quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por que amo a fal
ela me faz sorrir. =)

e esse sorrisinho bom é arte da bia, em seu atorretrato
ói que bonito...

" De vez em quando só me resta sacudir a cabeça, sorrir e admitir: os imbecis do mundo têm um novo rei."

" Advertência domingueira:
Cuidado com quem não sangra, com quem não tem nenhuma cicatriz, nenhum esqueleto no armário, nenhum corpo no porta-malas do carro, nenhuma marca do tempo e nem arrasta, vez por outra, umas correntezinhas pela casa mal-assombrada. Cuidado, sobretudo com esses debilóides que repetem o que ouviram alguém mais debilóide ainda dizer "na vida só me arrependo do que não fiz".
Essa gente é um perigo.
Alguma coisa ali é péssima: ou a memória ou o caráter. Hum, ou ambos"

"O que a gente faz com esse povo que não deixa recado na secretária eletrônica? Castra? Pendura pelo dedão?"

" Seus tomates orgânicos, sua coleção de canecas, seus amigos sicilianos, sua prateleira de CDs de jazz, sua loção pós-barba. Meu cansaço."

" Daqui a cinco milhões de anos, não vai mais existir nenhum ser que você conheça, ou reconheça, sobre a face da Terra. Tudo que você faz, pensa, é, quer ser, seu CIC, seu passado, seus descendentes, seu problema de menisco, sua bisavó maluca, o Messias da Haendel, o PCC, o suco de uva em caixinha, as plásticas da sua atriz favorita, o sorriso do seu filho, o ACM, as obras de Van Gogh, esse seu livro sobre o Rembrandt que dá tanto orgulho, o Supremo Tribunal Federal, a borrachinha do freezer, a liquidação da Oscar Freire, essas birras miúdas, as grandes questões, o livro novo do A. Bourdain... nada disso significará mais nada.
Vá brincar no sol." (amém, falzitcha, amém!)

Fal Azevedo (trechos do excelente "O nome da Cousa")
.........................................................................................
......................................................................................
Só conto o milagre
" Mando uma mensagem para Deus com cópia para você." (ói que honra...=))
" Podicê." (santo aglutineiro)
" Vai lá ver que eu já vou ter ido embora!" (mais uma modalidade de convite.rs!)
" Essa turma da Educação Física tem a cadeira "sadismo" como matéria obrigatória na universidade."
" Eu digo: senhor, me manda uma por semana! pare de me mandar todas de uma vez!"
" A fórmula é garantida: eu + bebida + esquisitinha no canto = gol." (ai, esse santo...)
" O livro e o porco estão comigo. Fica aí quietinha, não avisa a polícia e eu volto a ligar com as instruções para o pagamento do resgate." (e depois fui informada de que o porco é porca e está com síndrome de estocolmo. dancei. rs!)
" Eu ADORO as reações adversas!" (disse o santo, abrindo a bula festivamente)
" Reflexos exagerados..." (santo, bula, braços esvoaçantes e eu dando pala de rir... hehehe!)
....................................................................................

terça-feira, 26 de julho de 2011

Por que amo a fal
e choro com ela.

arte da carol, da brigite acessórios

"Chorei tanto, tanto pensando em você. Hoje chorei pensando em você. Não chorei por causa do dinheiro que perdi nalgum bolso dalguma calça dalgum lugar, dinheiro grande, de passar o mês. Não chorei por causa de trabalho, embora este aqui, este bem aqui na minha frente, com todos os seus dezesseis capítulos forrados de jargões inacreditáveis e frases de sete linhas, já tenha me feito chorar numa dessas madrugadas. Não chorei de solidão, embora eu me sinta tão só, tão, tão, tão só, tantas vezes, tão só. Não chorei de raiva ou de dor, mesmo sentindo raiva e dor. Não chorei de medo, meu bem, embora 'medo' seja meu nome do meio. Chorei por mim. Chorei por mim. Não chorei por angústia, por dó da gatinha que morreu, porque meu cabelo não é mais o que era, nem minha saúde, nem minha pele, nem meu olhar. Não chorei de saudade do meu irmão ou dos meninos, porque meu pai não me amava, porque quero lugares que não posso ter, porque, porque, porque. Não chorei por nada disso. Não chorei por nenhuma das velhas razões e frustações, não chorei por medo do futuro (que é enorme. O meu medo, não o futuro). Chorei, porque sinto a sua falta. A sua falta, a sua. Não é falta de um marido, não é falta de trepar, não é falta de ir acompanhada aos lugares, não é falta de um toque ou um abraço (Passo dias e dias sem tocar ninguém, sem ser tocada por ninguém. Estamos em 1998 e eu não percebi?), não é falta de vida nenhuma que eu já tenha tido e que acabou, nada. Chorei porque sinto sua sinto a sua falta. A sua."

Fal Azevedo
..........................................................................................

segunda-feira, 25 de julho de 2011

da cor
ela teve aquele pesadelo do mesmo. aquele que ela não conta. pensou nele durante o banho e saiu andando pela rua sentindo o vento nos cabelos molhados, franzindo os olhos de frio. foi andando assim como quem sabe do tudo e, sabendo, sabe que anda pro nada. foi andando com pés nunca tão firmes, nunca tão leves, nunca tão dela. foi andando porque só sabe ser de passo. foi andando inteira. e sentiu o feixe de luz amarela que vinha do quasesol.
................................................................................................

