não é?

Nathallie de Sou... iza ninguem merece tanta festa...hj já inventaram outra no corredor
Nathallie de Sou... quero fugir
Izabela Fernand... é ridículo, nath
Izabela Fernand... que bom que alguém me entende
Izabela Fernand... obrigada
Nathallie de Sou... hehehe
Nathallie de Sou... eu não aguento mais
Izabela Fernand... pra que tanta comemoração????
Izabela Fernand... o ano acaba todo ano!!!
Nathallie de Sou... deviam ter feito todas de 2010 e ainda as de 2011 no barco
Nathallie de Sou... nos pouparia por um bom tempo
Izabela Fernand... rsrsrsrs!!!!!
Izabela Fernand... boa, nath!!! Tipo pacotão-comemoração
Izabela Fernand... com a nossa ausência confirmada, é claro
Nathallie de Sou... exatamente

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Semana Coquine
Segue positiva e operante.
E sigo eu em falsos espirros perfeitos, que disfarçam olhos chorosos, enganam inocentes e me rendem desnecessários antialérgicos. Eu sou uma farsa. Eu sei. Sue me.
E aí vai a trilhinha, coquine querida... que Arnaldo Antunes escreveu e Elza Soares canta pra vc... =)

"Eu vou ficar aqui ... até acabar a festa
Se ela ainda não chegou esperar por ela é o que me resta
Nenhuma pessoa mais me interessa
(eu não vou sair daqui)
Podem insistir... mesmo que amanheça o dia
Não tenho pra onde ir e nem que tivesse eu me moveria
Daqui do meio da pista vazia
Por isto toque a música bem alto
Façam meu corpo dançar
Por isto toquem a música bem alto
Façam o tempo passar(Façam o tempo parar)
Parar passar parar passar
Passar parar parar passar" Arnaldo Antunes
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Sim Sim
Existe um lugar, assim, entre o avassalador (que te cega) e o interesse quaseforçado (que na verdade não passa de um desinteresse camuflado). Já sabia, de ouvir falar, da existência desse lugar. Hum. Prazer, Iza Cosenza. =)
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Ai, deleites...
"gastar tempo com coisas deleitáveis pq o serviço tá adiantado; chorar e rir ao mesmotempo; manicure que te atende sem pressa alguma; filme bom com trilha sonora excelente; comprar um presente, não resistir e levar o mesmo pra vc; conhecer melhor alguém que vc julgava mal e se surpreender; rever os próprios conceitos e ficar livre de um preconceitozinho; ter a sensação de que vc amadureceu pelo menos um pouco; gente que melhora com o passar dos anos; cabelo cacheado e com cheiro de shampoo; homem com barba bonita(e com cheiro de shampoo, pq não?); o Tom Cruise de Top Gun, rs...;acordar cedo com chuva fina, lembrar que é feriado e voltar a dormir;acordar de um pesadelo categoria "desastre aéreo"; acordar de um pesadelo categoria "meu namorado me trai com a Luana Piovani"; dormir de conchinha SIM; barriguinha quentinha e gostosa; feriado prolongado em BH, com ruas vazias e sem fila pro cinema; encontrar nas coisas da mãe fotos inéditas(e zoar muito); fazer as pazes; os vários céus de Palmas e de Brasília;ter a certeza de ter feito a coisa certa, e ponto final!; ser mais racional, só pra variar; saber dizer não e tudo ficar ok; querer ficar só e tudo ficar ok; poder voltar atrás e tudo ficar ok; compreender,compreensão; aceitar de coração; ser recebida de braços abertos; saber que os amigos estão bem; desejar que os sonhos de todos vocês se realizem; ver Iza Cosenza tricotando com Fal Azevedo; Feliz Natal e Próspero 2011 :)
Beijos,
Lu."
Lutiana, quéricóra... vc veve!!! Que doce alegria receber seus deleites! Dia desses fez um ano que fui ao aeroporto conhecer pessoalmente a amiga uma que já tinha... lembrança boa, meu bem! Saudades suas, do nosso tricô e dos seus olhos maisquebrilhantes... sempre!
Beijodelado, caranga!
PS: "o tom cruise de top gun"... eca.argh.blarg.quasenojinho...hehehe
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Palavra roubada

Um dia, cansei
"Quero novidades menos impressionantes

para que as velhas façanhas de outrora
ainda despertem o meu sorriso.

Vou embora, desta forma, sem intenção
de virar a mesa; sem a aflição de quem
prefere sofrer a não fazer a surpresa.

