quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caro Senhor,

Tudo certinho? Sei que já falei com o Senhor hoje mais cedo, mas como esqueci de mencionar algo "importante" tomo a liberdade de puxar um dedo de prosa assim, meio fora de hora. Sei que esse período do ano é conturbado para o Senhor devido à enorme quantidade de pedidos e desejos, então tentarei ser o mais breve possível. Nãonão, não vim aqui pedir que 2012 seja um ano melhor... meu lado poliana já foi devidamente doutrinado e sei, com meus pezinhos no chão, que ele vai ser como todos os outros: bom e ruim. Também não quero pedir mais dinheiro no bolso, o Senhor sabe (melhor que ninguém) que minhas ambições materiais chegam a ser chocantes de tão módicas. Não quero pedir coisas que dependem só de mim, como passar em um concurso melhor, perder os 3 quilos a mais que me foram companheiros fiéis em 2011 ou que o meu contato com o Senhor seja mais genuíno, mais puro. E o Senhor me livre e guarde, please, de pedir na linha "a paz mundial, o fim da fome" e coisas que definitivamente não serão resolvidas de uma hora para a outra aqui nesse plano, coisas que dependem mais do nosso agir da porta para dentro e da porta para fora do que do Seu empenho no desenrolo da questão, né my Lord? Mas já que o mundo inteiro está nessa "pedição" esbaforida, me sinto no direito de pedir uma força em um trenzinho bobo. O que mais me encanta nessa vida são as pequenas alegrias então é mais que esperado simsim que o que mais me irrite seja o abominável expresso em sua sutil pequenez. Isso posto, peço que o Senhor dê um jeito no frequente fato de as pessoas não conseguirem tirar da cabeça músicas das quais só sabem cantar uma ou duas linhas. Ó Senhor, faça com que elas decorem TODA a canção e a cantem gorjeantes ao invés de repetir o mesmo pedacinho micho 6537 vezes por dia. E por respeito à sua agenda abarrotada de coisas mais relevantes, a rádio plutão se prontifica a dar uma força sempre que for preciso.

Agradeço desde já.
Que assim seja.
Beijos da sua filha

Izabela
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Rádio Plutão
ao Seu dispor.


I am intrinsically no good
I have a heart that's made of wood
And I am only biding time
Only reciting memorized lines
And I'm not fit to touch
The hem of your garment
No, no, I'm not fit to touch the hem of your garment

I have no love but only goals
How very empty is my soul
It is a soul that feels no thrill
It is a soul that could easily kill
And I'm not fit to touch
The hem of your garment
No, no, I'm not fit to touch the hem of your garment
Yeah yeah
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Rádio Plutão
respira em excelente Tom. =)

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Hã biloute?