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Dia bom dia
Na leveza do que realmente importa.
O que há de mais raro, simples e genuíno.
Muito bom, simsim....
Dá pra sentir daí?
=)
arte de jana magalhães. amo ponto.
...............................................................................
Presente Palavrado
"Hoje é dia de iza
... de repente a vejo, parecia desenho, botas caramelo que mostram parte da perna, vestido de colorido feliz, um cabelo tonho-nhoin e sardinhas doces que se espalham pelo rosto suave; mãozinha delicada de aceno de miss que por capricho insistiu em não crescer, tão delicada quanto quem a conduzia.

acelerada como alguém que acorda às 5 da manhã, sabe-se lá Deus como, e para malhar; às dez horas da manhã já fez duas maratonas e foi e voltou a pirilandia com um DV na garupa.

com insônias mil produz textos que alegram sempre nossos cafés com doçura e delicadeza, às vezes com amor e dor, na verdade uma mistura de clarice e caio fernando...

hoje é dia de iza, hoje e todos os outros 365, hoje e mais aquele pedacinho de dia que sempre sobra são dias de poetiza e todos os seus infinitos pseudônimos..."
Júnior de Castro
coisa linda esse presente de aniversário, pequi...
presente maior é ter amigos assim na vida...
obrigada, querido! mas ó, ai quem me dera ser qualquer mistura de clarice e caio...rs! =)
beijobeijo
...............................................................................
Verborréria, foco errado e bobaginha

Autocontrole. Eu tentando me concentrar em um processo cheio de pepinos e a estagiária liga o som em alguma dessas rádios religiosas. Começa então aquela quasegritaria enfática e um tal de "jesus, jesus, jesus" sem fim. Juro que não entendo essa onda da repetição compulsiva do nome do cara, me dá a impressão de que a palavra vai virando só letra combinada e perde seu sentido de tanto ser falada de maneira mecânica. Assim, como se a preocupação maior fosse mostrar que se está falando Dele e não efetivamente falar com Ele. Ou então insinuando que Ele é dispersinho, tem algum problema cognitivo e só vai prestar atenção se chamado pelo nome o tempo todo. Mas nãonão Iza, nada de problematizar o trem, volta pra sua batata quente. Autocontrole. Documentação confusa, mensagens eletrônicas, quem será que pode me dar essa informação e de novo o som que vem da mesa de trás me tira daqui. Como nêgo não se toca que está em um ambiente comum e simplesmente instaura a ditadura do seu gosto musical? Cadê a sábia filosofia de que cada um molha a si "póprio"? Giro a cadeira e, entre monitores, presenteio a fulana com aquele meu sorriso-meiobico-verdebile (quem me conhece sabe bem como é) na intenção de deixar claro que algo no ar está azedando. Doce ilusão. Ela sorri. E me ofereçe um pedaço de rosca. Aí é minha vez de mentalizar: jesus, jesus, jesus, porfavorzin não dê material para comentários tão cruéis povoarem minha mente! Ok. Autocontrole. Processo, papelada antiga, agenda, telefone. E quem sou eu pra falar mal de música no local de trabalho, sério. Também ouço. MAS COM FONINHOS. Os outros não tem a obrigação compartilhar meus rocks e sambas e jazz e blues e mpbs e as porcarias que eu ouço em segredo, sem contar pra ninguém que gosto (shhh...). Giro a cadeira de novo e solto um tranquilo "você quer meus foninhos emprestados?". Ela diz " Não, obrigada. Daqui a pouquinho vou embora." Tudo bem. "Dica" é uma palavra que não existe no vocabulário dela. Autocontrole. Pensa no Milad, Iza. Se ele consegue passar as doze horas de sol no céu sem comida e água, em jejum total, você consegue ignorar a "música" e fazer o que tem que fazer. Mas quanto tempo é "daqui a pouquinho"? Por que no bom e velho mineirês um pouquin pode ser horas, dias, uma vida até. Ela ali louvando e eu aqui com aquela sensação idiota de quem acorda com frio no meio da madrugada mas não consegue despertar o suficiente pra pegar o cobertor. Você sabe do que precisa, o trem tá ali bem à mão, e você abraça o incômodo ao invés de sacudir o dito. Autocontrole. Processo. E aí, eu coloco "war pigs" do black sabbath no talo e mando uma vibe na linha "ozzy mordendo a cabeça do morcego"  só pra provocar? Nãonão, vai que ela aumenta o som. Ok. Chega. Uso da eucação que Dona Elzinha me deu, passo uma pá doce no rosto e finalmente digo: "então, na boa, a música tá me incomodando". Ela faz uma cara sincera de oops, pede desculpas e desliga o som. Ói que bonito. Eu deveria ter falado lá no minuto um. Acho que foquei na palavra errada: a questão não era de autocontrole e sim de assertividade. O autocontrole funciona bem pra abrir mais tempo pra reflexão, pra segurar a onda das tempestividades nocivas, pra esfriar tensões (ou esquentar, dependendo do caso...rs!), pra não se afetar tanto. Mas acho que ele não resolve problema algum. Quem resolve é a assertividade. Vá lá, diga de maneira clara o que quer dizer, sem ofender ninguém, e ponto. Assertividade. Autocontroleblé... que bobagem minha... =)
..................................................................................
"don't take yourself too seriously..."
Céu canta e eu digo amém...
.................................................................................

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Hã, biloute?

"amélie polain", arte de jana magalhães

¨¨ Brasólis segue seca...

¨¨ Faringite deu adeus (de mãos dadas com o inverno astral) e o céu todo brilha lá fora. Eu não tenho perfil pra ficar doente ponto. E nem sei explicar o quanto é bom acordar zerada de novo. =)

¨¨ O dia de aniversário começou com uma ida ao hospital e seguiu com enraizamento no meu quartinho amarelo. Teve um momento em que me olhei no espelho e me senti em um filme hippie: bata florida, sem trabalhar, sob o efeito de drogas pesadas e rindo boba pro cheiro do chá de laranja. Foi lindo. rs!