Minha predileção é pela espontaneidade;
já não tenho mais idade para histórias
mirabolantes sem razão de ser.

Quero ter a certeza de que estou ouvindo
palavras sinceras e que, mesmo sorrindo,
consigo enxergar o viés do palpável.

Nada mais agradável para alguém
que já se cansou de passear pela fantasia
e que hoje anseia por sonhos mais reais."
Felipe Sanches
(roubado dos arquivos idos do poesia de padaria)
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Semana Coquine
Pronto o seu balaio musical, querida. E foi no som que minha ficha caiu. E tudo virou água. E boba que sou, já sofro a falta que ainda nem veio. Sou só água.
Amo-te, irmãminha. Amo-te.
beijobranco.

Não me pega o desapego
O resto, de tudo eu pego um pouco
Me pega a noite a sono solto
Me pega a insônia
O samba, a cachaça,
O brio, a falta de graça...
Isso tudo me pega e passa.
Só não pego o desapego
Nem sei a cara dele
Nem sei se tem cheiro
O teimoso não me pega...
Mas boto fé ser eu a obstinada
Arriscar?
Vai saber se se pega
Aí não me pega mais nada.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ave César!
Ele, o 5º (ou será 4º? ou será 6º?) mosqueteiro, está de volta após 4 semanas de viagem a, hum, trabalho. Querido, estava com saudades do seu sotaque baiano, dos seus numerosos palavrões por frase, do seu jeito chubby de ser e da quantidade absurda de material frutífero que vc sempre traz para nossos encontros festivos. Saudade mesmo. Você rende! Nem sei do que falo nas suas ausências...me sinto perdida que só... rs! Tanto que meu bondoso coração te perdoa pelas ofensas levianamente proferidas hoje... desde que elas não se repitam nunca mais.... assim, para o seu próprio bem, meu bem...
beijoloucovarrido da sua malvada favorita =)
PS: que meninas? hehehe...
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Hã, biloute?
¨¨Começou com chuvisco espaçado, cantoria fervorosa de passarinhos e corrida com o nascer do sol. Ritmo bom. Diz Alicinha que é um tempo novo e eu acredito.
¨¨Coquine, meu bem... essa semana é sua, só sua, toda sua. Mande, desmande, planeje, desemplane! Estamos docemente à sua disposição, darling...
¨¨ Mininex, não canso de me impressionar com aquela foto. Posso imprimir e pegar seu autógrafo? Sensacional, querida... fazendo história...
¨¨Lalous, delícia de domingo!Obrigada!
¨¨Jones, me perguntaram se vc existe!!!rs cavalar!!! Segurei o riso e respondi um "talvez" com ares maízicos. Missão de quarta positiva e operante, né? =)
¨¨Jeann e Tataaa, sigamos firmes!
¨¨rosí, volte bem, querida!
¨¨beijo e boa semana a todos...
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Perguntinhas
Por que "seis" escrito por extenso ao acordar?
Por que só sei ouvir Piazzolla de olhos fechados?
Por que pimenta aumenta a nota e só vale se espalha pela boca?
Por que delicadeza em forma de capuccino alpino?
Por que a primavera traz tanto de tudo?
Por que não esperar calmamente ela passar?
Por que mordo sons?
Por que não sem sapatos?
Por que pequena quaserotina em indefinida cor?
Por que tudo é sempre tão rotulado?
Por que pergunto?
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Tricô com Seu Bernardo: leminski e leminski

“Sorte no jogo, azar no amor.
De que me vale sorte no amor,
se o amor é um jogo
e o jogo não é o meu forte meu amor?”
Leminski

"Ímpar ou ímpar

Pouco rimo
tanto com faz...
Rimo logo ando com quando
mirando menos com mais
Rimo, rimas, miras, rimos
como se todos rimássemos
como se todos nós ríssemos
se amar (rimar) fosse fácil
Vida, coisa pra ser dita,
como é fita este fado que me mata
Mal o digo, já meu siso se conflita
com a cisma que, infinita, me dilata."
Leminski
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No país da Alicinha (via sms)
" Beibe, isso foi ontem! Rs."
Thanks for letting me know, beibe!
beijochoqueeriso...
Izalostintime
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Mil vezes Mendes Campos
Acorrentados
"Quem coleciona selos para o filho do amigo; quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental; quem procura na cidade os traços da cidade que passou; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada (ai, aquela cena de "o segredo dos seus olhos"...); quem costura roupa para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; quem manda livros aos presidiários; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio; quem escolhe na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias do amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição; quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ; quem leva a sério os transatlânticos que passam; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga adivinhar o pensamento do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre."
Paulo Mendes Campos (O anjo bêbado)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Historinha cAntada
=) !