¨¨  Manhã branca e Tom Jobim cantando pra mim...
¨¨ Foi só um susto. Margot provou que não é boba nada: deu as costas pro túnel de passagem e pra luz aquelaquechama e saiu correndo na direção contrária. Já de volta em casa, longe de jalecos e agulhas, ela escolheu como cantinho de recuperação a prateleira da estante. Eu não aguento a ganice desse cachorro. Amo ponto. A quem possa interessar, ela já está bem, muito bem obrigada e daqui por diante vai ficar longe dos tóchicos (fal soletra assim e, como em todo o resto, eu imito) rs. =)!
¨¨ Meus mais sinceros agradecimentos a todos aqueles (você mesmo!) que fuçaram no meu celular jurássico por horas a fio, sem descanso, até conseguir eliminar aquele "piiii" abominável. E o fato de os pássaros cantarem mais felizes e da brisa correr mais macia prova que o "piii" simsim contribuia para o desassossego do universo. Obrigada, viu? Te amo.
¨¨ Eu e Lalous fomos a um churrasco dia desses com a galera da infância brasóliana. Gente que eu não via desde os meus 12 anos, imaginem só. E a constatação a que chegamos foi a de que as pessoas parecem mesmo manter sua essência vida afora. A doce contiua doce, a engraçada continua engraçada, a pat continua pat, a chata continua chata e por aí vai. Seguindo a mesma linha, eu continuo a cara da Simone e eu e Lalous continuamos fazendo análises filosofopsicoantropologicas de tudo. rs! E falando em Lalous, eu disse que seria uma menina, né? E que dessa vez acertaria, né? Pois sim que o bebê é menino e vai se chamar Bruno. Errei de novo, como tem ditado a regra. Mas fico feliz em saber que algo nesse mundo goza de alguma estabilidade...hehehe! Que venha o pequeno Bruno!
¨¨ O que mais gosto na primavera é que ela ACABA! Ô revuáááá! Vá e leve contigo seus arrebates, suas intensidades descabidas, vá! O universo, em coro aliviado, suspira ufa.
¨¨ As pessoas do trabalho me dizem que tenho voltado do horário de almoço mais maquiada. Hum. Eu aponto para a bochecha vermelhatomate e digo "nãonão, isso não é blush". Spinning, darlings, spinning! E passo o dia todo com a energia boa da aula assim, estampada na pele. Selo recomendo!
¨¨ Como não sei quando volto a aparecer, deixo aqui um feliz natal para os que são de natal, um feliz feriado para os que não são e um beijodoce a todos. =)
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Rádio Plutão
acha bonito o cantar desses três. =)

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PTPA?

Que rufem os tambores! Está oficialmente aberta a Primeira Temporada de Perguntas Automultiplicadoras. Sabe quando você passa por crise existêncial e seu nome do meio vira um ponto de interrogação? Sabe quando a vida de dá um sacode, um TIPÁF daqueles bonitos, e você se pergunta do seu lugar nesse planetinha? Sabe quando o galo ganha (eu disse GANHA, minha gente) três partidas seguidas no campeonato que for e você questiona até a força maior que rege o universo? Sabe? Pois é, não é nada disso (Durkheim ficaria orgulhoso de mim nesse momento...rs!). As perguntas automultiplicadoras não precisam de desencadeador, nem fatos bizarros, nem tapas na cara. Elas são mineiras. Chegam quietinhas, com cara de inofensivas, docinhas, e quando você menos espera elas já dirigem seu carro, escolhem suas roupas, discutem nãopolítica, dão pitaco na sua alimentação e mudam o nome do seu cachorro. Não, elas não lavam a louça, o que seria genial pra equilibrar o trem. Elas, marotas e insuportáveis, se instalam na sua mente e se multiplicam em quantidades e qualidades impressionantes. Elas não tem preconceito e atacam os assuntos todos, dos relevantes aos pífios, com a mesma classe e intensidade que lhes são características. Mas coerência não é com elas. Em um instante elas usam Leach para discutir a temática do tempo e no instante seguinte cantarolam Jairzinho e citam Sidney Sheldon. São assim. Os bravos guerreiros escolhidos (sim, porque nem os ridiculamente tolos seriam voluntários) para participar da temporada escrevem textos e mais textos com pelo menos um ? a cada duas linhas, não conseguem decidir nada antes de meia hora de questionamento, mudam de quaseidéia o tempo todo e dormem e acordam em motocontínuo perguntador. 
Quando acaba a temporada? Quando? Previsão, mesmo que remota? Quando? Não sei.
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Rádio plutão
sabe. e contempla a água variada.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Flor e Marimbondo