¨¨ Na linha "diga-me com quem tu andas...", Fred e Ci se conhecem pouco mas tem algo forte em comum: "sonecam" com maestria quaseinsuportável. Eles são capazes de passar uma quantidade ridícula de tempo cochilando e sendo despertados de novo a cada 5, 10 minutos. Juro que não entendo esse prazer sádico do sono interrompido... pra mim faz mais sentido dormir até o limite do tempo e quicar da cama no primeiro toque. Ou fazia. Devo confessar que hoje de manhã "sonequei" uma vez. Aff! Ave cruz que a convivência com esse "tipo de gente" (rs!) tá me estragando. Ou consertando. Vai saber. =) 

¨¨ Du e Lu, obrigada pela visitapresente. AMEI. Delícia de almoço primaveril (rs!) em sempre adorável companhia! Que venha o próximo encontrão!

¨¨ Você assistiu à reportagem sobre o dv na trilha no dftv? Não? Clique aqui !!!! =) sensacional!

¨¨ E é isso. Como só tenho escrito não-postáveis, hj vai rolar um repeteco, em homenagem ao Gabifran, e um roubinho lá do malvadezas só pra não perder o costume. Beijos amarelos a todos!
...........................................................................................
"Call me Ishmael." Herman Melville (Moby-Dick) =)

Serviço de Utilidade MTA dá aqui um conselhinho. Antes de dar nome ao seu filho, gato, cachorro, planta, carro, caderno (é estranho, eu sei) ou qualquer coisa outra, faça um pequeno teste. É rápido, fácil e indolor. Aí vai: diga o nome escolhido a um estranho. Se ele demonstrar (verbalmente ou não) que não entendeu, faça um favor à humanidade e escolha outro. Vá de Maria ou João... lindos e certeiros. Digo isso porque ontem conheci um lindo bebê de nome SINSGRID. Eu de boca aberta e com um ponto de interrogação gigante piscando em neon na testa e a mãe repetiu: SINSGRID. Juro que me segurei. Porque minha vontade foi perguntar enfaticamente " I beg your pardon??" e avisar a mãe que ela própria repetirá essa mesma frase, só que na exclamativa ("I beg your pardon, SIN!!!"), assim que ela cair em si e perceber que, de fato, foi deveras semnoção. Espero que a pequena SINSGRID seja compreensiva. E você, faça o teste! O universo agradece.
..........................................................................................
Eu não resisto!

Último Pedido
"Cultivo o hábito, o singular hábito, de pedir aos amores, quando da despedida, que eles permaneçam pelo tempo de um último cigarro. Gosto de contemplar a tortura do ódio que se resigna diante de um pedido de não amor e que se permite ficar, pela poesia que imploro nesse instante de sensações ímpares. Quando não há ódio, há saudade. Saudade que nasce no momento em que dou o primeiro trago desse último estar junto. Bonito igual.
Às vezes é manhã, e gosto de ver a luz clara incomodando os olhos que ora fogem, ora persistem na minha figura. Às vezes é noite, e o cigarro é o tempo do táxi que pedi e que pago porque não quero meus amores a andar por aí em madrugadas tristes de término e renascimento.
Cada término é um renascimento. Um mais do mesmo, reinventado.
Alguns não entendem e saem batendo porta antes que eu satisfaça esse desejo íntimo. É preciso compreender. Então fumo contemplando a ausência. Um brinde seco e solitário ao que se desfaz. Sem comemorações mórbidas. É pura e simples a reflexão primeira de uma dor ou um alívio que passa a existir no instante do adeus.
Peço para que não falem. “Sente-se apenas”. Se fumam, ofereço, acendo, posiciono o cinzeiro e ficamos os dois nesse vazio que tem que ser vazio, porque não cabem palavras, nem gestos largos, nem ações precipitadas. Muito provavelmente foram elas que nos levaram até ali. E se muito nos permitirmos, terminaremos o cigarro aos gritos ou aos beijos. Ou os dois.
Porque o término é um fim, de tudo. Um basta dessas coisas todas que já não suportamos, mas também de muitas outras que não queríamos que acabasse. Mas por não sabermos lidar com umas, acabamos por abrir mão de todo o resto. O resto pode ser muito, o resto pode não parecer, assim, resto, mas continua não valendo à pena. E enquanto essas coisas vão passando pelo pensamento, as cinzas vão se acumulando…
Às vezes, em pé, num batente de porta. Como paramos ali? Por que começamos, afinal? Pelo pensamento, tudo. É como construir um índice desordenado do que virá pela frente, de como será transformar amor em saudade ou dor em vida. Um pautar a superação ou o desespero, enfim… O descobri necessário. Momento de se preparar para cobrir o que virá da ausência do outro. Reformular, redecorar, refazer, mudar.
Por vezes, desejo que esse último cigarro seja eterno, prolongo-o quase que até o filtro, me demoro em apagá-lo e fico brincando com a pontinha pelo cinzeiro até que se apague sozinha, não mato, deixo que morra, muito lentamente. Outras vezes bastaria três ou quatro tragos para entender tudo ou chegar a conclusão que não é preciso entender nada. Mas não faço diferença, e deixo que queime até a última chance.
Ao outro sobra a função de acompanhar meu ritmo. E fugir do meu olhar. É preciso que olhares não se encontrem muito nessas horas, embora eu me fixe em alguns porque é simplesmente inevitável. Amores e amores… Tão singulares, mas todos, igualmente e religiosamente, ao menos uma vez na vida, vão ter de mim o tempo de um cigarro. Reflexões de Marlboro."
Cíntia Moraes
...............................................................................
Trilhinha do dia =)