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Só conto o milagre
"Não nos prive do seu melhor."
"rosí e seus o quê? (pela 3ª vez)
"Nossa, o vero é melhor que o trapiche."
"Emoções cavalares." (literalmente! rs cavalar!)
"Tenho revistas de cifras do Raul que servem para contar a história monetária do país."
"Tudo que eu quero é plantar minha alface."

"Tem coisa que é assim, sara mas não pára de doer."
"Morde, chica!"
"Foi um passo importante, cosmicamente falando."
"Parece óbvio o que eu vou dizer, mas pra continuar tem que começar."
"Aí o limite é três."

"Não. Não é." (rápido, enfático e...vá lá... um tequinho petulante tb)
"É que eu não quero convencer pelo susto, quero convencer pela razão."
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Mil vezes Clarice

Banhos de mar
"Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes do sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.Saíamos para uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde. Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade”. Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.Outras pessoas também acreditavam em tomar banho de mar quando o sol nascia. Havia um salva-vidas que, por uma ninharia de dinheiro, levava as senhoras para o banho: abria os dois braços, e as senhoras, em cada um dos braços, agarravam o banhista para lutar contra as ondas fortíssimas do mar.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas e trazia um pouco de mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo. Mudávamos de roupa, e a roupa ficava impregnada de sal. Meus cabelos salgados me colavam na cabeça.Então esperávamos, ao vento, a vinda do bonde para Recife. No bonde a brisa ia secando meus cabelos duros de sal. Eu às vezes lambia meu braço para sentir sua grossura de sal e iodo.Chegávamos em casa e só então tomávamos café. E quando eu me lembrava de que no dia seguinte o mar se repetiria para mim, eu ficava séria de tanta ventura e aventura.
Meu pai acreditava que não se devia tomar logo banho de água doce: o mar devia ficar na nossa pele por algumas horas. Era contra a minha vontade que eu tomava um chuveiro que me deixava límpida e sem o mar.
A quem devo pedir que na minha vida se repita a felicidade? Como sentir com a frescura da inocência o sol vermelho se levantar? Nunca mais?
Nunca mais.Nunca."
Clarice Lispector
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Azul blasé
Hoje venho escrever sem nenhum tipo de inspiração. Nada de bom ou de ruim me arrebata. Sinto-me em um estágio intermediário: já não mais em tempestade e não ainda em alegria entusiasta. Meu serzinho pacato estuda, lê Quintana enquanto come uma manga intervalesca e volta aos estudos com uma calmaria quase sem cheiro. Esse tipo de sentido blasé é tão raro em mim que tento desfrutá-lo sem pressa. Sinto um frescor azul nessa falta temporária de intensidade. Sinto-me alheia às dores de descobertas tristes e aos torpores de sóis que nascem lilás (vê se isso é cor de sol nascer). Aproveito. Aumento a altura da cadeira, tiro do pé o sapato vermelho e balanço as pernas como se eu tivesse seis anos de idade. Eu azul blasé. Aproveito. Sei que dura pouco...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Dentro da canoa, só notícia boa..."

Sim sim. Tô eu lá na minha visita diária ao drops e dou de cara com a notícia que o "Minúsculos" vai cair no palco! E vai ser aqui em Brasólis e vai ser em junho e eu começo a contar os dias desde agora. Preciso nem falar o quanto AMO a Falquerida e a sua escrita brilhante. Vocês já sabem. Amo-te, Fal! Preciso nem falar o quanto esse livro foi e é importante na minha vida. Vocês não sabem mas não vai ser hoje que eu vou contar. Só vou contar que devorei o "Minúsculos" ferozmente e foi o único livro até hoje que me fez pular da última linha para a primeira de novo sem nem um segundo de intervalo... só para lê-lo imediatamente pela segunda vez, mas aí degustando cada pedacinho dele com tranquilidade. Ninguém escreve como a Fal. Ponto. Aí o emprestei a um amigo que, ao juntar o livro ao peito antes de me devolver, acabou ganhando o meu de presente e iniciando um ciclo. Comprei mais um, reli, emprestei, dei de presente e mais uma vez assim. Estou no meu quarto "Minúsculos" e tenho a certeza de que não será o último. E quando a Alma subir ao palco... ah, meus amigos... estarei lá na primeira fileira... inteira... pronta pra saborear a história, assim, de um jeito novo. Contemos os dias pois. =)
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Quanto chico é muito chico?

