sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pessoa
Tava lá eu voltando do trampo quando a moçoila da Nacional FM contou que hoje era aniversário da morte de Fernando Pessoa e que o desencarne dele foi em 1935. 1935! Na melhor linha "percebendo o óbvio" fiquei de cara com o fato de ele ter vivido o que viveu e escrito tudo o que escreveu antes de 1935. 1935! E parei pra pensar no quanto o mundo já foi mundo muito antes de agora, muito antes de 1935 e muito muito antes desse antes também. Pensei nisso porque ando deveras preocupada com coisas que me parecem importantíssimas, essenciais e decisivas, como se cada passo ou nãopasso meu fosse o must da relevância para o pleno funcionamento do universo. De certa forma parece ser, mas de fato é não. Vista do macro, a conjuntura estrutural da minha singela vidinha é, bem, só minha singela vidinha. É minha, valorizo, me empenho para vivê-la no seu melhor, na trilha do crescimento, mas é isso. É só. O mundo, que já foi tanto mundo, vai continuar sendo mundo independentemente de eu passar em um concurso melhor ou não, de morar em Brasília ou no Pará, dos joelhos me impedirem de fazer o que tanto gosto, de ter nenhum, 1 ou 15 filhos, de viajar loucamente por mapas ou ficar paradinha aqui contemplando o desenho da capital. Não tô dizendo que é perda de tempo investir nos caminhos do agora e refletir pra escolher como lidar com a mudança de rumos. Longe disso. Mas pensar assim, tendo o macro como perspectiva, faz o hoje ficar um pouco mais leve. Pelo menos pra mim. Pelo menos agora. Aí ali, mãos no volante L2 afora, imaginei o Fernando Pessoa com a minha idade, lá no distante 1924, escrevendo, sendo o Pessoa. E senti meu peito relaxar como há semanas não sentia. Que bonito SENTIR que o mundo tem espaço e tempo para existir todo tipo de Pessoa em pessoas e SENTIR que eles vão seguir fazendo palavra, fazendo música, fazendo amor, fazendo a beleza simples que toca. Muito além das minhas coisinhas, o mundo vai seguir simsim, ói que bonito ( e ói que óbvio também. rs.). Precisa preocupação tão pesada assim não, Izaboba. E Adriana cantou essa no rádio logo após a notícia. Pra musicar a chegada surpresa da leveza. Um presente.

"eu vivo a sorrir, eu vivo a sorrir
pro caso de você virar a esquina
e adentrar a livraria
pro caso de o acaso estar num bom dia
pro caso de o destino me haver reservado a alegria
e o meu fado estar fadado a ser a sua sina

eu vivo a sorrir, eu vivo a sorrir
pro caso de você errar a vereda
e acertar o elevador
pro caso de o acaso estar inspirado
e emaranhar por capricho tempo e espaço
cruzando as nossas linhas soltas num laço

eu vivo a sorrir, eu vivo sorrir
vai que se materializa o meu sonho dourado
vai que me espera com boas notícias o inesperado"


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Fica a dica
trilha sonora yeah. =)

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Plutoemos pois
Quero ir para Plutão. Passagem só de ida. Em um busanga daqueles de dois andares e quero a poltrona primeira do andar de cima, em que a frente é toda de vidro e só se vê céu, estrada e suas laterais variadas. Quero vazia a poltrona ao lado, para que eu me espalhe tranquila em movimento meu. E espalhada em veludo amarelo, me sentir assim quase pano. Quero que a viagem seja ridiculamente longa e que dê tempo de fazer muito e pouco de tudo. Ler rios, escrever cadernos, cair em cochilos, sonhar sonhos misturados, ouvir som de que gosto e som novo, esticar as pernas colando os pés no vidro esquentado pelo sol, comer matula surpresa feita por um alguém querido, olhar a estrada, fazer nada. Quero dias claros e quentes, noites frias, chuvas finas, tempestades e sóis coloridos. Quero a mais genuína solidão. Quero o aconchego bom do desenlace. Quero chorar o mais triste dos choros e quero rir como nunca ri. Quero o elefantito e o ciciobelo da infância e quero neon gritante nos meus nove fios de cabelo branco. Quero conversar sozinha e depois me calar por horas. Quero contar as piadas que reprimi por serem muito más e quero achar graça nenhuma. Quero minhas unhas carmim. Quero lembrar beijos e esquecer. Ou não. Quero aquele gosto um e o cheiro leve da romã aberta. Quero leveza por completo. Quero a completude da imperfeição.

E quero viver cada sentido com o prazer de quem se despede.

Em Plutão o todo será outro.
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Hã, Biloute?

cícero. pela fechadura.( não sei de quem é a arte. sorry.)