...................................................................................
Só conto o milagre
" Pra você ter uma idéia, o apelido do meu pai era "espalha-montinho".
" Bebeu?... de manhã?..." (santo, indignado, diante de um absurdo ouvido)
" A vassoura caiu..." (AMO qdo a vassoura cai ponto.)
" Eu estava em uma fase da vida em que tudo era motivo pra tomar uma cerveja." (santo explicando como descobriu aquela música com o meu nome...hehehe!)
" Ele desbancou Darwin. A ordem é: caroço de manga, sapo e estrela do mar." (rs cavalar!)
" Ai, irmão..." (ai, pára...)
" Eu nem disse muita coisa porque no Garota Carioca ninguém quer saber se ela lê, esse tipo de coisa." 
" Ok. But are you a pathological snoozer?"
" É verdade. Ele é bem da linha "lock your doors".
" Cansado." (disse o santo, já saindo para outra empreitada)
" - Quem será que foi dirigindo?
 - Jesus. " (ufa!)
" O problema não é ser feio, é o que você faz para piorar." (sábio santo)
" O nome da cor é vermelho-dente." (hum. =))
...................................................................................

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Estômago
na foto: a vista daqui
"Eram de longe.
Do mar traziam
o que é do mar: doçura
e ardor nos olhos fatigados."
Eugenio de andrade

"A cousa que sufoca, que oprime, que não espera, que não compreende. A cousa, a cousa. A que vem por aí. A que espera na curva. A cousa que estrangula. Que faz o gato engasgar. Que chuta suas canelas. Que faz você perder por um triz. Que mancha suas camisas. A cousa que nos cerca. Que se dá ao respeito, pois a cousa tem lá seus pudores. Uma cousa que se diga. Que abate, que nega. A cousa estava lá quando você se olhou no espelho bem de perto. A cousa some com um pé das suas meias. A cousa nunca flui. Ela não se ajeita aos poucos, ela não se resolve sozinha. Não foi a cousa que botou um caroço no seu peito esquerdo, mas ela foi com você buscar os resultados dos exames. No escuro, a cousa está lá. É dela a respiração que você ouve. A cousa tem fome e não dá moleza para vagabundo. Ela não tem pena dos órfãos. A cousa não se ilude. Qual é mesmo o nome da cousa? "
Fal Azevedo (em "O Nome da Cousa")

"Hierarquia das faculdades; distância; arte de distinguir sem hostilidades; nada misturar; nada conciliar; uma prodigiosa multiplicidade que, apesar de tudo, é a antítese do caos – esta é a condição preliminar, o longo trabalho secreto e o domínio artista de meu instinto (...).“Querer” alguma coisa, “aspirar” por algo, ter uma “meta”, um “desejo” em vista – nada disso conheço por experiência. neste mesmo instante, considero meu futuro – um vasto futuro – como um mar calmo: nenhum anseio chega a encrespar suas águas. por nada deste mundo quero que as coisas se tornem diferentes do que são; da minha parte, não quero tornar-me outro."

Nietzsche 

"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada."
Miguel Torga

"Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois."
Mário Quintana
.......................................................................


quarta-feira, 13 de julho de 2011

So long, inverno.
Hello, dia mundial do rock!!!!!!!!!!!!!!
e dia meu tb! iêi! =)
e a mistura dos dois dá nisso aqui ó:

vida longa ao rock! e que os 35 venham temperados.
...................................................................................

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ufa, tá acabando!
O inverninho astral cabuloso. Começou daquele jeito já aqui contado, deu tréguas, veio pra dentro e ficou ali me esfriando como que em soluços. E agora volta pra fora pra fechar o trem com chave de ouro: faringite aguda, noites de sono revoltoso, garganta que dói até os ouvidos e saliva boba que misteriosamente vira bola de fogo ao ser engolida. Bonito isso. Mas como nem só de mimimi "veve" essa caranga, devo admitir que não é nada ruim receber os cuidados do meu amor - que enrola cachecol no meu pescoço, me protege do vento e esquenta meu frio -, os mimos da hermanitas - sempre ali, presentes em todos os sentidos da palavra -, a virose solidária da afilhada - que tá bem mais acamada que eu, quedóquedó - e a desculpa forçada pra dar um tempo do trampo e vir aqui pra serra... no meio da semana, ói só... nessa anarquia boa. Pois sim. Agradeço feliz pelo lado colorido do trem. Mas, tá bom né? Chega. Que acabe amanhã! 
 E na linha " pra tudo na vida há um trecho da fal"...

 " Cabeça zonza. Gribe, gribe. Os cachorros querem comida e colo. Eu quero que eles se danem. Tosse. Fungada. Espirro. Perdi o cartão do banco, dão posso fazer compras pela interdéte. Gribada, gribada. O lado negro da força cobeça a me adrair. (...)
Telefonema do tintureiro para avisar que perdeu meu edredon de florzinhas. Gribada. Cabeça doendo. Celular fora da área de cobertura.Gatos revortosos. Unhas totalmente ruídas. Pobre. Gribada. Vontade de ir para a praia, o que quer dizer que estou doente mesmo. Bulta de trânsito dum lugar ao qual dunca fui. Gribada. Gribada. Tosse. Espirro. Malvada. Gribada. Sem boletas da alegria. Não bom. (...)"
Fal Azevedo
........................................................................................
Amo Pethit
amo a leveza quaseescrita desse vídeo. =)


.......................................................................................