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Mais alguns deleites...
descobrir que a primavera acaba dia 22/12 (ufa!), colar de flores, expressão no rosto da coquine ao achar o manual da ursa, matar saudades da vá, brownie com rosí, alguém te ligar e dizer que passou a madrugada insone lendo o MTA, gente que faz do simples almoçar um evento festivo diário, correr ao som das passadas no cascalho na companhia da chica, espetáculo de relâmpagos, chegar em casa depois de estrada exaustiva, ausência do barulho da chuva (esse é pra vc, rosí), assumir erro, ser desculpada, ver o quanto descabido é o "julgar" já que ninguém está imune a nada ponto, chorar por isso, email curtinho e doce, joelho que não dói, voz do jones na cabeça dizendo "pááára, iza"(rs!), jones ponto, sentar pra estudar e efetivamente estudar, quietude, descanso, me permitir e aprender que há tempo...
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E á...
Bis limão. Não compre, não prove, fuja dele. É ridículo de tão bom e do esqueminha edição limitada. Resista! Ou não. E se uma caixinha de Eqlibri cracker de mussarela de búfala com manjericão cruzar o seu caminho, atravesse a rua e corra. Sem olhar pra trás. Ou não.
Trust me.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E há
Você acorda atrasada. E ao invés de quicar da cama você fica ali um tempo, seguindo o ritual (ensinado por coquine) de escolher a roupa primeiro pela cor. Foi caramelo, da cor do Cacau. E ao invés de pegar o sapato mais confortável, na intenção de calçar melhor a pressa, você sobe em um par dos mais altos. Só pra ouvir a música do barulho dele no taco do chão. E ao invés de ignorar ou engolir o café da manhã você saboreia a torrada e o iogurte com calma. Like there is no tomorrow. Fio dental, escova, coque, maquiagem, perfume. Tudo em ritmo miúdo. E, já pronta, ao invés de pegar a bolsa e sair esbaforida, você se espalha pelo colchão amarelo para ler o primeiro poema do dia. Ai, Drummond. E toda essa atipicidade parece ridícula de tão natural. E tudo isso porque o que você viveu na noite anterior te ensinou um algo que se você soube já havia esquecido. A noite de terça te ensinou que sempre há tempo. Há tempo. E você aprendeu. Parece.
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Mil vezes Drummond
"Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru, um vaso sem flor,
um chão de ferro, e o peito inerte,
e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuido pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."

Carlos Drummond de Andrade
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Sabino!!! ai, pára... =)
(Baltazar querido, me diz se esse paciente não é vc!!!rs!!)
O gato sou eu
"- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!"
Fernando Sabino
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Pequeno milagre...
"Eu não vou. Porque a única pessoa que gosto de lá sou eu e eu não vou. Se eu fosse eu até iria, mas já que eu não vou, eu vou lá pra quê? Pra ficar sentado sozinho?" Disse, com ares sérios e fazendo todo o sentido...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Capitoso som ou historinha não cAntada
Estômago
"She was looking into my eyes with that way she had of looking that made you wonder whether she really saw out of her own eyes. They would look on and on after every one else's eyes in the world would have stopped looking. She looked as though there were nothing on earth she would not look at like that (...)"
Ernest Hemingway (The sun also rises)... amo!

"Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino irmão
beijo namorada mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só."
Antônio Ramos Rosa

"Do rio que tudo arrasta
se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas
as margens que o comprimem."
Bertold Brecht

"It takes so little, so infinitely little, for a person to cross the border beyond which everything loses meaning: love, convictions, faith, history. Human life -- and herein lies its secret -- takes place in the immediate proximity of that border, even in direct contact with it; it is not miles away, but a fraction of an inch."
Milan Kundera (The book of laughter and forgetting)

