sexta-feira, 29 de abril de 2011

Know/ Are, Potêiro/ Potato....
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Hã, biloute?
¨¨ Manhã de vento fresco e sol estalado na capital. Céu lindo! =)
¨¨ A Cosenzada 2011 foi a melhor de todos os tempos ponto. Mais de 50 Cosenzas e agregados confinados em um hotel no meio da Serra da Moeda e dessa vez ninguém brigou, nem deu piti, nem deu vexame. Nem parecia reunião de família italiana...hehehe. Foi de estranhar o fato da tia Gilvânia berrar apenas um nk durante todos esses dias, mas uma comissão já está sendo formada pra analisar o ocorrido. Cogita-se intervenção ...rs! Rolaram as coisinhas boas de sempre: cafés da manhã eternos, piscina, muita cerveja, muita prosa, saudades matadas, jogatina, violão e o tradicionalíssimo futebol Cosenzada (bytheway, consegui a proeza inédita de jogar as duas partidas sem machucados sérios,obrigada). Noitada de som ao vivo, uniforme oficial e cineminha foram as novidades dessa edição e todos sairam de lá já fazendo planos para a Cosenzada 2012. Todos menos a Tia Cosenza, é claro. Mas a gente sabe que "ela faz cinema"...
¨¨ O Camisacheguei apareceu ontem, pasmem, de uniforme. Uniforme de cor bege, xôxa, chué, um horror. Perguntei a ele sobre o passar o dia sem o gritante das cores estampado e ele respondeu um tranquilo "senhorita, aposentei meu pijama e agora durmo de camisa" e soltou um metro de risada. Sábio Camisacheguei....
¨¨ Se o celular toca numa noite boba de terça e o convite é:" vamo viver a vida? agora!", você pega a bolsa e VAI, né? Nada a fazer senão abraçar a beleza do incontestável... =)
¨¨ Na linha "selo recomendo", o show bailão do ruivão do Nando Reis foi sensacional! Eu que nunca achei muito ou pouco fiquei de cara com a deliciosa variedade que ele despejou no palco. Rolou de CCR a Vando...muito bom, simsim! Detalhe, ele tava desbarbado. Cê lá ví...
¨¨ Alicinha, me segura... que até agora não me recuperei do choque de ter ver surgindo assim de surpresa no meio da multidão. Sua acidez faz falta, sua insuportável! E o show só terminou com bichos escrotos por que você tava lá, meu bem. hehehe!
¨¨ Dona Elzinha, que alegria foi seu aniversário ontem! 63 e sua energia pra vida continua maisqueinspiradora. Amo-te loucamente, ma mama querida!
¨¨ Pequi, querido, tá sentindo um cheirinho de ccbb no ar? =)
¨¨ Rolou "beat it" hoje na aula de spinning. UMA DÊ!!! Dei pala de cantar e quase quebrei a bike.
¨¨ Ói só, tô viciada no malvadezas. Leio e releio trocentas vezes os textos e comentários mis (até os que não gosto tanto assim) e minha vontade é parar de escrever e ficar só copiando tudo delápracá... =) ... mas pode não, né? então deixo a dica para visitas diárias (o link mora ali ao lado) e thumbs up cavalar para esse aqui: http://malvadezas.com/2011/04/27/ato-2-inercia/#comments
¨¨ Amanhã é dia de pedal sempre festivo para quem é de dv na trilha e o domingão vai ser de Audax 300 para os hardcore. rosí, meu bem, boa prova! Vá a la grega! rs! =)
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Tempo nãocontado
Não sei. Sei que estamos em treinamento. Todos nós ponto. E essa idéia incorporada tem me dado a impressão de que quanto mais me entrego ao amor maior mais me afasto de todo e qualquer amor específico. Nem sei se o que eu acabei de dizer faz algum sentido. Não sei. Invisto nessa concepção de entendimento aberto do mundo, do todo meu e do todo do outro, das merdas e belezas minhas e das merdas e belezas do outro (sábia rosí já disse " afinal, a gente é o outro do outro"...) . E essa clareza tira o peso e o sentido dos julgamentos - fica tudo resumido a uma palavra: escolha. ponto - e faz simsim com que eu me perceba tomada por esse sentimento afetivo gigante, descolado de picuinhas, sem endereço, fluido, quasenatural. A questã (como diria a Fal) é que essa fluidez, que na minha humilde opinião é SENSACIONAL, parece ter me deixado meio que anestesiada, distante do apego do amor direcionado, do amor por alguém. Não sei. Nêgo aparece e é bom no que é bom e é ruim no que é ruim - e bom no que é ruim também (treinamento, darlings) - e vivo como o último cada segundo e deixa de fazer sentido e ponto. Ótimo, de verdade. Sem grandes expectativas, sem grandes sofrimentos. Não sei. Talvez seja o desapego meu a essa valorização descabida que as pessoas dão à continuidade das coisas. Por que meu objetivo não é que dure, mas que seja bem vivido, que seja uma oportunidade de experimentar coisas novas e mudar as atitudes velhas. Que eu possa ter voz pra falar do que eu acho massa, ser genuína, colocar limite no que me desagrada. Que ninguém seja capacho de ninguém. Que seja leve, intenso, livre de hipocrisia. Que se possa gastar o amor ( "gastar"no melhor sentido da palavra), seja em um dia, uma semana, em um mês, no tempo que for. De que importa o tempo contado em número? Nada. Pra mim, nada. Meio o que diz aquela do Little Joy: "saiba, o caminho é o fim mais que chegar". Mas tem algo nessa tranquilidade do "deixar passar" que me cutuca um pouco. Não sei. Me gusta, é bem verdade, seguir tranquila e distraída. Mas não sei. Lembrei o que escrevi sobre isso anos atrás ** e acho que pode ser um medinho bobo de que o desapego me pegue demais. Medo de chegar ao ponto de não sentir mais nada. Não sei. E nem sei se preciso saber. Só sei que tá bom assim e enquanto estiver bom eu vou degustando os frutos pelo caminho... invadida pela leveza do amor pelo amor... mordendo com gana cada pedacinho.rs!

**
Não me pega o desapego
O resto, de tudo eu pego um pouco
Me pega a noite a sono solto
Me pega a insônia
O samba, a cachaça,
O brio, a falta de graça...
Isso tudo me pega e passa.
Só não pego o desapego
Nem sei a cara dele
Nem sei se tem cheiro
O teimoso não me pega...
Mas boto fé ser eu a obstinada
Arriscar?
Vai saber se se pega
Aí não me pega mais nada.
(escrito em 2009. passado passado. )
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Quanto chico é muito chico?
Todo chico é POUCO!