Sentindo o contato do corpo todo com a grama, ela permanecia imóvel. Esticada e imóvel, deixava que os olhos fechados estudassem através da sua pele o movimento da luz e das sombras dançantes. E ficava ali, vendo com o sentido os pedaços móveis do céu.
Há algum pouco tempo, uma das vozes que a acompanha havia falado de uma árvore e da sua importância. Que essa árvore viria como um local físico para a oração e para a reflexão, um quasetemplo. Aí então ela fez dessa sua missão. Iniciou a melhor das buscas, daquele tipo em que não se procura de fato e sim apenas se mantém aberta para ser achada. Sem pressa, sem contar.
Um dia enquanto voltava a pé da escola pegou um caminho outro. É que os dias passados tinham sido tensos e ela estava exausta do trabalho que é cuspir marimbondos a todo minuto. Sabendo bem que os caminhos longos descansam mais que o repouso, ela seguia tranquila por partes desconhecidas da cidade. Um incômodo súbito no olho esquerdo a fez parar o passo e arrancar da pálpebra, com a unha, um carrapato cinzazulado e seu pequeno companheiro marrom.
Veio a dor. Veio o sangue escorrido. E depois de virar o corpo para limpar o rosto com a camisa ela a viu. A árvore viu a menina. Elas, já tão próximas, se aproximaram. O chão era coberto por uma grama verde de dois tons, o tom da sombra e o tom do tempo aberto, e a árvore tinha como companheiras outras duas. Ela abraçou a menina e disse que não iria sarar seu machucado, mas poderia ajudá-la a aprender a curar as próprias feridas. A menina aceitou a oferta de bom grado e visitava a árvore de dias em dias. Recebia os ensinamentos e pedia proteção. Levava poemas (lia enquanto passeava os dedos pela raiztronco) e, com seu amor entregue, também a protegia.
E às vezes, como hoje, só cantava e dançava e girava até cair em riso e ficar ali, na grama, esticada e imóvel. Esticada e imóvel no mais próximo que se pode chegar da leveza.
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Querer
A blogosfera é uma delícia boa. Amigos, amores, args, feedbacks e um mar infindo de coisas familiares e desconhecidas. A palavra escrita traz concretude para tudo que se sente, se vê, se pensa e que bom que tanta gente abre o peito e despeja aqui o que tem de seu, o que tem de vivo. Euzinha aqui agradeço e digo amém. =). Pois bem que lá estava eu no blog da karin flores (que é fresco e doce e eu adoro) e acabei descobrindo as rutes. Sensacional ponto. Ai que vontade que deu de ser rute tb!!! =)! Anyways, tomei a liberdade de roubar um texto que foi parte de uma intervenção deveras interessante e ele vem sem créditos por que não os achei por lá.  As reflexões sobre o dito deixo para outro post.Enjoy.
"Era uma vez um grande rei que governava as terras onde hoje estão a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda.
Arthur, chamava-se.
Um dia, Arthur saiu para caçar sozinho e encontrou uma alce imenso, todo branco de chifres galhados.
Era ele.
Arthur saiu em disparada atrás do bicho.
Acabou indo parar numa clareira da mata, onde nem sequer a luz conseguia penetrar pela trama das árvores imensas.
Súbito, um homem gigante, vestindo uma armadura negra, parou diante dele e trovejou: “Quem ousa caçar nas minhas terras?”. E preparou-se para matá-lo.
Diante da infração evidente, Arthur preparou-se para morrer como um verdadeiro cavaleiro: “Este é um belo dia e um magnífico local para morrer”, avaliou. O Cavaleiro Negro, reconhecendo a coragem do rei, decide desafiá-lo. Pediu que ele voltasse depois de três dias e três noites trazendo a resposta para a seguinte pergunta: Qual o maior sonho de uma mulher? Se conseguisse a resposta a vida do rei seria poupada.
Durante três dia e três noites, o rei Arthur e seus cavaleiros entrevistaram todas as mulheres do reino.
No final do terceiro dia, sir Gawain caminhava pelo bosque quando uma mulher horrenda apareceu na sua frente. De seus cabelos cresciam criaturas rastejantes e seus olhos eram vermelhos, pequenos e remelentos. Feridas cobriam o corpo curvado e retorcido, coberto com uma capa vermelha escurecida de sujeiras. Mas as palavras que a velha bruxa dirigiu ao cavaleiro foram como um clarão de esperança. “Sou Dame Ragnell, irmã do Cavaleiro Negro e conheço a resposta para a terrível pergunta que atormenta você. Posso contar, com uma condição: quero casar-me com o mais belo, o mais forte, o mais corajoso e bom dos cavaleiros do rei Arthur – O SENHOR MESMO – sir Gawain!!
Sir Gawain faria qualquer coisa para salvar a vida do rei e aceitou o pedido de Ragnell.
Então ela disse que o que uma mulher mais sonha em toda sua vida e Sir Gawain contou ao rei Arthur que então foi ao encontro do Cavaleiro Negro com a resposta certa e pode sair do domínios do grande cavaleiro vivo e livre.
O dia do casamento chegou. Toda a corte estava imensa em tristeza. E quando o sol nasceu, a cerimônia não teve os cantos alegres e as brincadeiras tradicionais. Gawain e Ragnell casaram-se em meio ao silêncio e à pena de todos.
Já a sós, os noivos conversaram até o sol se pôr. Quando se preparavam para dormir, a horripilante noiva cobrou do jovem seus deveres de esposo e um beijo. O nobre cavaleiro, sem pestanejar, colocou os lábios sobre a boca nojenta da bruxa. No mesmo instante, surgiu diante dos olhos espantadíssimos de Gawain a mais bela princesa que jamais havia existido.
E com voz de música a princesa falou: “Como você foi gentil comigo, vou deixar que decida. Posso assumir minha forma de princesa apenas durante uma parte do dia. Como você me quer? Bela para você durante a noite ou bela à luz do sol para seus amigos?” Gawain então olhou para Ragnell, curvou-se numa reverência e respondeu: “Lady Ragnell, a decisão é sua e eu vou respeitar sua escolha,qualquer que seja ela”.