"Não trate com prioridade quem te trata como opção"
Fal certeiraebrilhante Azevedo
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No país da Alicinha
Sentadinha, Cosenza?Vou contar entonces que a noite foi boa, o som rock nacional dançante estava ótimo, o galo cantou mas não fez diferença pois o foda-se estava mega on e o cara do Barão mandava bem apesar de ser o batata da Blitz em carne e osso egocêntrico. Mas o melhor da noite foi a sequência de "pretendentes" que foi perto de um circo dos horrores. Começou com uma mina colada em mim na pista de dança. Iza, mesmo dando as costas e ignorando a sujeita ela não descolava e a Rosí já estava perto de desenhar para ela que aquilo era um equívoco por que ela parecia não querer entender. Sem noção! É a velha linha tênue que separa a persistência da falta de amor próprio. Ela finalmente sumiu pra dar lugar a um otário que ficou falando do meu cabelo (blá) e se queimou bonitinho quando fez piadinha com meu nome: Alice, Maravilha, sabe como é... uma desgraça que já ouvi milhões e não funcionava na segunda série e não vai funcionar nunca. Depois perguntou se eu estava com as spice girls e apontou para as meninas. ACREDITA? Mané! Eu já nem ouvia o que ele falava e o mané continuava ali. É a velha linha tênue que separa a falta de amor próprio e a humilhação. O otaríssimo me perturbou até o limite de me perguntar : "você não gostou de mim, né? " e eu sorrir amarelo tipo bile antes de dizer " eu estou de boa". Você diria mais,Maiza?(kkk). O som acabou e fui lá fora com a Rosí para ela fumar um cigarro e comecei a conversar com esse cara lá no fumódromo. O figura era um moreno gato, sorrisão branco e o papo foi bom e ele não me aborreceu por nem um minuto, o que você sabe que anda raro. Aí na hora de ir embora ao invés de pedir meu telefone ele puxa a Ana no canto e pede por favor o meu telefone pra ela.Como assim? Quer meu telefone, pede PARA MIM! Banana!! A Ana claro que não deu e eu vou morrer agradecendo. Deus me livre e guarde de banana que tem medo de pedir uma miséria de um telefone na bucha. Gostou? Rindo, é? Vem para a minha pele que você vai rir mais ainda! (kkk) Mas só depois, pois na hora a fila mina/mané/banana não teve graça, foi uma merda, foi o caminho para o inferno. Não saio nunca mais até amanhã.
OBS: Pode postar na porcariazinha amarela que eu não ligo. Rá!

Ai, Ali...dei pala de rir, meu bem! E a porcariazinha amarela continua aguardando a sua lista de deleites...
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Que coisa
que coisa a saudade que era tão constante virar um pequeno susto.
é porque já quase não é.
virou um sustinho de letra como um tropeço na rua.
que coisa.
acho bonito o macio desse passar.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

É repetido, eu sei...
mas foi a trilha do fds e repetir é permitido... "go ask Alice when she's ten feet tall..."
Ai, deleites...

"eis
....alguém que me coça as costas; tinto seco e gorgonzola; racha no fim de tarde com garoa; o sol indo; o sol vindo; o tempero da minha mãe; minha mãe; chuva em pleno agosto ( isso existe ? ); céu azul e cachoeira; filme, frio e lareira; churrasco, creveja e psicina; barraca, mato e violão; o time do barça jogando bola (alguém viu hj à tarde); esforço reconhecido; fazer esforço; baixar música boa e de graça na internet; escutar isso roletando de bike; minha bike; a Duda arranhando Beatles no violão; a outra pequena com vontade; afinidade; amizade; cumplicidade; a gargalhada de um bebê; a dádiva; a antropologia; se permitir; viajar sem ter data certa pra voltar; um livro que mais parece um tapa na cara; black music no foninho; meus amigos pondo minha casa de pernas pro ar; banheiro limpo; levantar antes das seis; café e pão com manteiga; ver com o coração; comer com os olhos; chorar de rir; saber que amanhã tem mais.....

abraço a todos

Nato"
Nato, que coisa bonita a dádiva aí no meio... e prefiro nem comentar sobre a Duda tocando Beatles... =)

"olhar meu filho dormir; ser recebida com um "mamãaaae, você chegooou" e abraço na perna; comprar lingerie só pra se sentir sexy pra você mesma; fazer esse programa com as amigas; morrer de rir com coisa à toa; se abrir sem medo; fazer trilha na natureza em lugares difíceis de chegar; superar limites físicos em uma caminhada dessas; água gelada de cachu; olhar estrelas no deck do taiuá; viajar sozinha e fazer amizades pra vida inteira; dizer que amacomesemcerveja; ser espontâneo; cerveja gelada na beira da praia; cerveja gelada em qualquer lugar; pinga com mel no meio de uma trilha; apaixonar-se com todos os riscos de uma paixão; ficar hipnotizada pela lua; planejar uma viagem; olhar a imensidão de uma paisagem no meio do deserto; subir uma montanha e ficar horas admirando a vista se perdendo em pensamentos; sair pra tomar um sorvete sábado à tarde e só voltar pra casa domingo de manhã; construir sua casinha; ler livros controversos; conhecer culturas diferentes; o sorriso do meu filho; as demonstrações de afeto espontâneas de uma criança; o carinho de uma amiga-irmã; andar na chuva; abraçar alguém; pão com manteiga e leite com nescau; colo de mamãe; abraço de papai; carinho de irmã caçula.
Ana"
Lady Ana... agora tem que incluir o lord na listinha! =)