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Hã, biloute?
¨¨ Céu lindo de morrer... aquele azul claro despejado e sem nuvens. O frio tá indo embora, tão sentindo? =) ! Minha vontade visceral de atear fogo em todas as minhas calças e usar só vestidos para todo o sempre agradece.
¨¨ Fancy thursday, casual friday.
¨¨ Aula de spinning todatodatodainteiramesmo só com som brazuca. HUM! Ok. Já tentou cantar "...tá de bobeira?" durante a sequência de saltos e "... rios, pontes e overdrives" na subida de infinitos minutos? Não tente. Trust me.
¨¨ Notícias de Coquine sempre trazem maciez. Saudades de você no diaadia, darling. Muitas.
¨¨ O yahoo não anda valendo uma pipoca molhada e o blogspot tá toda chiliquenta, engolindo posts, recusando fotos e dando pitaco nas cores de minha escolha. Aff ponto. Em compensação, Falzitcha aquelagana enche o universo de alegria com o drops de volta à ativa. Equilíbrio. Bonito isso.
¨¨ Ontem foi uma noite daquelas de quintal brilhante. Leveza², riso, desemplano, comentários sagazes e a constatação da beleza simples e poética de ser ponte. rosí, minha flor, amo-te imensamente ponto. E ainda não encontrei aquele adjetivo... mas te aviso no segundo um em que ele chegar. =)
¨¨ Na linha "não se cozinha na cozinha", Ci conta histórias mil com sotaquin bomdimais de minas, Rudolfis sempre me faz rir e Milad me ensina palavras novas: tabla (pandeiro, em árabe) e هندوانه = hendoneeh (melancia, em farsi). ói que bonito!
¨¨ Nunca o verbo farrapar foi tão exaustivamente conjugado, eu sei. Entendam, queridos, entendam. Não é descaso, são as circunstâncias, juro. Não me excluam do grupo, não falem mal de mim mais do que o habitual, não troquem meu nome por algum apelido cruel que eu desconheça, além dos que já tenho. Oh please, compreendam com graça a farrapança alheia! =)
¨¨ E á, o dv na trilha tá arrasando Paris lá no facebook e agregando mais colaboradores a cada dia. Coisa bonita é ver tanto plantio... e frutos bons sendo colhidos...
¨¨ beijoamarelo. 
......................................................................................
Pessoa de presente
" Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
...Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia. "
Fernando Pessoa
............................................................................................
A quem possa interessar

Laranjado
Sou feita de amores. E todos, até os mais diminutos, são grandes. Tenho um caso de amor nada secreto com o chá de laranja com especiarias. Não sou muito dada a chás. I'm a coffee person sem tirar, pôr ou titubear. Mas o de laranja tem um sentido diferente e impera com seus encantos. Pra mim ele é mais que um chá. Meu primeiro contato com ele foi em um verão ultraquenteúmido em uma terra distante. Uma crise de sinusite sinistra me fez passar noites em claro por causa da tosse seca. Aí eu seguia com a minha grande xícara fumegante para a varanda e ficava lá : cadeira de balanço, chá, "on the road" do Kerouac e mar. Foram madrugadas de mal estar físico combinado com uma solidão gostosa e bem curtida. Parece contraditório, mas não é. Era o equilíbrio encontrando seu lugar. Desde então esse é o gosto que o chá de laranja tem pra mim. De equilíbrio. E nessa tarde de sexta,a água quente que toca a língua vai espalhando cheiro e gosto laranjados por cada um dos meus tantos pedaços. Sei bem o que quero e me entrego ao desemplano. De novo:parece contraditório, mas não é. Equilíbrio. É a chegada da hora laranjada. Seja bem-vinda. Tás em casa.
.....................................................................................

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Eu não resisto
malvadezas! bom simsim. =)