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Só conto o milagre

"Cada um molha a si "póprio."
" Só depois do meio dia em ponto. Já que eu não sei a que horas vou parar, tenho que estabelecer pelo menos a do começo." ( santa sapiência...)
" Corre, seu saco de osso!" (santa mãe, incentivando o filho que jogava bola)
" Quer que eu explique a razão da risadinha?"
" Fazenda é igual a filho. Só é bom quando é dos outros e só pra visitar." (hum, acredito, vai. rs!)
"Essa é a cara dele de simpático."
"Esse ano ela tá uma lady."
" Obrigado, Iza, por esse momento." (santo me esculachando após o cineminha circo dos horrores.)
" A parte do seu corpo que mais cresceu foi o pescoço." (eu tava tímida e com ombreiras, pô! AFF! Malditos anos 80. ponto)
" Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou... Smurfs! Família Adams! " (santo em desafino. rs!)
" Me dê um D, me dê um U, me dê um I, me dê um L, me dê um O..." (santo soletrando errado o nome do marido. oops!)
"Já cantei três pra minha bike. É que ela tá na revisão..."
" Poderia ser: tem ou não tem. Pra descobrir. Tipo kinder Ovo com Surpresa." (santo resolvendo questão importante. seria lindo se assim fosse... rs!).
" A gente está naquela fase: vamos rir que chorar borra o rímel." (simsim!)
" Tudo depende do propósito da empreitada." (ponto.)
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IM em: o cumprimentador de corredor ataca novamente
Izabela Fernand... tataaaaaa
Tharsila dos Sa... izaaaaaaaaa
Tharsila dos Sa... sua tratante! o q q aconteceu?
Izabela Fernand... oops
Izabela Fernand... tava aqui atolada de trabalho, qdo vi já era hora de almoçar com um amigo e acabei nem avisando...foi mal... =(
Tharsila dos Sa... a nat e o cesar falaram
Izabela Fernand... mas não se preocupe, o universo já me puniu pelo descaso
Tharsila dos Sa... q foi
Izabela Fernand... hj o sr banana veio aqui
Tharsila dos Sa... affffffffffffff... fazer o q?
Izabela Fernand... falar com o chefe. e veio aqui me dar um beijinho
Tharsila dos Sa... MENTIRA!
Izabela Fernand... foi horrível tataaaa
Tharsila dos Sa... q nojo!!!
Izabela Fernand... eu atrás da mesa, não tinha como escapar
Tharsila dos Sa... afffffffff... ele não se toca nao??
Izabela Fernand... não. blarg. ponto
Tharsila dos Sa... ridiculo
Izabela Fernand...eu não queria,mas vou ter que usar meu poder de influência (hahaha!) com o ministro
Izabela Fernand... pedir prele baixar um decreto proibindo o beijinho entre colegas de trabalho
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkkkkk
Izabela Fernand... posso contar com seu apoio?
Tharsila dos Sa... nossa eu sou a primeira da fila
Izabela Fernand... rs!
Tharsila dos Sa... eca
Izabela Fernand... e digo mais
Izabela Fernand... nêgo não vai poder chamar a gente de "querida" a não ser que a recíproca seja verdadeira.
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tharsila dos Sa... boa!
Izabela Fernand... o que quer dizer que NINGUÉM vai chamar a gente de querida!... rsrsrsrs
Tharsila dos Sa... isso q eu ia falar!
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkk
Izabela Fernand... simsim =)
Izabela Fernand... e por que o banana agora vive de terno e gravata ?
Tharsila dos Sa... boa pergunta
Tharsila dos Sa... ele ta se achando importante né
Izabela Fernand... ave cruz...
Tharsila dos Sa... até onde eu sei ele continua sendo nada la
Izabela Fernand... bonito isso! rs!
Tharsila dos Sa... kkkkkk
Izabela Fernand... talvez seja uma tentativa de "dar uma melhorada"
Tharsila dos Sa... coitado..
Izabela Fernand... tentativa tola
Izabela Fernand... pq ali não adianta mexer na casca não
Izabela Fernand... só transplante de personalidade salva
Tharsila dos Sa... hehehe tadinho.. não mesmo
Tharsila dos Sa... tomara q ele tenha ficado com raiva de mim
Izabela Fernand... RSRSRS! ai, pára!
Izabela Fernand... seria uma benção
Tharsila dos Sa... ô! torço por isso! hehehe
Izabela Fernand... mas boto fé que não
Tharsila dos Sa... eu temo q nao tb
Izabela Fernand... ele vai te ver e abrir um sorriso kilométrico e vir te dizer oi com beijinho
Tharsila dos Sa... kkkkkkkkkkk
Tharsila dos Sa... affffff
Tharsila dos Sa... ontem eu vi ele no corredor... eu tava indo pro banheiro
Izabela Fernand... e correu?
Tharsila dos Sa... aí eu dei meia volta pra ir no daí perto da sua sala
Izabela Fernand... boa! estratégia improvisada é o que garante (ou quase) a sobrevivência nesse mundo cão, meu bem
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terça-feira, 26 de abril de 2011

Na estrada

atrás do marrom da lente dos óculos e com o reflexo da janela doladilá.

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Palavra Roubada
Primeiro texto sobre signos EVER que não me perdeu lá pela linha 4. Sensacional. =)

Verborragia astrológica
"Tava entediado pensando num tema pro meu próximo post do malvadezas.com. Esgotei todas as minhas idéias pro Tumblr (por que pra quem não sabe eu vivo sendo engraçadinho no tarracanenenocolo.tumblr.com) e continuei na pilha de escrever quando pensei: ok, não preciso fazer nada sério afinal ninguém ta vindo aqui pra ler nenhuma tese de doutorado.

O assunto de hoje então é muito mais simples: signos!

Tem gente que ama, tem gente que odeia, tem gente que morre de preguiça da astrologia e do zodíaco. Eu sou um dos que acredita que alguma coisa deve fazer sentido e que tem que ver issaê. São muitos anos de experiência percebendo a relação entre pessoas do mesmo signo pra concluir que alguma coisa nisso tem que ser verdade, então vamos lá, uma análise de um por um feita por este que vos digita.

Áries

Gente louca. Geralmente hiperativos, arianos gostam de fazer 12 milhões de coisas ao mesmo tempo e é capaz de manterem todas essas sendo feitas durante anos e anos. Determinados, decididos, engajados e acima de tudo: um puta pé no saco. Ta, não vou generalizar afinal nada aqui é livre de exceções, mas a maioria dos que eu conheci são um pé no saco. Querem ser muito felizes, amigos, necessários e presentes. Gente, dá um tempo e fica lá construindo uma casinha de sapê que vai todo mundo continuar tocando a vida.

Touro

Ah, os taurinos! Nascidos pra brilhar e dotados de uma popularidade, diplomacia e educação ímpares, são fofos e te dão vontade de levar eles pra casa, só pelo conforto e alegria de saber que quando você chegar eles vão estar lá te esperando com uma cervejinha na mão e um bom papo já engatado pra te tirar daquele estresse chato de um dia inteiro de merda. Adoro taurinos, são ótimas (se não as melhores) companhias para ingerir álcool.