"Ois
uma pequena listinha de coisas deleitáveis:
penúltima página de um livro, a ultima pagina, cheirinho de chuva, poema do Drummond, café com leite, bicicleta num domingo a tarde, colinho da mãe, joguinho de futebol, dar a primeira aula de manhã, encontrar um amigo( a ) que não via há anos, pintar um quadro horrível e falarem que é lindo, receber um sorriso, limpar o quarto, ganhar um livro, almoço de domingo, pés descalços na grama pela manhã, procurar rostos nas frentes dos carros, inventar um novo trançado para o cardaço dos tênis, filmes do Godard, a carinha do Chaplin no final de Luzes da Cidade, ver Matrix pela enésima vez, música do Chico interpretada por uma mulher, barulhinho da chuva no telhado, tentar dançar tango, bolero de ravel, a solidariedade, o sorriso do meu cachorro no banho, o cheirinho de shampoo da pessoa amada, achar algo perdido a anos no quarto.....
A felicidade está nos pequenos detalhes, feliz de nós e daqueles que conseguem perceber.
Beijos a todos..... Célio"

Célio!!!! Tango,tango e tango! E devo dizer o quanto são deleitáveis nossas trocas literárias... muito bom!
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Quaseeu ou queméquem
Dias no Boqueirão... lugar lindo. ar intenso. tudo intenso. e nada mais posso falar porque não sei ao certo se fui mesmo ou se ainda não voltei. sinceramente.

"Meio dia,
um dia e meio,
meio dia, meio noite,
metade deste poema
não sai na fotografia,
metade, metade foi-se.

Mas eis que a terça metade,
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.

Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez."
Paulo Leminski (Distraídos Venceremos)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Para Alicinha, Ana, Coquine e rosí

porque promessa é dívida.
say no more.rs!
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Brilhante pequena gigante

say no more.
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Por que eu amo a Fal

"Mal lavado não é sujo
Faz uns anos, a filha duma amiga querida tava ouvindo pagode. E eu disse "Porra, Glória, que merda que essa menina tá ouvindo!"E ela disse "Mas Fabia, esses meninos que tão fazendo pagode podiam estar roubando e matando, é melhor eles fazerem música".
Além do racismo camuflado, essa frase tem um não-argumento. E pra continuar a campanha da Dani
e da Zel
"Se vc parece um adulto, aja como um", em verdade vos digo: comparação NÃO é argumento.
- Porra, vc tá gordo.

- É, mas tem gente mais gorda que eu.
Isso é argumento de criança.
Um adulto responde:
- É, estou e foda-se, vc não tem nada que ver com isso.
ou
- É estou, me ajuda a emagrecer, pára de fazer quindim.
Da mesma forma, amiguinhos, quando alguém critica o governo, não adianta vcs virem com 15 pedras na mão dizendo - Ééééééééééé, mas o Fernando Henrique....Isso é argumento de criança. Concorde que o governo é uma bosta. Discorde que o governo é uma bosta. Mas não parta de comparação, não diga que existe coisa pior.

Sabe o Júnior?
- Júnior, seu quarto tá uma zona!
- É, mas o do meu irmãozinho tá mais bagunçado que o meu.
Sempre vai ter um quarto mais sujo que o teu, meu camarada. E isso continua não sendo argumento."