Amor no bar
"Foi logo depois que o bar abriu suas portas.
As últimas luzes do dia ainda entravam pela janela de forma teimosa. O barman limpava o balcão preparando-se para receber os primeiros clientes, que costumavam aparecer no início da noite. Muitos ficariam ali até de madrugada, lamentando a vida e procurando um pouco de consolo no fundo dos copos.
Mal havia acabado de limpar o balcão quando ouviu a porta se abrindo. Era um homem de meia idade, com ar cansado. Vestia um terno amassado e carregava uma pasta. Caminhou em direção ao balcão, sentando-se num banco e mal ergueu os olhos quando fez seu pedido.
- Um duplo. E amendoim.
Em silêncio, o barman serviu a bebida e empurrou o pratinho na direção do sujeito, que bebeu metade do copo de um gole só e encheu a boca com os salgadinhos.
- Já deixa mais um duplo engatilhado aí.
Um pequeno alarme disparou no cérebro do barman.
Em seus anos de experiência atrás do balcão engordurado, havia aprendido a prestar atenção nos homens que pediam a segunda bebida antes mesmo de terminar a primeira. Diferente dos demais, que iam ao bar somente por não ter outro lugar para ir, estes homens eram aqueles que bebiam para esquecer.
E os anos atrás do balcão também haviam ensinado ao barman que existem somente dois motivos que fazem com que um homem precise beber para esquecer.
- Mulher ou trabalho?
Sem pressa alguma, o homem terminou de mastigar os amendoins e deu mais um gole antes de responder.
- Trabalho.
- Dia difícil?
- É. Pode-se dizer que sim.
O barman trocou o prato de amendoins sem falar nada. Tarimbado por anos e mais anos de histórias amargas, era quase um especialista no que diz respeito ao fracasso. Já havia enchido o copo de fracassados de todos os tipos, cores, religiões e níveis sociais. E sabia que o melhor a fazer era deixar espaço para o cliente desabafar. Mas como o homem continuou em silêncio, ele entendeu que era sua vez de falar.
- Você trabalha em quê?
- Eu sou o Amor.
Pela primeira vez em anos, o barman se sentiu genuinamente surpreso com a resposta de um cliente. Na verdade, esperava que o homem fosse um advogado de porta de cadeia. Ou talvez um vendedor, daqueles que vão de porta em porta. Mas o Amor?
- Como assim?
- O Amor, sabe? Ah, claro que você sabe. Todo mundo já ouviu falar de mim. Essa música que está tocando.
- Ray Charles.
- Isso. Escuta essa parte.
They say the time
Heals a broken heart
But time has stood still
Since we’ve been apart
- Viu? Está falando de mim.
O barman pegou um copo e serviu-se de uma dose. Automaticamente, encheu novamente o copo do sujeito.
- Eu não sabia que o Amor era uma pessoa.
- Não sou. Mas posso assumir a forma que quiser. Qualquer pessoa, qualquer bicho. Facilita bastante quando tenho que trabalhar fora do escritório.
- Você trabalha muito na rua?
- A maior parte do tempo. Normalmente passo as manhãs no escritório mexendo em relatórios, e depois do almoço vou para as ruas.
- Relatórios? Que tipo de relatórios?
- Ah, o de sempre. Quem se apaixonou por quem, quem pediu quem em casamento, quantos “eu te amo” foram ditos no dia anterior. Aí comparo com as metas do mês e vejo como está meu desempenho. Tem mais amendoim?
- Aqui. Mas todo mundo procura o Amor o tempo inteiro. Seu trabalho não deve ser difícil.
- Isso é o que você pensa. Todo mundo acha que procura o Amor. Mas quando eu apareço, não sabe o que fazer comigo. Tudo por causa das comédias românticas. Serve mais um para mim e para você. Eu pago.
- Comédias românticas?
- Sim, os filmes, você já viu? Dá mais amendoim aí.
O barman encheu a pequena vasilha em silêncio. Nunca havia contado para ninguém que um de seus filmes preferidos era Harry & Sally, e não seria agora que iria escancarar isso para o mundo.
O sujeito do outro lado do balcão continuou.
- Por causa deles todo mundo acha que é fácil, que o Amor sempre vence no final. Então ninguém se esforça mais. As pessoas acham que basta ter duas ou três frases bonitinhas no bolso, uma música boa como tema, e pronto. O homem ou a mulher da sua vida vai aparecer e você vai ser feliz para sempre. E não é assim que funciona.
- Não?
- Claro que não! E a dedicação? E a compreensão? O perdão? O esforço em aceitar o outro como ele é? Fica tudo nas minhas costas! E, quando não dá certo, a culpa é de quem?
- Sua?
- Claro. Quantas pessoas você não ouviu dizendo que “o Amor não presta”? Não é culpa minha se as pessoas acham que a vida é um filme. Olhe, se um dia eu encontrar essa Meg Ryan na rua, eu atropelo. Eu nunca tentei me transformar num carro, mas acho que consigo. Essa mulher que se cuide. Dá mais um aí.
- Mas se você está tão sobrecarregado assim, porque não pede ajuda?
- Ajuda? Deixe eu te explicar uma coisa. Eu trabalho num escritório de cinco metros quadrados, com duas mesas. Eu fico em uma, e meu estagiário na outra. Sim, eu tenho um estagiário. É um cupido irresponsável.
- Como assim?
- Ele mal sabe escrever o próprio nome. Outro dia escreveu Amor com h. H-A-M-O-R. E, quando eu estou fora do escritório, ele sai dando flechadas em todo mundo. Você faz ideia dos problemas que isso me cria? Pessoas que não têm nada a ver uma com as outras se apaixonando e achando que aquilo é Amor. E eu tenho que consertar tudo sozinho.
- Mas porque você não o demite?
- Ele tem as costas quentes. É amigo de um sobrinho de Eros, ou algo assim.
- Você já tentou pedir mais ajuda?
- Mais de uma vez. Cheguei até a fazer uma coletânea com músicas sobre o Amor, para mostrar que eu sou importante para as pessoas. Era uma senhora coletânea, sabe? Serve mais um pra mim. E mais amendoim. Pedi para que o cupido fizesse e indiquei algumas músicas. Frank Sinatra, U2, Eric Clapton. Não deu certo.
- Por quê?
- O cupido achou que seria legal abrir a coletânea com Claudia Leitte. Ele disse que ia causar impacto. Resultado: ninguém nem levou a sério.
- Mas e o U2? O Clapton?
- Nem ouviram. Aliás, foi pior. Pegaram um DVD da Cláudia Leitte emprestado com a Luxúria. Ela tem todos. Agora, ficam assistindo o tempo todo agora, no escritório. O pior é que o cupido nem trabalha mais. Fica o tempo inteiro cantando junto e fazendo coreografias. Mas, por outro lado, eu acho que a coletânea não iria ajudar mesmo.
- Por quê?
- Porque as pessoas ouvem estas músicas, se emocionam, acham que o Amor é lindo, mas não fazem nada a respeito. Não adianta o Eric Clapton gravar Wonderful Tonight e ninguém fazer sua parte. As pessoas precisam entender que não é a música que faz o Amor ser bonito, mas sim o Amor que faz a música ser bonita.
- Bem colocado.
- Falta vontade das pessoas. Aliás, que horas são?
- Quase sete.
- Preciso ir. Tenho que resolver um problema na Coréia ainda hoje. Um cara vai brigar com a esposa, sair de casa e se apaixonar pela irmã da vizinha. Vai se divorciar e casar com ela. Em dois anos, vai se divorciar de novo. Nenhum dos três vai se apaixonar novamente e passarão o resto da vida me xingando. Tenho que impedir isso.
- Como?
- Não faço ideia, vou pensar em algo no caminho. Fecha a minha conta, enquanto eu procuro o endereço na pasta.
- Não. Fica por conta da casa. Esse bar precisa de um pouco de Amor às vezes.
- Obrigado. Não vou me esquecer disso. Sério, e para entender a letra desse cupido? Isso é aqui é um H? Ou um K?
- Acho que é um K. Acho.
- Merda de cupido. Bom, eu me viro quando chegar lá. Boa noite.
Saiu sem olhar para trás. Minutos depois, os clientes regulares começaram a chegar. Em pouco tempo, o bar estava lotado de homens com rostos marcados e olhar cansado. Todos bebiam em silêncio, com o fracasso estampado em seus olhos. Às vezes, maldiziam a vida e os próprios empregos.