Gêmeos

Instantaneamente geminianos me dão preguiça. Explico. Geminianos são, literalmente, gêmeos. É Ruth e Raquel numa pessoa só e eles estão acostumados com o fato de que as pessoas em volta se importam com isso. Eu não me importo. Geminianos são fofos, são pessoas boas e principalmente de bom coração, mas gente, eles tem eternamente 12 anos de idade mental e nunca vão sair disso. Por um lado é bom, geminiano é bom pra ter idéia (o problema é que sempre tem uns conflitos por que, né, é mais de uma pessoa num corpo só) mas no final são bacanas se você manter uma distancia segura.

Câncer

Cancerianos são fofos, chorões. Costumo dizer que são piscianos só que com um coração descongelado dentro do peito. A maioria é boazinha, tudo gente boba, fofinha, basicamente um bando de criança grande. Hmm.. e… bom. Meio que é isso. Acho vocês cancerianos meio mimimi demais e fiquei meio sem o resto do assunto, deu uma leve preguiça. Mas cês são gente boa e tal, não corram pra chorar no canto da sala por que o texto de vocês é curtinho, gosto de vocês seus bobo.

Leão

Já conheci muito leonino caricato, aquele que quer mesmo ser o rei da selva. O maior problema dos leoninos é que eles crescem se convencendo disso, que são mesmo. Boring. A maioria deles não passa de uma criança mimada e prepotente que acha que ta sempre certa e esconde todos os problemas pra contar pro próprio travesseiro quando chora antes de dormir. Leoninos, vocês não são perfeitos, aprendam a lidar com isso, facilita muita coisa. São pessoas fofas, engraçadas, prontas a ajudar e a defender a cria quando necessário. Eles só tem que ter um choque de realidade de vez em quando pra ver que o mundo lá fora gira em torno de outras coisas, não deles mesmos.

Virgem

Virgianos, seus lindinhos do meu coração! Virgem é o amor em pessoa, e a loucura também. Gente noiada e louca, sistemática. Uma amiga uma vez contou a história de uma criança de, sei lá, 2 ou 3 anos, virginiana que já enfileirava os sapatinhos por cor e tamanho na estante. Organização fora de controle. Absurdamente inteligentes, sabem mentir tão bem a ponto de acreditarem na própria história que criaram e confundirem com a que devia mesmo ser a verdadeira, mas não importa mais, o que importa é que a verdade é aquela que ele mesmo criou, controlou, não importa se era ou não era antes. Virgianos sempre tem vícios, seja de beber, de comprar tudo que vê pela frente, de ser obcecado com um jogo de vídeo game que tem que terminar em um dia só. É a nóia do controle eterno, de estar sempre com as rédeas da vida na mão, mas no final se der errado, parte pra próxima besteirinha que der pra canalizar toda essa obsessão. Tarja preta já!

Libra

Librianos. O que dizer? Librianos são aquele tipo de gente que nem sabe que é libriano. Libra é um signo que sempre me deixou curioso. Tenho amigos incríveis de libra, amigas na verdade. Adoro mulheres de libra. Homens são chatos, noiados, geralmente feios e relaxados (calma gente, eu conheci os feios, não estamos generalizando, vale lembrar). Daquele tipo que odeia uma coisa que nunca experimentou mas considera comum e, se todo mundo gosta, ele automaticamente odeia e nem precisa conhecer e saber do que se trata pra decidir isso. Quer ir atrás da novidade, daquele novo filme iraniano passando na mostra cultural, por que assistir Blockbuster é coisa de modinha. A questão é que o libriano convive com um eterno medo de ser irrelevante, com a preocupação eterna de não ser esquecido e balanceia (sim, balança, há!) isso com o personagem do “foda-se, não to nem aí”. Mas a gente sabe que ta sim viu, seu lindo? Desencana disso, vai malhar, tomar um banho, passar um perfuminho e dar uma volta no parque, ligar pros amigos, ser feliz, que vai ficar tudo bem.

Escorpião

Tudo puta. Escorpiano é foda. Eu gosto de todos, de todas as idades, tamanhos, formas e cores. Por que escorpianos despertam emoções na gente, sejam elas quais forem. Eles fazem aquela piadinha mala que você acha filho da puta mas tem que admitir que foi engraçado, que ele tava certo. Escorpianos tem um eterno tédio, uma preguiça constante do mundo lá fora da qual eu compartilho e, talvez por isso, goste tanto deles. São sempre vaidosos, arrumadinhos, e você pode até olhar e achar que tem alguma coisa errada. Tem nada. Pra ele ta tudo lindo, ta tudo bem. E, ó, escorpiano da umas pegada boa viu? Fica dica ai pra vocês.

Sagitário

Boring, morro de preguiça. Próximo.

Capricórnio

Bom. Capricórnio. O que dizer? Minha mãe era de capricórnio, tenho uma amiga absurdamente importante de capricórnio. Sempre foram pessoas muito presentes na minha vida, muito importantes, muito difíceis. Mas sempre gostei deles. Capricórnio tem um charme, uma malemolência, um jeito de ser que você ama ou odeia. Eu amo e entendo, acima de tudo. Entendo que aquele chifre (do bode né gente, o símbolo e tal) pronto pra atacar é uma defesa mala que funciona muito bem pra todo mundo, e que ta certa, ta no lugar certo. Mas são pessoas importantes. Aquele que você pode contar sempre que precisar (caso ele te considere importante da mesma forma). Capricornianos são daqueles diários cheios de cadeadinho sabe? Demora anos pra você ir abrindo um por um e conhecendo, depende de até onde ele deixa você ir. De quantas páginas ele te dá pra ler. Mas o foda é que você sempre vai ficar esperando o próximo parágrafo.

Aquário

Tai um que eu nunca consegui padronizar muito bem. Gente de aquário é sempre absurdamente diferente. Acho que o ascendente deve ter alguma influência bizarra de alguma forma. Tenho aquarianos na família e, nossa, quanta diferença de um pro outro viu? Acho que tem uma questão de prioridades que varia. Mas aquariano é muito determinado, certinho, faz o que for necessário pra obter o sucesso, e SABE obter o sucesso. Basicamente pra resumir: aquariano é coxinha.