Fal serdeleitável Azevedo

"claro que eu ia acabar falando de mim, senhores, um blog nada mais é do que um umbigo com contador de visitas"
Fal!
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No país da Alicinha
"Um: que porra de msg é essa?? Sorry. Não. Não farei campanha. PONTO. Iza: recorte, amplie, e cole bem na sua parede amarela, em cima da mesa, no espelho, sei lá... em um lugar BEM VISÍVEL esse e-mail. Como assim? PRONTO. Assunto encerrado enquanto não se comportar direito.
Ali"
E se ELA, justo ELA, que é a rainha da campanha, não fará campanha... só me resta dizer amém. Coisa boa é amigo que estufa o peito e grita pra defender a gente... e defendeu tão ferverosamente que o trem veio pra cá todo picotado...hehehe. Ó, ampliei, negritei e vou espalhar cópias por aí...obrigada, querida!
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Missão Boqueirão do Cedro
Positiva e operante. Porque a feira é sexta e o pé é de estrada. =)
E á, hj não tem deleites. Just because. Reclamações com a assessoria ou com a ácida Alicinha.
Jeann usou café anárquico como argumento para um bom dia. Tudo ilusão. Tô até achando que foi um complô dele com a quasemuda Tataaaa para não rolar café nenhum depois... retiro o bom dia com letras cavaleres de mais cedo então. Humpf! Ave cruz que eu tava com saudade da gente... =)
Faltam 9 minutos...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quanto Chico é muito Chico?

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Palavrinhas raras
"A cabeça é realista e sensata
O coração é cego e entregue
Um sabe bem o que mata
O outro mata o que o segue."
Ana Paula Mendes
A nossa Ana... coisa mais boa receber algo seu assim no meio da tarde, querida...
beijonocaute, meu bem!
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Ai, deleites...

"Barulho dos primeiros pingos de chuva no telhado, céu azul de manhã na janela, chuva de noite e sol de dia, ter quintal, manga no quintal, lambuzar-se, sentir pingando pelo cotovelo o caldo da fruta, estar já cochilando e sentir os braços do amado puxando para perto dele, tesão, amar, acordar com o choro de bebê, sair correndo porque já estava com saudade, pegar seu bebê no colo, ver filhos crescer, o adolescer, orgulhar-se, se encantar com o simples, encher os olhos d’água, chorar de emoção, dar gargalhada, contrafilédetigre, boas surpresas, improvisar, transformar, olho no olho, mãe, aconchego, nutella, nutella, nutella, sorvete da palato direto no pote, ter irmãs, amar irmãs, nome da Fal no e-mail da irmã, amigos, muitos amigos, amigos em casa, viajar com amigos, sobrinhos, fotografias, fotos antigas, e-mails novos, planejar viagens, cachoeira, caminhar, mato, cheiro de mato, subir montanha, visual, brisa no rosto, ver o mar, barulho de onda quebrando, entrar no mar, sair do mar e ver de novo o mar, ajudar, ser ajudado, brilho nos olhos de um cego, Projeto, ter esperança, pedalar, cicloviajar, bicicleta nova, bicicleta antiga, bicicleta com dois lugares, cadeirinha de bebê na bicicleta, roça, cheiro de curral, andar descalço, casa simples, idéias, família, perdoar de verdade, musica baixinha, dirigir com música, música alta, Gonzaguinha cantando “O que é o que é?” , Tocando de Frente, Almir Sater, Oswaldo Montenegro, inspiração, saudade, tocar o coração de alguém, abraço sincero, sincronicidade, dividir, ter uma lista infinita de deleites... agradecer, escolher ser feliz.
Que nem a Rosí não conseguir parar:
mesa da casa da avó, primos em volta da mesa, risada, pão de queijo saído do forno, café mineiro, língua queimada, avó, A Vó, mexidão da madrugada, estórias, gargalhadas, loucuras, travessuras, o cômodo, medo de espíritos, vontade de ver espíritos, ‘rolé de motoca’, gente ‘feia’ que você olha direito e acha bonita, trovejadas em BH, jogar comida para os gatos no telhado, Natal, Ano Novo, passado feliz, presente feliz, dores superadas, desafios, vitórias, subir no primeiro lugar do pódio, chegar em último lugar na chuva sozinha empurrando a bike quebrada, humildade, inlcuir o nome do Bruno na lista dos ‘deleitadores’, respirar ar frio, ‘fumacinha’ saída da boca em noite gelada, gola alta, meia de lã, banho quente, banheira, carro ‘quentadinho’ pelo sol, suspirar, deleitar-se com o deleite dos outros...
Simone"

Ai, hermanita... nem me lembrava mais dos gatos no telhado... quanta coisa boa! =)

"Aq vão os meus. Bjos.

abraço, beijo, suspiro, sossego. beijo na fronte, abraço reconfortante. gargalhada, riso, sorriso. primeiros instantes de equilíbrio em uma bicicleta. ver desenho em nuvem. som do movimento dos dedos sobre as cordas de um violão. música. família. sobrinhas e sobrinhos, mãe, pai, irmão e irmã. tios e tias, primas e primos, vós, vôs. intimidade de quem te conhece. ir, dizer sim, dizer não. querer. deitar. palavras de outra pessoa, que disse aquilo que você nem sabia que era possível pôr em palavras. silêncio em paz ao lado da amiga, do amigo. riso ou choro com a amiga, o amigo. silêncio emocionado antes das palmas em uma apresentação. encontro, afinidade. casquinha: sorvete de limão e côco da bicota, colherzinha que passa no meio pegando um pouco de cada um. descanso. calandriê. pé na terra. pé na água. castelinho de areia. brinquedo. praia sábado de manhã. colo, cafuné.