O maior sonho de uma mulher é ter sua vontade, seu desejo e sua autonomia respeitadas.

E com estas palavras e sua soberania assim reconhecida pelo marido, Dame Ragnell escolheu ser bela tanto durante o dia quanto à noite e ambos, o nobre e generoso Gawain e a linda e poderosa Ragnell, decidiram ser fiéis um ao outro por toda a vida."
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tons of joy

Tempo a gente tem quanto a gente dá
corre o que correr, custa o que custar
tempo a gente dá, quanto a gente tem
custa o que correr, corre o que custar
O tempo que eu perdi, só agora eu sei
aprender a dar, foi o que ganhei
e ando ainda atrás, desse tempo ter
pude não correr, e ele me encontrar
não se mexer... beija-flor no ar
O rio fica lá, a água é que correu
chega na maré, ele vira mar
como se morrer fosse desaguar
derramar no céu, se purificar.
deixa pra trás, sais e minerais
evaporar.


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Hã Biloute?
betty boop

¨¨ Sol tímido secando o molhado da adorada Brasólis. White smears. Lindo céu.
¨¨ Na linha "quem não chora não mama", foi só dar uma reclamadinha e o drops voltou! O universo inteiro, em coro feliz, agradece.
¨¨ O seu direito de usar baforadas mil de álcool para limpar a bike termina quando elas chegam a causar tosse em quem está perto. Eu sei, você sabe. Só quem não sabe é a figura que faz spinning do meu lado. Exagero, darling, pra quê? E pra completar, a figura pede ao professor, que tem um excelente gosto musical, pra colocar "umas músicas mais "verão", um axé, um sertanejo dançante". Minha resposta em pensamento até esfriou o calor do meio dia. 
¨¨ Quando seu professor de local disser que a sequência de braços vai ser pra ninguém conseguir escovar o cabelo no dia seguinte, não ria. Acredite e guarde a energia do riso para os ais de amanhã.
¨¨  Falando em cabelo, já me disseram que o meu ficou anos 30, 40, 50 e 60. Como um corte pode cobrir quatro décadas eu sinceramente não sei. Sei que ficou com ares betty boopianos e me gusta imensamente. =)
¨¨  Essa noite sonhei que carregava sempre comigo um lenço ganhado, todo escrito em caneta vermelha. E acordei me perguntando se não carrego mesmo. 
¨¨ O mais gostoso da saudade é quando a gente mata a dita. Ainda que seja só um pouquinho, já é suficiente pra gente se encher de leveza colorida. Ci e Rudolfis tocam berimbau no meu coração ponto. =)
¨¨ " iaiá, iaiá / eu li num soneto de amor / que as lágrimas que tu não chora/ iaiá, iaiá / se escondem num rio dentro de tu..." Céu.
¨¨ Começa hoje no CCBB a Mostra Clint Eastwood de cinema. Iêi! Destaque para "Bird"....
¨¨ "Ahh... IDÉIAS você pode ter...", disse o santo em tom enfático. Me estragou em riso até 2012. rs!
¨¨ Segundo fim de semana seguido com dia no cemitério. Ninguém diretamente ligado a mim, mas diretamente ligados a quem amo. E o domingo me fez lembrar que um dos sentidos que mais me emociona é a comunhão. A hora do enterro, assim como o dia todo, foi molhada por chuva intensa e todos ali, segurando guarda-chuvas que só protegiam as cabeças quando muito. Todos ali em silêncio profundo de querer bem. Querer bem a quem vai e a quem fica. Todos ali em silêncio de respeito à vida. Todos ali no silêncio da comunhão. Pureza. Comunhão. Muito bonito. Aí no caminho de volta, já no carro, vem o Arnaldo Antunes trazendo de presente a palavra cantada de encaixe perfeito. Muito bonito. =)
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Fim do dia/ Fim da vida
não há o que lamentar ponto. =)


"Demora tanto, demora tanto pra crescer
Pra depois de uma hora pra outra morrer
Tem que mamar, tem que comer e beber
Deixar vir e ir sofrimento e prazer

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia

Um cara que anda tem que chegar em algum lugar
Um cara que trabalha trabalha trabalha deve se cansar
O cara estuda tanto e ainda tem tanto pra aprender
Passa o tempo e fica mais fácil esquecer

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia

Não há o que lamentar
quando chega o fim do dia

Se despede da sua dor
Diz adeus à sua alegria

Não há o que lamentar
Quando chega o fim do dia"

Arnaldo Antunes
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Quereres pontuais 4
frescor. and a bra. e um prato de algo que dê fome. e uma portinha de saída escondida no braço esquerdo. e 3 minutos de "um dia de fúria". e uma lista de coisas engraçadas pra dizer pra tataaa. e rir de tataaa dando pala de rir. e uma margot autolimpante. e um relógio de areia. e uma capa que esconda a transparência. e horas de sono com gosto de domingo. e uma tarde de domingo. e uma, apenas uma, não-elaboração. e as margaridas quando ainda eram margaridas. e um filme bonito: "oceano", aquele francês, talvez. e uma camada extra de pele. e uma saco de paciência. e uma carta escrita à mão. e um controlador de comentários alheios. e asas que se justifiquem. e um saber ficar. e um simples ir. e um manual de instruções escrito ifc. e a ci gesticulando o abraço da caravela. e um silenciador de inocentes. e um poema. e um extermínio de toda palavra desnecessária. e uma queda de luz. e um descanso de mim. e um passar do tempo corrido. e um dia bem acabado. ponto.
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Rádio plutão
canta lá do mantelpiece.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