Peixes

Claro que o melhor vem no final né? Tem que encerrar com chave de ouro esse texto tão incrivelmente foda escrito por quem? Por um pisciano. Piscianos são tudo, e não são nada. São fofos, incríveis, chatos, lindos, infantis, maduros, engraçados, cansativos, necessários. Podia passar horas escrevendo mais e mais adjetivos nessas linhas mas talvez nem assim seria suficiente. Uma das histórias mitológicas do signo de Peixes diz que esse é o último signo justamente por ter sido criado antes os outros 11. Daí veio o pisciano, passando em um por um dos anteriores, pegando características, vendo o que era mais legal em cada um. Por isso pisciano é esquizofrênico. É muita gente dentro de uma só, é personalidade demais pra corpo de menos. Esse sim é o signo de gente mais diferente que eu já conheci, visto que eu sou um deles. Não tem pisciano igual, já vi de tudo quanto é jeito, de todas as cores, de várias idades, de muitos amores. Piscianos não tem limites, adoram vícios principalmente quando tem problemas na vida. A resposta é sempre a esbórnia que é onde ele sai da realidade e vai pra fantasia que é onde ele fica feliz. Um bando de bêbado. Piscianos são, literalmente, mutáveis. Aquele que você conheceu hoje pode não ser o que vai acordar amanhã. Mas ele volta. Todos eles voltam em várias partes do mês, da semana, as vezes até do mesmo dia. Pisciano é tudo louco, mas a realidade é que pisciano é uma criança carente de atenção que, justamente por ser esquizofrênico, supre a carência dele mesmo e passa essa imagem de ser auto-suficiente. Mentira gente, a gente ta aqui louco por um abraço, vem cá vem. Mas se não vier também tanto faz que a gente ta cagando. Mesmo.

É isso.

Aparecida Liberato mode: off. Ou melhor Susan Miller né? Mais chique, mais atual.

Beijo seus lindo do tio Guip."
Caio Guip
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Vídeo roubado
Roubado do bonequinha! Bia, Bia... sempre trazendo deleites visuais... =)
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Flor e marimbondo
Ela não era como as outras meninas. A começar pelos olhos, que tinham um castanho incomum e davam a quem os via a sensação de melado sendo derramado. E mais que isso, ela comia flores. As flores eram carregadas nos bolsos e comidas de pétala em pétala ou em mordidas encorpadas. Assim o fazia pela casa, pela escola, pelos parquinhos, causando em outros uma espécie de espanto nadadoce. Nadadoce. E ainda mais que isso, ela dominava a esquecida arte de cuspir marimbondos, mas isso é prosa para uma outra história.

Pois sim que um dia um marimbondo que não era um dos seus lhe picou a ponta da língua. A dor que doía vermelha, latejante e a solidão do inchaço mudaram algo nela. Ela perdeu o gosto pelas flores, parou de comê-las. Perdeu o que tinha de raro e passou a parecer mais parecida para os olhos de fora. Mas longe disso, o que ela fez de fato foi usar a sensiblilidade nova pra fazer mais. O simples toque na textura aveludada trazia mais que alimento. Ela aprendeu, assim, a ler as flores com a língua. E o encanto e a riqueza daquela leitura uma fizeram com que ela aprendesse mais. Aprendeu a ler o cheiro dos ares. Aprendeu a ler as cores das coisas. Aprendeu a ler a temperatura dos pensamentos abstratos. Aprendeu a ler o medo na fala dos outros. Aprendeu a ler olhos e bocas. Aprendeu a ler tudo que ninguém lê. E seguiu de tudo lendo, sem alardes, para ser sem-par às escondidas, ao menos um pouco livre dos grandes espantos.

Ela é amiga minha. Me aparece em sonhos. E me explica ou quase as coisas que eu não consigo entender.
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Quereres pontuais nº 2
três Cosenzadas por ano e Little Denise cantando "check me out" todo dia. ponto. =)
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terça-feira, 19 de abril de 2011

Hã, biloute?

¨¨ Faltam 2 dias para a Cosenzada 2011!!!

¨¨ Fim de semana foi sensacional, né? Em algum lugar que não aqui e pra alguém que não pra mim. E até que me consola saber que o universo normalmente dá um jeito de tentar equilibrar o trem e que alguém dormiu bons sonos e correu aquela corrida e saboreou temperos vários e beijou beijos sem trégua e dançou leve e leu o melhor dos livros e sentiu o cheiro colorido do sol... tudo pra compensar meus dias de cama, espirros intermináveis, incômodo, corpo que treme de frio e depois encharca de suor (sweaty fish is my middle name from now on), pernas latejantes, banhos madrugueiros pra tentar baixar a febre e energia pra nada além de tentar achar uma posição menos desconfortável a cada 15 minutos. Pensando bem, me consola NADA. Humpf! Anyways, pratiquei como nunca minha cara de sofredora de ponta de pedra : olhar lânguido, vestido branco esvoaçante, dorso de uma das mãos encostada na testa e outra mão esticada na direção do mar.Watch out, world! ! RÁ! rs...

¨¨ Ok. Casal separado que todo ano se encontra para almoço festivo no dia do aniversário de casamento deveria ser SERIAMENTE estudado por estudiosos de seiláqueárea. Ou então sair por aí dando workshop mundo afora... pq ave cruz que nunca vi nada do tipo. Tiro meu chapéu... =)

¨¨ A imagem da minha sobrinha de 2 anos apontando para um boneco cabeça de batata gigante e dizendo " tio dudu" é o tipo de coisa que me faz sair da cama em um dia nebuloso. Ponto.

¨¨ Carol me mandou essa aqui: “Sempre recebi elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou." Francisco Cândido Xavier......... Bonito isso.

¨¨ Tataaaa: volta, vai ter risoto de lasanha! rs!

¨¨ Jones... oi! =) que bom que vc sempre tá aqui, meu bem. beijo, querido!

¨¨ Descobrir que alguém que eu imaginava nem saber da existência do blog anda me lendo por aqui me fez lembrar do óbvio: o trem é PÚBLICO. E eu, em antice pura, fico achando que tô escrevendo só pra minha duzinha de amigos leitores... duas palavrinhas: "be careful with that axe, eugene"!!

¨¨ Patrícia (skol), diz que não É Cosenza, e sim ESTÁ Cosenza. Hum. Sei.

¨¨ Que coisa é ficar na dúvida sobre fazer ou não um algo, decidir fazer simsim e no segundo seguinte ao dito feito ser completamente tomada pela certeza que serei executada na aurora. Se eu sumir de vez, queridos, search no more, taí a explicação. Como a gente diz lá em Minas: "teve bão". Anyways, um bom feriado e beijosdoces aos que são de beijos... =)

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Funny and Pink

Mela, que era uma ovelha canina neurótica, foi tosada tosadamesmo e agora é apenas um cão neurótico. O plus da falta do cobertor natural tá fazendo Melinha sofrer mais que o normal. Ô dó. E passar o dia vendo a pobre em comportamento ainda mais estranho me fez lembrar da grande lição que é o curta "boundin". Peguei Melanina no colo e contei a história pra ela, baixinho e devagar. E não é que ela ficou mais tranquila? Eu fiquei também! .... e taí o curta dividido em 3 partes! Só tem que colocar o volume no talo porque o som tá meiaboca total... mas vale a pena! =)

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Quem sou eu pra peitar o Rei?