Vá"
Humm... o sorvete da bicota, mininex... =)

Que maravilha Iza.
listar o agradável.
o que te faz levantar da cama.
e o melhor:
mesmo listando sabemos que a lista continua quase tendendo ao infinito.
aí vai:
Sorriso do LE. Sorrisos espontâneos. Sinceridade da criança ao dizer "não", você não pode brincar. Acenar e dar tchau para pessoas desconhecidas como se fosse uma despedida de amigos de longa data. Olhar a chuva. Deitar na rede, aconchegar-se e balançar quase como um feto em seu ninho. Andar sob a chuva pisando na terra ao som de passarinhos cantarolantes. Andar descalço na grama. Enlamear-se na fazenda. Ouvir o cantar de um passarinho que parece a iminência do estourar de fogos de artifícios. um céu estrelado sob o deck aconchegante do camping Taiuá no planalto central do Brasil. Colo de mãe. Aconchego de amiga, amigo. Conversar com alguém que te escuta. Ouvir alguém e acalmar uma angústia. Abraçar. Ver a esquadrilha da fumaça até doer o pescoço. Imaginar o sorriso do piloto ao ver a multidão acenando. Emoção de atuar em uma peça. Frio na barriga antes de entrar em cena. Tomar banho em uma cachoeira estupidamente gelada. Tomar banho gelado e no escuro de uma vila de pescadores. raspar a forma de um bolo depois de uma caminhada de um dia, pois o bolo já tinha acabado. Arriscar se perder e conhecer novos caminhos. Chegar para alguém que faz seu coração disparar e dizer o quão "gato" ele lhe parece. Ler crônicas do Veríssimo. Ouvir Elis Regina, Janis Joplin e Elza Soares em uma sequência interminável. Colocar "repeat" na música 'cangote' da céu. Comer só comida amarela depois de um fim de semana inesquecível. escorregar na pista de dança. ir com crianças ao parque. conviver com familias lindas e harmoniosas. Sentir saudades. Ter internet para matar as saudades. Andar a pé. Chegar a um destino a pé, de bike, de carona, de caminhão. Emprestar algo. Ver a utilidade das coisas. Compartilhar informações, sensações e impressões. Dormir na serra. Ver o sol nascer. ver o contraste das cores na natureza. Observar as diferentes tonalidades e a nuance que as distinguem. tomar água. tomar muuuuita água. saborear cada sabor de água mineral. barulhinho do andar em quartzo e areia em trilha na chapada. dizer bom dia ao invés de boa noite e vice-versa. sentir o vento no rosto, seja correndo, de moto ou em plena ventania. tomar café. superpreender-se com a cor intensa de um chá novo. vestir uma roupa passada. vestir uma roupa de algodão, mesmo que amassada. abrir a janela. comer milho e chupar a laranja descascada pela avó. passeio de moto. passeio de bike. aprender como funcionam as coisas. aprender através de um filme. aprender com o aprendizado dos outros. presentear. surpreender. dar flores. ver flores. gostar tanto de alguém e chamar-lhe de "irmão" ou "irmã". receber visitas. visitar. cozinhar em companhia. cozinhar para curar o coração. ser tratado com respeito. sentir medinho ao ouvir as palavras de uma tarológa. querer ler um livro para saber logo o final. ler palavrinhas emotivas em blog. ler e-mails de pessoas queridas. segurar folhinha de eucalipto nas mãos.
pronto. melhor enviar e me preparar para fazer essa lista diariamente.
Obrigada Poetiza!
Carol"
Coquinecoquine... haja palavras pra comentar seus deleites. Você É um deleite ponto. E vou parar por aqui pra não chorar. Obrigada por aquele minuto de ontem. Você nem imagina, meu bem. Ai, genebra is SO lucky...
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Por que mesmo?
"Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu finalmente esteja sorrindo logo hoje que não é dia de eu sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade."
Clarice supondooerrado Lispector
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