E o Bowie canta "Changes"
Coisas. É. Algumas mudam com o passar do tempo e outras nem tanto. Antes se dizia escritor quem tinha livro publicado e/ou tinha a coragem (simsim, é preciso coragem) de se aventurar a ganhar o pão através das letras. Agora o mar de blogs e revistas virtuais abriram espaço para quem quiser jogar para o mundo o que escreve e somos todos (por que não?) escritores. Uns excelentes e outros nem tanto... isso não mudou... gosto é gosto desde que o mundo é mundo ponto. Eu comecei a escrever ainda criança, lá pelos 8 anos, arriscando versinhos simples e textos curtos. Não tenho livros publicados mas devo confessar que tenho três pequenos livros escritos no melhor estilo roots: mão e papel. =)! O primeiro escrevi na antiga segunda série do primário, ilustrei com meus desenhos infantis e dei ao dito o título de " Eu e minhas tralhas". O segundo e o terceiro foram escritos ao mesmo tempo, há quase três anos, para presentear meus adorados sobrinhos recém-chegados a esse mundo de meu Deus (Carol e Felipe) e suas ilustrações mantiveram o mesmo grau de destreza e elaboração estética do primeiro (rs!).
A inspiração para escrever o primeiro teve duas fontes: minha cabeça dura e uma irmã reclamona. Eu e Larissa íamos a pé para o saudoso Colégio Dom Bosco e, como eu carregava uma quantidade absurda de coisas todos os dias, Lalous sempre acabava me ajudando a levar alguma tralha, mas não sem reclamar constante e enfaticamente durante todo o trajeto. Daí veio o livro no qual eu, cabeçuda, justificava detalhadamente a necessidade de cada uma das minhas trocentas tralhas.  As frases simples escondiam um ar de manifesto e uma vontade visceral de provar que meu exagero fazia completo sentido. Acredito que o livrinho não foi guardado (se foi deve estar escondido em alguma caixa da Dona Elzinha), mas me lembrei dele ontem no caminho pro trabalho. Porque descobri que "Eu e minhas tralhas" entra na lista das coisas que não mudaram muito com o tempo. Desci do carro me sentindo uma árvore de natal: bolsa, cadernos, livro de AFO, livro do GG Márquez, caderninho, lancheira (sim, ainda carrego uma), pasta de documentos da mamãe, guarda-chuva de bolinhas (oi coquine!), casaco, kit academia e UFA.
E é isso: o que eu escrevo já não fica escondido, lalous e eu trocamos a w3 em corrida e azedume por horas de prosa amiga. Coisas mudam. Que bom. Mas continuo tralheira... com a diferença que agora sei melhor o quanto posso carregar sozinha, pro dia rotineiro e pra vida. Ou quase. Sigo em Treinamento. Bom também. =)
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Estômago
Dias atrás tava eu aqui escrevendo sobre os limites e sobre uma clareza desejada e experimentada. Aí o Krishnananda me aparece em um capítulo lá no finalzin falando exatamente sobre aquilo tudo que me tomava. Que alegria ÚNICA é um livro nas mãos. Pro confronto, pro conforto, pro diálogo. Agradeço mil vezes pelos meus olhos sadios e pelo meu amor pela leitura.