Hoje é dia do índio, dia do livro (ói que bonito) e dia da Tataaaaaa!!! Simsim, ela é uma ingrata que tá de férias há 5672 dias e nem apareceu pra uma quintacaridade... francamente! Mas é dona de sagacidade, bom humor, inteligência, crueldade, companheirismo, leveza e beleza inconfundíveis... como ficar brava com ela? Num dá! Só me resta falar da minha saudade, agradecer pelos almoços sempre festivos, pelos risos desatados e pelo coração sempre aberto para as minhas alegrias e para as minhas confusões. Como seria o desenrolar das minhas novelas mexicanas sem sua assessoria, tataaaaa?? Obrigada mesmo, queridinha, por tudo. Te desejo o dobro do melhor!! O Rei RC diz " amigo, você é o mais certo das horas incertas" e eu assino EU embaixo.
Tenha um feliz aniversário, minha flor!
Saúde, leveza e um beijomeu...
=)

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Só conto o milagre
"Eu fiquei com uma mulher 3 dias e achei que ela fosse perfeita. Aí no 4º dia eu não bebi"
" queria ser alguém no seu cotidiano que te visse pelo menos uma vez ao dia, tipo o cobrador do onibus...o jornaleiro...o cara da padaria...o cara que mora ali. rsrsrs" (a (in)sustentável doçura de um santo...)
" Isso não foi legal. Só gosto de escuro voluntário."(disse o santo tomado por uma mistura de ultraje e pânico.)

" Cheguei em casa sem saber nem meu nome." (santo exagero, batman!)
" Minha Vó diria: vai mais! fica achando que é só bala de canhão que mata..."
" Eu sou mais simples que painel de jipe."

" Você pode usar a energia sua, a minha, a dele (apontando pro cara que passava na rua) ,que não vai ter jeito não, minha amiga..." (ai, pára...rs!)
" envolva-se com o cutuco, abrace o cutuco, se torne o cutuco. a vida é mais feliz quando, no meidodia, cliente gritando, uma querida de Brasilia, pimba, dá uma cutucadínea na sua caixinha do facebuquis. Vc pensa tá lenha, mas minha amiguenha me cutuca".
(santo, amado santo, ensinando sobre a incompreendida arte de cutucar. =))

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Compensando colorido


Fuscão preto. Esse foi meu primeiro apelido lá no que era pra ser (?) o doce pré primário. Nãonão, não sou da cor do pecado, não curtia o hit caipira, não fui a primeira emo ever e nada na minha aparência lembrava o dito carro. Tá certo que minha mãe dirigia um fusca laranjado ano 72, mas isso era irrelevante. Fui coroada com esse primor de apelido por causa da minha, hum, lancheira. Explico. Dona Elzinha, adorada mãe e detentora de um senso de praticidade inexplicável, não se contentou em ir à papelaria e comprar uma coloridinha quasedescartável de plástico qualquer. Ela queria mais. Ela queria a lancheira que durasse PARA TODO O SEMPRE. E assim o fez, a Dona Elzinha. Pois sim, enquanto as outras pequenas desfilavam com seus lanches guardados em mimos com a cara da hello kitty - a barbie não era ninguém nos meus tempos idos de criança, darlings... uma benção! - eu carregava no ombro o caixote preto com buraco lateral (pra garrafinha) feito do couro mais duro e fosco que já existiu no planeta. Isso : um quadrado preto horrendo e sem frufrus. Antônimo perfeito para qualquer tipo de manifestação de leveza ou feminilidade. Ai, como ali me faltava o colorido! E as outras crianças, doces como todas sempre foram e sempre hão de ser, cantavam "fuscão preto" entre risos toda vez que eu aparecia com minha lancheira. Não sei até que série usei a dita, mas sei que o "fuscão preto" durou intacto até a idade em que lancheiras não faziam mais sentido. Ela era de fato muito resistente, como se "feita de aço". Devo confessar que o apelido e as piadinhas não me incomodavam tanto assim. Aprendi a lidar com o trem e sabia que Larissa e Simone, hermanitas queridas, tinham passado pelo mesmo e falavam do seu tempo de fuscão preto com graça. Então entendi que meu riso chegaria mais cedo ou mais tarde também. Lembro-me da "a boy named sue", cantada pelo grande Cash, que conta a história do pai que antes de abandonar a família dá ao filho homem o nome "Sue", pra que ele aprendesse a ser tough nesse mundo cão, e me pergunto se inconscientemente (ou nemtanto) minha mãe não teria usado a lancheira com essa mesma intenção. Se foi, deu certo. Se não foi, tomo a liberdade de roubar a expressão usada em um texto lá do malvadezas e afirmo que Dona Elzinha brilhou no "buylling materno"! (rs! brincadeirinha, vai...). Anyways, hoje compenso nas roupas e nas palavras o colorido que me faltou na lancheira e não troco por nada as palas de rir com minhas irmãs sempre que falamos sobre o assunto. No fim das contas, ser diferente normalmente dá mais frutos. E caio na mesma perguntinha que já fiz aqui no blog lá nos seus primórdios : Por que a regra é se empenhar pra ser igual quando na verdade nos orgulhamos é do que nos distingue? Fica a pergunta. E dá-lhe fuscão preto.


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Taí:


My daddy left home when I was three, and he didn't leave much to ma and me, just this old guitar and an empty bottle of booze. Now, I don't blame him cause he run and hid but the meanest thing that he ever did was before he left, he went and named me "Sue." Well, he must have thought that is quite a joke and it got a lot of laughs from a' lots of folk, it seems I had to fight my whole life through. Some gal would giggle and I'd get red and some guy'd laugh and I'd bust his head, I tell ya, life ain't easy for a boy named "Sue."


Well, I grew up quick and I grew up mean, my fist got hard and my wits got keen, I'd roam from town to town to hide my shame. But I made a vow to the moon and stars that I'd search the honky-tonks and bars and kill that man who gave me that awful name. Well, it was Gatlinburg in mid-July and I just hit town and my throat was dry, I thought I'd stop and have myself a brew. At an old saloon on a street of mud, there at a table, dealing stud, sat the dirty, mangy dog that named me "Sue."Well, I knew that snake was my own sweet dad from a worn-out picture that my mother'd had, and I knew that scar on his cheek and his evil eye. He was big and bent and gray and old, and I looked at him and my blood ran cold and I said: "My name is 'Sue!' How do you do! Now your gonna die!!"


Well, I hit him hard right between the eyes and he went down, but to my surprise, He came up with a knife and cut off a piece of my ear. But I busted a chair right across his teeth and we crashed through the wall and into the street kicking and a' gouging in the mud and the blood and the beer. I tell ya, I've fought tougher men but I really can't remember when, He kicked like a mule and he bit like a crocodile. I heard him laugh and then I heard him cuss, He went for his gun and I pulled mine first, He stood there lookin' at me and I saw him smile.


And he said: "Son, this world is rough and if a man's gonna make it, he's gotta be tough and I knew I wouldn't be there to help ya along. So I give ya that name and I said goodbyeI knew you'd have to get tough or die and it's the name that helped to make you strong." He said: "Now you just fought one hell of a fight and I know you hate me, and you got the right to kill me now, and I wouldn't blame you if you do. But ya ought to thank me, before I die, for the gravel in ya guts and the spit in ya eye 'cause I'm the son-of-a-bitch that named you "Sue".