E resmungavam algo sobre o Amor e o fato de ele ser um grande filho da puta."

Rob Gordon
................................................................................
Perguntinhas
Por que do chão?
Por que tataaa tá tão boazinha?
Por que escrevo no escuro?
Por que mais engraçada quando brava?
Por que o ritmo da cozinha sacode desalentos?
Por que a luz magra deixa o quarto monocromático?
Por que tão belo tantos finos adjetivos?
Por que aveludada em tipos?
Por que é iraniano e pronuncia nomes com sotaque italiano?
Por que não deixo Guima terminar?
Por que assim, meio sem pele?
Por que milho tem gosto bom de casa de vó?
Por que tudo é sempre tão rotulado?
Por que pergunto?
.....................................................................
IM em : o bizarro mundo de Iza - Parte 2
Izabela Fernand... nath!
Nathallie de Sou... oi
Izabela Fernand... tava lá no banheiro escovando os dentes, coisital, e entra a loucalouca
Izabela Fernand... aí ela foi lá, panãnã, lavou a mão e disse
Izabela Fernand... "tchau, IZA"
Izabela Fernand... IZA
Izabela Fernand... como assim?
Izabela Fernand... tá escrito IZA no meu crachá ?
Nathallie de Sou... kkkkkkkkkk
Izabela Fernand... só faltou me chamar de querida, me dar abracinho e dizer: "bate"
Nathallie de Sou... ta vendo aí
Nathallie de Sou... amiga íntimaaa
Izabela Fernand... credo em cruz
Izabela Fernand... é o fim dos tempos, nath... tem jeito não...
Nathallie de Sou... tem não iza
Izabela Fernand... ainda bem que eu tava escovando os dentes, aí não deu pra ver que eu tava espumando
Nathallie de Sou... kkkkkkkkkkkkkk
Nathallie de Sou... o mundo está perdido
Izabela Fernand... simsim
Izabela Fernand... rezemos pois
Nathallie de Sou... ai ai aqui é cada um q aparece
...................................................................

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ou quase
samba. "uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor", broto de alfafa, riso a três, morango, sol, saquinho de açúcar orgânico atirado em pombo argh (pleonasmo). precisão cirúrgica. billie holiday. cochilo, preparação, WTF. reação. dancing mood. multiplicação espontânea de hermanos, ska derretendo o palco, ska quicando no chão. tudo quica. hum! brega. paraense beba doida, mari ri que ri, preconceito musical dá tchau de miss. faz um T, faz um T. móveis coloniais. v.i.p carimbado na testa, chuva de brocal, pulo, joelho, cansaram?. sopro bom me gusta. desencaixe me cutuca. soy loco por ti, ai, américa. fila festiva, quentão, novos amigos, descrições cabulosas para rosí gargalhar. moska. leve. aquele poema que amo do donne. aterciopelados. bolas, varal, cores, coração de veludo que dança. andrea canta com o corpo todo, catarina flornocabelo dá tapas em pratos. takai. saudades da vá, doçura. mistura boa.

inverno aperta. som salva.
....................................................................................
Mil vezes Clarice

"Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou. Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus. Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso. Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro. Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos. Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa. Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida. No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança. Mas eu, eu não me perdôo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho."
Clarice Lispector
.................................................................................................
Sei, não sei, sei, não sei...


.................................................................................

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Por que amo a fal
na foto: por essas e outras AMO. 

" Pais divorciados tem um faro incrível para roubadas.

Calor insuportável, que não acaba, que não melhora, a chuva só faz o calor do asfalto subir e me surrar. A Sílvia, que é má, acaba de me garantir que não existe chance, por menor que seja, de eu acordar e ser agradavelmente surpreendida com a contastação de que essa vida não é a minha. A chance que existe é de eu acordar numa vida pior que esta. O que me enche de pavor. Mas depois, com pena de mim, ela disse que n'alguma dimensão paralela ela está passeando nas ilhas gregas, e que eu estou junto. Já melhora um pouco. A pia? Nojenta. Cheguei num ponto em que me irrita ter faxineira e me irrita não ter, irrita ter que fazer jantar e irrita não cozinhar, eu amo os gatos, eu odeio os gatos, eu queria querer ir viajar, mas a verdade é que não quero sair daqui por nada deste mundo, sou apegadíssima aos meus bens (e meus "mals") materiais, mas, ao mesmo tempo, ando enchendo sacos de lixo enormes, aqueles pretões, de 100 litros e jogando tudo fora.

E meu velho pai era um caso à parte. Ele atraía as roubadas, ele era um ímã de tretas.

Nunca pensei que diria isso, mas os saquinhos de supermercado dessa casa acabaram. Meu Deus, como assim? Então saquinhos de supermercado não se reproduzem por brotamento? A gente tem que repor? A vida é mesmo um mistério sem fim.