"Não é todo mundo que entra em choque quando se sente invadido. Alguns são mais do tipo rancoroso. Mas sei por experiência própria que os medos que há em ambas as reações são muito semelhantes. À medida que fui conhecendo melhor meus limites, que os validei e tive coragem de confirmá-los, passei do choque para o rancor. No passado, o tempo que havia entre a invasão e o reconhecimento de que fora invadido era longo. às vezes dias, até semanas. Eu percebia que, por alguma razão, não me sentia muito bem com aquela pessoa ou começava a fazer julgamentos e a censurava diante de outros. Isso se tornou, para mim, uma boa indicação de que eu fizera uma concessão, não dissera nada e agora estava ressentido. Mas aos poucos esse tempo foi diminuindo e minha reação passou a ser mais rápida. A consciência ampliada de que estava fazendo uma concessão, como fiz tantas vezes no passado, reacendeu a chama de uma fúria que eu estava reprimindo. Foi uma boa fas, mas acabei percebendo que a invasão e a reação a ela não eram, de jeito nenhum, o fim do processo. Minha raiva vinha ainda da criança emocional, que trazia consigo toda uma vida de ressentimentos. Reagir com raiva não é estabelecer limites. Não há nenhum poder real nessa reação. É só a criança emocional que saiu da desistência e passou para a explosão.
Tive de perguntar a mim mesmo do que sentia raiva - e por que tanta raiva. Em parte era por acreditar que, se eu não reagisse imediatamente, não estaria seguro. As pessoas se aproveitariam de mim. E em parte vinha do fato de querer que o outro ou a situação fosse diferente. Parece que a criança emocional jamais perde a esperança de que todo mundo (especialmente as pessoas do seu mundo) seja sempre amável, protetor e atencioso. Quando me sentia invadido por alguém, minimizava, negava ou ignorava, e então ficava indignado. No primeiro, caso dizia a mim mesmo: "Ela não quis dizer isso", "Tudo bem, não foi grande coisa.", "Fulano sempre faz isso.", "Preciso aprender a ser mais tolerante.", "Não devo ser tão rigoroso." Eu sustentava essas convicções com crenças sublimadas de toda espécie. "É bom ser tolerante e flexível." "É melhor não criar caso por qualquer coisa." Essas atitudes acabavam permitindo que as pessoas me invadissem porque eu enviava uma vibração que dizia "faça o que quiser comigo, não me importo." (...)
Finalmente, vejo que meu aprendizado de estabelecer limites não tem nada a ver com a outra pessoa. Ela vem da clareza (grifo meu!). Clareza do que eu necessito para mim e clareza para ver as pessoas como são e não como eu gostaria que fossem. Começo a entender que todos são inconscientes e que a inconsciência leva à insensibilidade, à invasão, ao desrespeito e até ao abuso. À medida que essa compreensão se aprofunda, vou deixando de me expor ao sofrimento, ao abuso ou à decepção porque vejo tudo mais claramente. E também, por não depender mais tanto de colher migalhas de atenção e de aprovação, sinto-me muito mais capaz de dizer não ao que considero errado em mim. Desenvolvo o senso do que está certo e do que não está.