I got all choked up and I threw down my gun and I called him my pa, and he called me his son, and I came away with a different point of view. And I think about him, now and then, every time I try and every time I win, and if I ever have a son, I think I'm gonna name himBill or George! Anything but Sue! I still hate that name!


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Cosenzada 2011


Simsim, contagem regressiva para a Cosenzada 2011 e chovem emails ansiosos na caixa de entrada do nosso gigante grupo. Uns informativos, outros nem tanto, mas todos com o bom humor característico dessa grande família. Trago aqui um escrito pelo Tio Gilvan, vulgo corrosivo, que é definitivamente o mais sério dos 11 irmãos (rs!). A mim só cabe dar pala de rir e repetir o quanto me orgulho de ser uma Cosenza...


"Cosenzada,


A Comissão Organizadora da Cosenzada 2011 reuniu-se ontem para debater sobre providências finais do encontro. Atendendo a pedidos, foi montado um apartamento com: Mariana Cosenza, Mariana Dantas (irmã do Pablo), Izabela e Lara. Isto foi feito após analise de diversos aspectos. Pensem bem. Somado o tempo de permanência no Planeta Terra das 4, dá um total de mais de 1 SÉCULO......


Se pediram para ser juntadas em um único apartamento, é porque estão momentaneamente sem parceiros. Tirando a Lara, que pediu que não se brincasse com isto, porque o namorido é muito bravo (chifrudo bravo é um perigo!!!!!), as demais, ao que nos conste, estão realmente (por opção claro!!!) sozinhas.


Assim sendo, a Comissão aprovou o pleito, porém decidiu, proibir terminantemente a entrega de qualquer produto no apartamento em que elas vão ficar. Esta medida visa preservar a integridade física dos possíveis entregadores.


Assim, se elas ficarem com fome à noite e pedirem uma pizza, o entregador deve deixar o produto na recepção do hotel!!!!!!


Será confeccionada uma placa a ser afixada na porta do apartamento delas. Aceitamos sugestões para a denominação do aposento.


Até agora já temos: Gaiola das Loucas, Coroas sem Cabeça, Mantenha distância.


Contribuam com sugestões......


Saudações


Gilvan"


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terça-feira, 12 de abril de 2011

Mil vezes Clarice
na foto: ciscos de som

Apenas um cisco no olho


"E de repente aquela dor intolerável no olho esquerdo, este lacrimejando, e o mundo se tornando turvo. E torto: pois fechando um olho, o outro automaticamente se entrefecha. Quatro vezes no decorrer de menos de um ano um objeto estranho agrediu meu olho esquerdo: duas vezes ciscos não identificados, uma vez um grão de areia, outra um cílio. Das quatro vezes tive que procurar um oftalmologista de plantão. Da última vez que perguntei àquele que realiza a sua vocação através de cuidar por assim dizer de nossa visão do mundo: por que sempre o olho esquerdo? É simples coincidência? Ele respondeu que não. Que, por mais normal que seja uma vista, um dos olhos vê mais que o outro e por isso é mais sensível. Chamou-o de olho diretor. E este, por ser mais sensível, prende o corpo estranho, não o expulsa. Quer dizer que o melhor olho é aquele que é a um só tempo mais poderoso e mais frágil, atrai problemas que, longe de serem imaginários, não poderiam ser mais reais que a dor insuportável de um cisco ferindo e arranhando uma das partes mais delicadas do corpo. Fiquei pensativa. Será que é só com os olhos que isso acontece? Será que a pessoa que mais vê, portanto a mais potente, é a que mais sente e sofre? E a que mais se estraçalha com dores tão reais quanto um cisco no olho? Fiquei pensativa. "

Clarice Lispector


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Parque


a fala muita, os óculos, the boyish smile, a barba, o cheiro da boca, a atenção que não sufoca, a ausência que não grila, a barba ( já citei a barba?), o bom gosto, o gosto bom, o não me prender, a diferença toda, a gentileza e a leveza constante do "enquanto for".



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Terça rima com Bloch


" O que as pessoas chamam de minha bondade talvez seja minha sintonia com o mundo. Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim. Acho que todo ser humano tem uma dimensão universal, única, insubstituível. Por respeito a cada ser humano, em todos os cantos da Terra, e por gostar de gente, gostar de gostar, é que encontro em cada indivíduo o reflexo do universo."


"Que é que acho do amor? Não acho. Amo. Achei: Míriam. As pessoas chamam de amor ao amor-próprio. Chamam de amor ao sexo. Chamam de amor uma porção de coisas que não são amor. Enquanto a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe de posse, do egocentrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser correspondido, o amor não será amor. O que faz o mundo se mover em sentido construtivo é a verdade. Ainda que provisória. Ainda que seja mais caminho que meta. As palavras afogam tudo: o amor, a verdade, o mundo. Enquanto o homem não marcar um encontro sério consigo mesmo, verá o mundo com prisma deformado e construirá um mundo em que a Lua tem prioridade, um mundo de mais lua que luar."


" Minhas peças são primeiro sofridas, depois escritas e depois arquitetadas. A arquitetura vem em último lugar. Só escrevo o que vivi, senti e sofri, na própria pele ou transbordando dentro da corrente humana, mesmo quando meus problemas estão superados. A verdade é sempre o meu maior protesto."


Pedro Bloch



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Matemática


Perdemos. Ai, como perdemos. Perdemos a oportunidade, o reagir no momento certo, a voz bem na hora que a hora pedia grito. Perdemos amigos e parentes, por que morreram, por que é da vida se perder ou por que escolhemos perdê-los bem ali. Perdemos o pai, mesmo que não tenha morrido, mesmo que nunca nem ganhado. Perdemos com a grosseria gratuita dos inseguros, com o recato enfático dos medrosos, com a exposição exagerada dos confusos. Perdemos a paciência, a graça, o cuidado com nós mesmos. Perdemos o salto afundado no piche entre concretos do estacionamento. Perdemos. E ganhamos. Ganhamos o céu de azul único e de nuvens desenhadas. Ganhamos a alegria da noite bem dormida ou da insônia produtiva. Ganhamos o entender o tempo do outro, o respeitar nosso próprio tempo. Ganhamos um email de desculpas, um sorriso baixo, um pacote de balinhas argentinas. Ganhamos o sacode do amigo, a risada do amigo, o tudoquefor do amigo. Ganhamos força pra colocar limites, pra dizer o não e o sim, pra abrir caixas de desejos. Ganhamos com a riqueza da música, da dança, do cinema, da literatura, da palavra dita, do prescindir da palavra. Ganhamos a sempre e renovada chance de experimentar o novo, de romper com o que engasga, de buscar ares mais leves. Ganhamos com aquela dor, com aquele choro, com as tantas perdas. Ai, ganhamos. Ganhamos mais.