¨¨ Cícero esquenta meu peito em dia fresco. E nos outros todos também.
¨¨ Estou oficialmente a um passo de completar o "Izabela" do meu crachá com "não quer participar do bolão da mega sena da virada, grata.". Nêgo fez aposta pra ver quem consegue me convencer a apostar. Só pode ser.
¨¨ Estar consigo. E ficar ali em contato com as próprias limitações e dores e desejos e medos e confusões e incoerências. Não é fácil. Não estou dizendo que seja ruim, veja bem. É bom, traz frutos bons, complica pra descomplicar. Mas não é fácil ponto. Ufa é que a gente sabe bem que "fácil é uma palavra que não existe no vocabulário adulto" ("o sol de cada manhã") e já parte pro trem esperando tempestades. Mas o refresco vem. Tarda, mas vem. 
¨¨ Luti, o "estalos" continua na minha barra de favoritos. Nada não, só fazendo uma pressãozinha carinhosa. rs. Saudade, querida. =)
¨¨ Há alguns meses minha mãe trocou de carro. E o que preencheu os pré-requisitos de conforto e praticidade estabelecidos por Donelzinha foi, pasmem, um daqueles esportivos, cheio de faixas pretas na pintura e coisetal. O dito "carro de boy". Minha mãe tem 64 anos e tem uma energia impressionante, na melhor linha "formiga atômica", que deixa muita gente mais nova (eu inclusive) no chinelo. Só que no trânsito não. No trânsito ela se transforma em uma senhourinha de 82, ói só p'c vê. Aí que ela me deu carona essa semana e a gente tomou meia dúzia de buzinadas num trajeto relativamente curto. É que nêgo vê aquele carrão mega esportivo na frente, bota fé em um desenrolo veloz, e minha mãe fica ali ... na média de 40 km/hr... em BRASÍLIA... rs.... nem aí pras buzinadas... seguindo no seu perigoso tempo lento. =).
¨¨ Falando em Donelza, ela chegou de Minas no domingo ( e já foi de novo. detalhe. rs.). O que significa minha cozinha FELIZ, cheia de café, queijo, requeijão caseiro de verdade, docedeleidipatsdiminas e uma broa de amendoim lá de Uberlândia tão ridiculamente gostosa que dá vontade de gritar WTF a cada mordida. Minas gerais. Amo. ai ai.
¨¨ "Winner of the Zelda Fitzgerald Emotional Maturity Award", diz o já matei por menos sobre a Juliana Cunha. Engraçadíssimo yeah. E só me levou um ano de visitas quasequediárias para reparar, ói que perspicaz. Por isso que eu acho é graça quando o Fred atende o telefone lá de casa dizendo "pastelaria cosenza". Porque né, é.
¨¨ Meu sonho dourado é ter Tataaa e Jeannjeann como guardiões da minha sala, me protegendo de todo o mal e espantando gentes várias com ferocidade. Tataaaa ficaria nessa pose aqui 
e Jeannjeann, bem, com sua cara de Jeann mesmo. E eu e Tataaa concordamos que ele certamente causará mais temor. rs.
¨¨ Não é fácil. Mas já falei sobre isso, né? Nevermind.
¨¨ Tinha mais.
¨¨ Beijosmeus. =)
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Guinoza
"Smileys Faces
No Programa do Jô, o psicólogo João Oliveira contou que, hoje em dia, está cada vez mais difícil perceber expressões de medo e tristeza nas pessoas. Demonstrar esses sentimentos, avalia o psicólogo, é encarado como sinal de fraqueza. Por isso são camuflados.  

João Oliveira é autor do livro Saiba Quem Está à Sua Frente – Análise Comportamental pelas Expressões Faciais e Corporais (Editora Wak, 2011).

O psicólogo corrobora algo que os mais atentos à zoologia humana já devem ter notado. Eu, em todo lugar que vou, só encontro pessoas determinadas e felizes; capazes e sorridentes; realizadas e de bem com a vida. Pelo menos é assim que se mostram. Se são de fato, não sei. Mas é tanta autoafirmação que desconfio haver um bocadinho de falsidade no comportamento proativo desse numeroso exército de Smileys Faces.

Sei que a vida, com suas “pegadinhas” de mau-gosto, exige que sejamos corajosos para enfrentá-la. Respirar sem perder o fôlego não é para principiantes. Sei também que simular felicidade valoriza o nosso marketing pessoal. Felizes, vendemo-nos mais fácil.

Por esses motivos, estufamos o peito e bradamos não ter medo de nada e nunca estar triste. Mas será verdade?

Escreve Eduardo Giannetti: “Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o autoengano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto.” (Autoengano, 1997, Cia. das Letras).

E aí, você tem medo de quê? Você está triste por quê?"
Marcos Guinoza ( no excelente o idiota feliz)
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"Vamos nos espalhar sem linha
ver o mundo girar de cima"...