A pièce de rèsistence do Pai foi uma viagem de férias às capitais nordestinas. Pacote de excursão, porque o velho adorava uma excursão. Em Recife, o passeio principal era uma voltinha de escuna até a Ilha de Itamaracá. Comecei a enjoar no cais.

Paula ligou. Na terra dela é o quinto dia seguido de chuva, com quase 43 graus de calor. O tempo todo. Ela disse que hoje cedo a filhinha dela perguntou: "O sol sumiu, mamãe?". Depois ficamos em silêncio, eu adoro silêncios telefônicos e daí ela me disse "tenho medo que o tempo passe". E quem não tem, querida? Anyway, a essa altura do campeonato, eu e meu prato de sopa fria não faremos comentários.

Dentro da maldita escuna, eu suava frio. Estávamos lá fazia dez minutos, quando começaram a aparecer golfinhos. Lindos, lindos, mas Deus, meu estômago havia trocado de lugar com o esôfago, os golfinhos que se danassem.

Suas dívidas. Seu cão. Sua taxa de ácido úrico. Seus charutos. Suas filhas. Seu filho. Sua firma. Sua sinusite. Seu passado. Seus amigos. Suas escolhas. Seu porre. Seu nariz. Suas compras pela TV. Sua caneta-tinteiro. Sua terapeuta. Seus prazos. Suas certezas. Suas dúvidas. Seu medo de altura. Seus tiques. Seus advogados. Sua mãe. Seu Sotaque. Seus bilhetes. Sua loção pós-barba.. Seu bigode. Suas perdas. Seu ronco. Seus pesadelos. Sua coleção de elefantes. Suas sardas. Seus sócios. Seu jipe. Suas sandálias.

A pobre Violeta, imune às desgraças que me acometiam, corria pelo convés, gritando, acenando e me puxando "Olha, Alma, olha, golfinhos, golfinhos!!"

Dei uma entrevista na TV pra divulgar a vernissage. Em pânico, atordoada, fui maquiada e solta debaixo dumas luzes furiosas. A entrevistadora transformou todos os meus defeitos em atrações especiais. Depois de ser entrevistada por ela, não moro mais no bairro pobre de uma cidade pequena. Moro num "refúgio, à beira-mar". Não sou mais esculhambada, sou "despojada, blasé e chique". Meu alcoolismo, meu ostracismo profissional, a morte da minha filha e todas as merdas pelas quais já passei foram "experiências marcantes, que me ajudaram a amadurecer enquanto artista e enquanto ser humano a nível emocional". Eu juro por Deus. Enfrentarei a exposição tentando me sentir não esquisita, mas "excêntrica".

Vomitei por todo o oceano Atlântico, matando de nojo os outros turistas e nunca mais o Pai me arrastou para outra roubada daquelas."

Fal (sempre incrível) Azevedo
..................................................................................
de Tempo próprio

"Do que fizemos com nós mesmos:
Empreendemos nossos melhores esforços e conseguimos, enfim, transformar o que era belo e bobo em algo simplesmente grandioso e vulgar."

Sr. T, entre o assombro e o encanto
..................................................................................
Ele, amplo
" Pra você. Pra hora em que a fome bater.", disse ela, com uma maçã na mão esquerda. E ele, que sempre carrega frases prontas na ponta da língua, por um minuto não soube o que dizer. Ela abriu um pouco mais os olhos, em espera. E ele, tão acostumado a ser só e, só, a só cuidar só de si, viu um mundo outro no redondo da maçã. Ele, diante do braço estendido e do meio sorriso sincero, sentiu no rosto a cor da delicadeza. Estava claro, até no ar, que não havia nenhuma intenção afetiva ou sexual no gesto dela. Ela, que caminha leve, viu as duas maçãs dentro da bolsa e lembrou que ele ficaria ali até mais tarde. Ela, que gosta de guardar a mão direita em bolsos de vestidos, seguiu o impulso simples de dividir. E ele, que teve que aprender a não precisar de receber, pegou a maçã e agradeceu, quase sem voz. Ela saiu da sala e ele levou a maçã ao nariz pra sentir o cheiro, não da fruta, mas da mão que oferece. Cheiro um. E ele, tão confortavelmente enfadado de tudo que é do mesmo, foi tomado pelo novo. Mordeu a maçã como quem muda de vida. E - na textura, no barulho e na cadência do movimento - foi sentindo o espalhar do amor humano, do amor maior. Sentiu o gosto do amor amplo. E ele, já com uma camada de casca caída no chão, sorriu escondido e quase quis chorar. Por dentro. Um doce quaseaindanão.
....................................................................................
Só conto o milagre
" Ela mexe pedrinhas, cuida da Lua, mas a Terra que se foda."
" Ele é o contínuo "elegante" de lá." (com ênfase nas aspas e biquinho torto...rs!)
" Tô não, bem... " (ai,...)
" Não pularás fogueiras não-pernambucanas." (santo ampliando os mandamentos)
" Enfiou o facão na bananeira? Então não vale!."
" Passei o dia ensAlarada." (com "A" mesmo. quedóquedó!)
" Esse negócio de amor me confunde um bocado." (a todos nós, santo querido)
" O nome índio dela é Enfiafuçanaterra."
" Como assim eu sou o babão do chefe? Vou falar mal dele daqui a pouco!" (a-hãm)
" É da Bahia? Porque parece que o problema tá la na Bahia..."
" Só no sistema não dá. Aí não tem de onde tirar graça." (rs cavalar!)
" Ó senhor, livrai-me porfavorzin de toda essa mesquinharia que reina entre os ditos semideuses." (amém)
.......................................................................