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Capitoso som

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ói só


espaçamentos e configurações do blog estão em revolta anárquica e não me obedecem nem a pau. Ave cruz que cansei de tentar consertar o trem. Sejam bonzinhos, relevem e abracem a anarquia tb...


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Por que amo a fal


" De vez em quando o passado, que estava quietinho no canto dele, vem onde você está, dá um tapa na sua cara e sai, antes que você possa esboçar reação. Ui. "


" Tive um sonho horrível: sonhei que minha perna direita tinha sido cortada. Pulei da cama ligeiro e vim pra cá. É nisso que dá jantar comida saudável, não beber e ir pra cama cedo. Casa dos outros, blé."


" Quando pergunto do que vivem os "nada" - as modelos que não modelam, os atores que não atuam, os empresários que não empresariam nem empreendem, enfim, aquela lista imensa - deste adorável quintal -, não é despeito, inveja, má vontade, preconceito. É curiosidade mesmo. Quero saber do que eles vivem, preu viver também."


" Acabo de descobrir que é mais fácil trazer a garrafa que ficar levando o copo."


" Ah sim, e dei o tal passo importantíssimo. Dei. Só não sei bem pra que lado foi."


" Vou pegar este nada que sobrou de mim, este corpinho de passeio alquebrado, e levá-lo pra comprar roupa nova, prum cinema no Masp. Que é pra Vida ver quem é que manda."


" Naquele tempo, eu tinha certezas enormes, verdades de tamanho médio e medos pequeninos, como deve ser."


Fal Azevedo ( em trechos do sensacional " o nome da cousa")


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Não me pergunte


Ok. Quando você tem um dia de cão - com direito a insônia, sujeita na academia que por algum motivo desconhecido acredita que você quer ouvir sobre os vômitos da filha de oito meses enquanto você se esbafora de correr na esteira, franja com vida própria, ponta do lápis de olho quebrada, mesa de trabalho que clama por álcool e fiat lux, processos que quicam em lugares vários e vão parar misteriosamente na sua mão, telefone que toca compulsivamente ( cogitei até usar a técnica do Sandoval do "O segredo dos seus olhos"), nêgo que quer que, veja bem, você peite decisão tomada por um, veja bem, ministro de estado, rede que cai, café doce, gente que você abomina te chamando de "querida" - e nada disso te faz estressar ou perder o bom humor, é por que algo tá muito errado. Ou muito certo, provavelmente.


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Quereres pontuais nº 1


suavidade nos modos e firmeza nos propósitos. ponto.


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Só conto o milagre


" Ele é um latifúndio de homem."


" Meu apelido na faculdade era curumim raivoso."


" Mas e o porco??"


" Mastiguita, janjão ou gordita."


" A mastiguita é: desce da evolução!"


" "Izabela" não falha nunca." (um filho de deus finalmente conseguiu soltar uma fraselogio nãoblé usando meu santo nome. amém)


" Como disse minha dentista, tudo tem consequências."


" O pijama me liga pra dizer..." (ói que bonito o santo reapelidando o Sr Banana, que também é chamado, secreta (não mais) e carinhosamente, de homemcão.)


" Entre os psicóticos e os neuróticos eu fico com os primeiros."


" Manda de volta pra ele com um recadinho dizendo: não serviu." (nem maiza seria capaz de tamanha maldade.rs!)


" Eu não tô bêbada, só tô com calor." (disse o santo sorrindo loirinho e ajeitando os óculos no nariz)


" Alguém tem tempo pra vender?"


" Adesivo "sou chicleteiro" pregado no carro encaixa no esquema poupatempo."


" Só duas vezes na minha vida eu perdi a esportiva. Diz minha mulher que não é cena boa de se ver." ( santo de sotaque ÚNICO!)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mil vezes Boris!! AMO! não me canso... =) .............................................................................................................

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nico

Sinto muito pela sua perda.

Meu coração contigo.


Brasília,22/12/09

Há exatos três anos ganhei esse presente de natal. Ela me veio de presente mesmo, dentro de uma caixinha. E hoje ela virou estrelinha. Corria atrás do carro da Lalá quando teve um treco e morreu em poucos segundos. Assim. Amo os cachorros. Todos. Do mais lindo ao mais feio e esfarrapado. Amo até os Fox Paulistinhas, que já provaram em diversas situações não gostarem lá muito de mim. Amo porque eles nos dão a oportunidade de um exercício afetivo diferente, de um tipo de vínculo especial. Meggy Mae não era muito esperta nem muito obediente. Mas era companheira. Era também conduzida por uma pastelice charmosa, típica de muitos Cosenzas. Já me disseram até que ela nem sabia que era cachorro. E é bem verdade que parecia mais uma mistura de outros bichos. Corria pulado como passarinho, se escondia embaixo dos carros como gato e rosnava como pombo. Vai ver não sabia ser cachorro mesmo. Mas sei que sabia do meu amor incondicional por ela. Há pouco tempo, quando Tibério e Gilseone perderam o Portus, cheguei em casa e abracei a Meggy bem apertado. Abracei o abraço pra matar a saudade que um dia viria. Só não esperava que fosse tão cedo. E hoje ela virou estrelinha, fazendo o que nós duas mais gostamos de fazer: ela atrás dos carros e eu atrás do sol. Morreu correndo. E a partir de hoje segue correndo comigo.

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Carol e Anitcha

dia de aniversário duplo no jardim!

saúde, leveza, trilhas, danças, risos e um pouco de tudo que trouxer alegria e crescimento..... AMO VCS!! Todo dia muito. E hoje mais. =)

beijotodacor

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mafalda, simsim! ...................................................................................................
Hã biloute?

¨¨ Hoje é dia de retorno! Sorrisos, abraços bons de "quantotempo!", crachá (tava solitário o pobre...) na blusa caramelo, procedimentos conhecidos descartados e os novos já em prática (decreto manda, a gente obedece ponto.), espaço deliciosamente ampliado em dois monitores, br office e eu em busca de entendimento, café da Dona Cecília que é ruim mas é bom e o CAOS instaurado na minha mesa. É. Fim de férias. Bom também simsim...

¨¨ Uberlândia era pra ser de calmaria, leitura e saudades vagarosamente matadas. ã-hãm. Pois sim que quem imperou foi o desemplano em forma de riso, MUITO canto, encontros mil, dias que emendam na noite que emendam no dia e a presença das pessoas queridas foi um presente degustado a cada segundo. A palavra "festivo" nunca fez tanto sentido. =)

¨¨ Flavinha, minha flor, obrigada pela hospitalidade boa, dessas que faz a gente se sentir maisqueemcasa e não quer ir embora nunca mais. Obrigada mesmo! E á, seja sábia e troque o segredo da fechadura. rs!

¨¨ Dani, Ave cruz que cafés intermináveis combinam com praça! Beijoamarelo p'c!