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O universo é um caldeirão de caos variado. 
é fato. mas imagino o quão pior ele seria se não existissem os muppets. =)

dica do pedrão pra fal e da fal para os que são de drops. 
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pois sim
que o tempo tá curto curto muito curto, o comprimento da ladeira beira o ridículo (oi fal!) e a vida fanfarrona (oi ka!) segue que segue em seus passos macios. aí que passo macia aqui só pra dizer oi (oi!) e te convidar a parar o seu tempo aí um cadinho pra ouvir essa. em outras palavras: oh, please, have some cake! que cake faz bem ponto.
beijobolo! =).
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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Paula brilha
e viva a excelente safra de 1976. =)

"36 coisas que aprendi em 36 anos

Nesse sábado, completo 36 anos. Sempre achei, por um motivo inexplicável, que morreria aos 36 anos. Eu estava enganada: morri aos 35. Foi aos 35 que dei adeus a tudo a que meu ego se apegava e resolvi recomeçar minha vida do zero. Aproveitando a proximidade do meu aniversário, resolvi colocar no papel minhas reflexões recentes sobre o que aprendi nesses 36 anos de...
vida.

1. Nunca jogue futebol com uma pedra portuguesa, se atrás do gol estiver o portão de vidro do seu prédio (foi mal, mãe);

2. Não espere estar totalmente pronto pra começar a fazer algo que você ama;

3. Seja humilde e nunca se envergonhe de dizer que não sabe algo, ou de perguntar;

4. A televisão consome muito mais tempo e causa muito mais estresse do que você imagina. Experimente ficar um mês sem; (eu digo amém. quase 3 anos sem. =))

5. Se exercite ao ar livre;

6. Cuide bem do seu corpo. Parece óbvio, mas não se esqueça de que você só tem esse;

7. Você pode fazer novos amigos em qualquer idade;

8. Em algumas situações críticas, mais vale um conhecido – ou mesmo um estranho – bem intencionado do que um velho amigo ocupado/desinteressado;

9. Dê o devido valor e atenção à sua família e amigos;

10. Para coisas importantes, não mande um e-mail: telefone;

11. Compre sempre a melhor roupa de cama e de banho que puder;

12. Viaje. Se tiver pouco dinheiro, corte todas as demais despesas e viaje;

13. Prefira sempre ter poucas coisas de boa qualidade;

14. Vá de táxi;

15. Comece o dia agradecendo por estar vivo e por todas as coisas boas na sua vida;

16. Termine o dia refletindo sobre o que aprendeu, a quem ajudou, e no que pode melhorar amanhã;

17. Dê sempre uma segunda chance;

18. Depois da segunda pisada de bola, esqueça;

19. Se você precisa de um relacionamento amoroso, não tenha um relacionamento amoroso. Só considere estar com alguém quando você não precisar disso, mas sim quiser;

20. Coloque sempre a sua máscara de oxigênio antes de tentar ajudar o próximo. Isso vale para tudo na vida;

21. Imprima suas fotos preferidas;

22. Aliás, tire menos fotos, e viva mais;

23. Nunca mande um e-mail, sms ou faça uma ligação quando estiver com raiva. Escreva, se precisar, mas deixe para enviar no dia seguinte;

24. Não seja passivo-agressivo;

25. Não coloque qualquer um para dentro da sua casa. Amigos de amigos, conhecidos e amigos distantes podem trazer energias indesejadas para o seu ambiente. Proteja o seu lar e a sua família;

26. Nos dias de chuva, o melhor programa é sempre uma pilha de livros na sua cama;

27. Saiba quais são os seus valores, deixe eles à vista e repense, revise e substitua com a frequência necessária. Lembre sempre deles quando estiver tomando uma decisão;

28. Siga sempre a sua intuição;

29. Aquilo que você mais teme geralmente é aquilo que você mais deseja;

30. Ouça muita música, sempre. Descubra um cantor ou banda nova todo mês, pelo menos;

31. Tenha amigos muito mais velhos que você, e tenha amigos muito mais novos que você. Aprenda muito com ambos os grupos;

32. Quando um relacionamento termina, não quer dizer que não deu certo. Quer apenas dizer que terminou;

33. Se uma pessoa com quem você já disse que não quer nada é muito persistente, não quer dizer que você seja especial ou que ela esteja muito muito apaixonada, mas sim que ela é persistente. E também meio sem noção;

34. Elimine as pessoas e pensamentos tóxicos;

35. Lave. Enxague. Não precisa repetir.

36. Gentileza gera gentileza. Mesmo."
Paula Abreu
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Rádio Plutão
o sol da sua noite em claro. que chove. também. =)


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