segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

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porque soluço desde ontem. e não posso reclamar. =)


Soluço
Soluço. Paro. Soluço, paro e volto a soluçar. Quem me conhece sabe que meu soluço é intermitente e dura o dia todo. Não adianta beber água de cabeça pra baixo, prender a respiração, levar susto ou repetir "papopapo soluçopapo" compulsivamente. Ele passa e volta. Herdei esse soluçar do meu avô materno. Diz a lenda que certa vez ele soluçou por três dias. Não o conheci. Desencontramos por pouco aqui nesse plano. Só o vi de dentro da barriga e quando saí ele não estava mais aqui. Mas o admiro pelo pouco que sei dele. Sei que quando voltava da fazenda sempre levava um agrado pra minha Vó. Uma fruta com cara de boa, uma flor bonita. Quando não achava nada de encher os olhos, levava uma folhinha de árvore ou uma pena de ave. Amor puro. Amor leve. Sei também que um de seus grandes prazeres era descascar laranjas. Não para ele, mas para os outros. Ficava feliz quando as visitas aceitavam a oferenda e descascava uma a uma com regalo. Homem de modos simples. Homem sábio. Homem forte. Forte também por ter se casado com a mulher mais firme que já conheci (e mal sabia ele da seqüência feminina que se seguiria dali...). E sei que soluçava. Meu soluço me irrita quando vem. Mas me incomoda mais quando demora a vir. Sinto falta do desconhecido próximo. Sinto falta do Vô Jorginho em mim.
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2 comentários:

  1. Que lindo Iza, meus olhos se encheram lendo seu texto, também tenho muita saudade do Vô Jorginho e da Vó Elza. Saudade boa, de tempos bem vividos, de boas lembranças e de ensinamentos que levamos até hoje.

    Eu também soluço e certa vez, ao leva a Vó Elza pra visitar o já aposentado Tio Arthur ele notou que eu soluçava muito e me contou essa história do soluço do Vô Jorginho e que também acometia o pai dele, nosso bisavô Jorge Fernandes.

    Eu disse a ele que tinha até ido a um médico em Uberlândia por conta do soluço, mas o dito cujo disse que soluço não tinha remédio, e ele, do alto da sua sabedoria de muitos e muitos anos de medicina, me disse o seguinte: - pra soluço não tem remédio, mas soluço é um espasmo e pra espasmo tem remédio. Daí ele pegou nos remédios dele um tal de Espasmo Silidron e me deu algumas gotinhas e dali a pouco meu soluço sumiu.

    O tal do Espasmo Silidron parece que não fabricam mais, mas há outros que vi em fórums de bebês que são ESPASMO DIMETILIV e ESPASMO FLATOL.

    Se é feito pra bebês não deve fazer mal pra você.

    Tente aí...

    Lembrar é bom, mas soluçar é terrível.

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  2. pessoas como vó jorginho e vó elza são um presente, né primo? eles seguem com a gente. =)

    adorei a história do seu soluço e do tio artur... deu pra ouvir ele falando contigo com aquela voz grossa e jeito único.

    qto ao remédio, tá anotado! vou tentar simsim!

    coisa boa compartilhar essas lembranças boas contigo, primoirmão...

    brigadinha pela doce visita, viu??

    beijoenorme

    =)

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