¨¨ Maria mãezinhatb, nem dá pra falar da alegria que foi te rever. Guarde sempre um café com bolo e prosa pra mim. Te amo, querida.

¨¨ Pedrão, valeu pelo espaço cedido e pelo paredão festivo. Ainda insisto que meu desempenho teria sido melhor em outros calçados. Botas não rimam com futebol. Ponto. hehehe!

¨¨ Little Jane, fiquei de cara com sua voz que canta. Pintar divinamente e fotografar pelas lentes dos seus olhos verdes tava pouco, né meu bem? Sua lista de talentos é cheia de surpresas. Coisa boa! Compromisso positivo e operante para a próxima, viu? =)

¨¨ Marcinho, o adjetivo "evoluído", na sua hilária e complexa amplitude, agora acompanha grande parte dos meus pensamentos. rs! =)

¨¨ Maria, tantos amigos comuns e a vida esperou por aquele dia, aquele dia, para dar o passo da proximidade. Obrigada por sua companhia SENSACIONAL! Já começo a preparar as poesias para o varal de aniversário... =) Beijo p'c!

¨¨ Amelie, minha chocolatiebrrr preferida! rs! ESSA aí é a sua energia, minha flor. Prepare-se para colher os frutos que serão muitos e que serão bons. Fico genuinamente feliz. beijogengibrecastanha!

¨¨Célioquerido, não deu tempo, né? Ficou pra próxima! =)

¨¨ Mininex, leveza do primeiro ao último segundo... bonito isso. Usaremos práticas telepáticas para os meses que virão" sem rádio e esem notícias das terras civilizadas". Beijo!

¨¨ rosí!! Pronto. Já não há razões pra torcer o nariz pro dia 23 de março! rs cavalar! Odeio viajar sem você. Amo sentir tanto sua falta! =) Beijo, flordocampo...

¨¨ E á, o rei RC reinou soberano nesse fds, "só conto o milagre" se prepara para voltar à ativa e simsim: "a novidade é o máximo"!! Um brinde ao NOVO!!

¨¨ Beijosdoces e uma ótima semana a todos...

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Segunda rima com Caio

"Eu deveria cantar.Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses nunca, na caixa de metal "Para as Almas do Purgatório". Agradecer, pedir luz, como nos tempos em que tinha fé.

Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou Deus. Sem juiz nem platéia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante de fevereiro, olhando o telefone que acabara e desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.

Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, dinheiro aplicado, imóveis nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. nada muito sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda e os joelhos tremessem com freqüência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.

Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um nome. Chamava-se - um emprego.

Olhei minha cara no velho espelho riscado, as marcas que eu nem sabia mais se pertenciam ao vidro ou à pele, cumprimentei com uma curvatura de cabeça: "Muito bem, parabéns. Você agora tem um emprego". Mas não conseguia sentir nenhum calafrio de dignidade, nenhum frêmito de esperança que pudesse iluminar meus olhos vermelhos ou empurrar para fora meu fatigado peito onde - não queria lembrar, mas lembrei - há menos de uma semana descobrira o primeiro fio de cabelo branco. Suspirei.

Verdade que só um completo idiota ou alguém totalmente inexperiente sentiria, nem digo êxtase, mas qualquer espécie de animação por ter conseguido um trabalhinho de repórter no Diário da Cidade, talvez o pior jornal do mundo. Acho que ainda não tinha me transformado num idiota, não completamente pelo menos. E quanto à experiência - bem, aquela cara marcada, ainda inchada de sono, com barba de três dias, me observando por entre os risos do espelho, parecia tê-la de sobra. Tudo bem, disse a cara no espelho, já que você prefere mesmo confundir experiência com devastação... Suspirei outra vez. Não, querida cara, encher laudas e laudas nas máquinas de escrever daquele pasquim pré-informático certamente não era motivo para dar pulinhos.

Mas eu tinha que ficar contente. E quando você quer, você fica. Comecei a ficar. Afinal, aquele podia ser o primeiro passo para emergir do pântano de depressão e autopiedade onde refocilava há quase um ano. Gostei tanto da expressão pântano-de-depressão-&-etc. que quase procurei papel para anotá-la. Perdera o vício paranóico de imaginar estar sendo sempre filmado ou avaliado por um deus de olhos multifacetados, como os das moscas, mas não o de estar sendo escrito. Se fosse bailarino, talvez imaginasse estar constantemente, em qualquer movimento, sendo esculpido? Ah, cada gesto, uma verdadeira apologia estética da forma pura.

Era engraçado. E bastante esquizofrênico. Mas de repente o real tinha-se tornado bem menos retórico.

"Você começa hoje, cara" - dissera Castilhos no telefone. Com aquela voz no fundo da qual, para manter o velho hábito subliterário, eu poderia localizar algo que chamaria de áspera-ternura-cúmplice, mas na verdade não passava de excesso de nicotina e saco cheio: "e vê se não me faz cagada logo no primeiro dia, oquêi? Garanti pros homens que você é da pesada".Espantoso: na noite anterior eu fora dormir como um jornalista desempregado, endividado, amargo, solitário e desiludido de quase quarenta anos para acordar no dia seguinte, magicamente, com aquela voz do passado me comunicando pelo telefone que eu era - da pesada. A partir de hoje, uma vida feita de fatos. Ação, movimento, dinamismo. A claquete bate. Deus vira mais uma página de seu infinito, chatíssimo roteiro. O escultor tira outra lasca do mármore. Coloquei água para fazer café, cogumelos branquicentos cresciam na umidade da cozinha. Simpáticos, até meio bucólicos. Liguei o rádio, entrei no chuveiro. O apartamento era tão pequeno que a gente podia fazer todas essas coisas praticamente ao mesmo tempo. Com uma das mãos, ensaboava a cabeça, com a outra controlava o volume do rádio na sala, enquanto estendia uma das pernas para apagar o fogo quando a água fervesse.

- Eia! Avante! Sus! - gritei embaixo da água gelada. Ai - pi - ai - ô, Silver!

Enquanto ouvi no rádio uma música que parecia conhecida. Dizia qualquer coisa como "a realidade não importa, o que importa é a ilusão", no que eu concordava plenamente. Pelo menos nos últimos meses, não me acontecera nada além de fantasias. Mas a música que ressoava em algum porão da memória era antiga como um bolero, um fox, e o que saía do rádio agora era um desses rocks com baixo elétrico desesperados, percussão envenenada e sintetizadores histéricos. A voz da cantora lembrava vidro moído num liquidificador. De qualquer forma, pensei, a letra está certa. E todas as coisas que eu lembrava, ou achava que lembrava, porque de tanto lembrar delas acabara por transformá-las em mera - e péssima - literatura, já não importavam mais. O resto do último sabonete escorregou entre meus dedos. Era tão pequeno que desapareceu pelo ralo."

Caio Fernando Abreu

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Leminski é.


Incenso fosse música

"isso de querer ser

exatamente aquilo que a gente é

ainda vai

nos levar além"

Paulo Leminski

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