Mas para realizar essa mudança tenho que estar sempre enfrentando meus medos de abandono, rejeição, punição ou reprovação. Quando sinto que alguém me magoa continuamente, é porque não estou vendo a pessoa como é. Mantê-la num patamar muito alto em meus ideais e expectativas afasta a solidão apavorante que sinto quando acordo de meu sonho. Se começar a dizer não, ela poderá achar que eu sou egoísta. Pior ainda, poderá se vingar. É mais seguro e familiar fazer concessões. É assim que nossa criança pensa e age. Mas, com a consciência da invasão, desenvolvemos a possibilidade de escolher. Podemos reconhecer quando a invasão ocorre, sentir os medos e estabelecer algum limite. E, muitas vezes, sem precisar reagir, apenas dando uma resposta clara."
Krishnananda
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hã Biloute?

fotoca roubada do templo

¨¨ Novembro chegou, passou e foi embora. Alguém viu? Alguém?
¨¨ Carro placa preta do glorioso Senado Federal entra a toda, me corta e acelera como se o mundo fosse acabar right now. Na N2, que tem faixas de pedestre a cada 300m. Que bonito, né minha gente?
¨¨ Domingo, tarde chuvosa, fui a uma aula de kundalini yoga para despedir da doce e forte Fernanda, acumpunturista querida que parte para a Espanha e já deixa saudades desde já. Aula de sonoridade rica, percepção da dureza do corpo e de movimentos que fazem você se perder em dança entregue. Muito bom ponto. E Fernanda ali falando do resistir ao tempo, das sinas, das escolhas... e da orientação para o prazer imediato, que é areia que escorre rápido por entre os dedos... e pensar nessas coisas só fortalece minha vontade de enfrentar tudo de difícil que vem sem procurar atalhos paliativos. Como dizia minha sábia Vó Elza, " a gente vence touro bravo é no olho". Simsim.
¨¨ O drops volta já, o templo tb, o rue parado, nina vieira sumida. É fim de ano na blogosfera. =(
¨¨ Vá mininex me manda email lindo, poético, divertido. E diz coisas do tipo "como diz costanza pascolato, paris é paris, e ponto. hj, por exemplo, fui numa casa de chás e gritei umas 37 vezes. sem comentários. " rs! Saudade boa de gritar com ela! =)
¨¨ Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Massachussets revela que a atividade "entregar camisas" pode provocar efeitos de relaxamento e satisfação profunda em mulheres brancas, pintadas e detentoras de dentes gigantes. Say no more. =)
¨¨ 5 noites seguidas sonhando com mar bravo. Ondas gigantes e furiosas, como as de Maricá. Vai saber.
¨¨ Um amigo uma vez me disse que "brazilian women don't get old, they get blonde" e acho que o mesmo está acontecendo com Margotcachorrobravo. Ela que era marrom chocolate está mais clara a cada dia que passa, caminhando para um loiro platinado. hehehe. Mais gana a cada dia que passa tb! Amomargóti =)
¨¨ " preta, fala pra mim/ fale o que você sente por mim" toca de surpresa no carro e a gente dá pala de cantar entre risos. Que bonito estar em ares abertos para a alegria do simples. Agradeço todo dia. Todo dia, viu?!
¨¨ Uma terça colorida aos que passarem por aqui. beijosmeus!
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Por que amo a fal
e morro, MORRO de saudades dela.

