sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Só conto o milagre
"Você me liga do seu tim, a gente GRITA e depois combina algo."
"OUTernativo."
"Como Napoleão gosta..."(rs!)
"Até o sabor da bala dela é típico de coxinha."
"A gente se auto se diverte."
"Três?"
"Faça das jacas suas pantufas."
"Da bike?" (perguntinha simples destruidora de auto estima.Dez anos de terapia pro cara só pra superar esse trauma! Aff...nem maiza seria capaz de tamanha maldade...)
"Mandou um caaaaau..."
"Olhar impulsivante."
"Será que é dois. Ou é só um?"
"Ou seja, Deus: crie o oitavo dia!"
"Se eu não fosse mulher nem brinco, queria ser fumaça. Ela vai pra onde quer."
"Já queria pedir desculpas antecipadas, se por acaso eu pisar no ser pé." (hein?)
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A
chuva vem vindo...devagar...ontem caiu em pingos grossos e esparsos em chuvisco encomendado durante a corrida...muito bom! E pra esperar, segue textinho velharia... lá dos tempos em que ela fechava o verão...
Chove
Quarta em tempos de temporais diários na capital. Por volta das 16 a chuva forte começa a cair. É batata. Transforma as rua em rios e as tesourinhas em cachoeiras. Encharca os reles mortais que a enfrentam. Anela cabelos chapados, trazendo-os de volta à sua natureza(RÁ!). Lava carros. Leva placas. A chuva é uma criança chiliquenta que grita por atenção e tem sucesso no grito. Ela dá pala e você cede. Ou não. Também pode ser que seja um ser querido que te traz um chá de cheiros e sons e te pede pra desacelerar. Pede pra olhar a água,pra mudar os planos,pra sair mais tarde do trabalho,pra deixar a corrida de lado sem bico emburrado,pra botar na boca uma bala de café e reler um ou outro email bom (daqueles de sequências e partícipes muitos). Pede pra relaxar. Vai saber qual é a cara da chuva. Tanto faz. Mimada ou chegada,a chuva é deliciosamente anárquica. Ela vem pra construir um tempo novo dentro da rotina. Respeito. Porque aprendi a respeitar. E por que me apetecem pequenas anarquias.
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Novo


Ahh, há que se falar do novo... do gosto do nunca visto, do não experimentado até então. Em Barra de São Miguel o novo fica a uns duzentos metros da areia: um paredão que segue na extensão da praia por kilômetros, até onde o olho alcança, que vai mudando de visual no decorrer do dia e forma cachoeiras de água salgada. Sim,sim...cachoeira no meio do mar. De perto, o paredão e suas pedras são cobertos por um veludo escorregadio e, nas laterais, por algo parecido com pele de polvo.Pele que solta gosma que prega na pele. Nos poços das cachoeiras,ouriços. Centenas. Entendi ainda melhor o que Muriel Burbery quis dizer no livro lido. O ouriço tem uma elegância rara. Já sentiu na mão o movimento vivo do espinho que mostra por fora e da carne vinholilás que esconde por dentro? Elegância. Elegância de quem protege com rispidez e graça velada o que carrega de frágil, de precioso, ali, escondido na cor da carne. Entendi melhor, Muriel. Sobre a razão do escudo, sobre o perigo latente do novo. Novo. Novo na paisagem, novo na queda forte de água do mar bagunçando com delícia o cabelo, novo na textura variada da pedra quente. Novo na elegância sentida na palma da mão. Novo. Não mais. Que venham outros...
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Ah não...

Presente do HC (mercimerci, querido)...eu não aguento tanta ganice concentrada em uma histórinha só...não me canso de assistir!

5 comentários:

  1. "been there.done that."

    Num entendi. Me explica?

    T

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  2. T..."já estive na situação e sei comé".Eu sei. Sei bem desses sapatos.E depois de ler as palavras do questão de fé pus-me a pensar sobre a relação endeusamento/adoração...sobre a proximidade real... e ainda estou a pensar...
    As palavras do sr t sempre trazem mais palavras...

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  3. Ele é um bobo, isso sim. :-)

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  4. E agora ainda mais bobo (ainda que não tenha nascido em Minas e ainda que não entenda CL).

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  5. E quem entende Clarice,T? =)
    Mas ave cruz que ela sabe sacudir uma ou outra verdade...

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