"Como disse a sensacional Wanda Sykes, se você você for contra o casamento gay, não se case com um. E vale o mesmo pra aborto e cassino: não faça, não frequente e, principalmente, não se meta na vida alheia. De mais a mais, essa conversa sobre a tal ditadura gay tá me deixando passada. O que eu quero dizer é: onde eu assino? Se vocês quiserem tomar o poder, sou a favor. Taí uma ditadura que eu apoio. Por favor, derrubem o governo e ocupem tudo. Colaboracionista de primeira hora, contem comigo generalíssimos. E se, no poder, vocês espirrarem, saúde.
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Tava lendo uns e-mails _ não-dirigidos exatamente pra mim, mas prum número enorme de pessoas, euzita incluída _ e me dando conta de como é bom, como é abençoado não ter importância nenhuma, nenhuma. Leio sobre as providências que todos terão que tomar e penso que é uma maravilha chegar num ponto da vida que um elástico de cabelo, um pouco de rímel e o endereço no papelzim pra explicar pro taxista donde vamos é o que basta.
Não ser ninguém na ordem das coisas, não buscar ou ser buscado, é liberdade.
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E gente, me explica o seguinte: que tanta implicância é essa com aqueles adesivinhos que tem nos carros da familinha feliz? Já vi de pai, mãe, fio, cachorros, dois papais um cachorro e um gato e um de um cara com dois gatos. Nunca vi de duas mamães. O que eu não entendo é: pq a implicância? Que que tem se o caboclo gosta do carrinho dele adesivado? Vejam que eu não legislo (oi, Silvana, o verbo é assim?) em causa própria: não tenho família e nem Torresmo comporta adesivos mas, oi? O cara gosta de adesivinhos. Ele vai lá, cola meia duzia de adesivinhos na porra do carro dele. Hum hum, você vai me dizer que é o que os adesivinhos representam, que eles são o baluarte de tudo que há de errado neste país, a letra escarlate que marca a nociva classe média deste rincão tropical? Hum. E tu qué coisa mais classe média, aliás nelsonrodrigueana, que ficar reparando no carro dos outros, camarada? No que que tem no carro dos outros?? Hahaha. Imagina se a gente fosse implicar com a sua tatuagem, fio. Ah, tem gente que implica com a sua tatuagem? Hum, manda ir se danar, mô bem. Eu implico com a implicância. Tá tudo patrulhinha demais, vcs tão um pé no saco, sabiam? (hahaha, lembrei de um que o prof. PC postou, era uma familinha feliz e tipo, o adesivinho da mãe tinha sido raspado, oia, o casamento alheio em crise e eu rindo)"
Fal, a incrível, Azevedo
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We all can dance =)

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Rádio Plutão
Comemora o Dia Nacional do Samba na beleza vocal do velho e do novo.
Sambemos pois. =)


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