segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pois sim
é que existe esse luto, mesmo que a gente não chame de luto nem o perceba como luto. é uma quietude interna que desacelera o passo e marca o tempo, pingado em gota, com alguns picos baixos. é também uma quietude externa que vê pouco da porta pra fora e acha na mão e no peito o ritmo de que precisa. e esse luto só se torna de fato perceptível quando vai achando seu fim. quando chega uma fluidez mais seca e amena. quando se dança e canta na rua sem esforço, com leveza. quando algo que não se sabe o quê faz algo que não se sabe o quê. Só se sabe que é pro bem.
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Alex brilha

"Quem você quer atrair?
Ao invés de me modificar pra atrair gente que não gosta de mim como eu sou, sempre preferi me expor — e, então, receber e amar as pessoas que se aproximam por gostar de mim e do meu jeito.

Quando estava na escola, já gostava de fazer massagens nos pezinhos das meninas, elogiava quando apareciam com a unha feita ou com alguma bijuteria, demonstrava reparar.

Sim, algumas não gostavam da atenção – e eu, naturalmente, por respeito, nunca mais falava nada no gênero com elas.

Imagino que algumas deviam me chamar de mil nomes pelas costas – mas e daí?

De vez em quando, chegava uma mais curiosa, instigada, fascinada. Queria saber mais. puxava assunto. Perguntava o que achei do esmalte. Dizia coisas como, “Pôxa, como é que você fez massagem no pé da Lívia e não no meu?”

E assim começaram praticamente todas as experiências sexuais da minha adolescência.

Os amigos homens perguntavam (na verdade, zoavam): “Mas, Alex, vale a pena alienar (acho que a expressão que usaram foi “pagar de maluco”) pra todas as meninas da escola só pra pegar três ou quatro?”

E eu respondia: “Claro. Pra começar, não tenho como “pegar” todas as meninas da escola. Nem quero, aliás. Quero justamente atrair as que gostam de mim como eu sou, as que ficaram atiçadas na sua curiosidade, as que são complementares a minha tara, as que gostem de um cara que admira seus pés, as que gostem tanto de ter seus pés acariciados quanto eu gosto de acariciá-los.” (Naturalmente, eu sou muito mais que um cara que gosta de pés e qualquer mulher é muito mais do que um par de pezinhos, ou um par de qualquer coisa, mas esse era só o começo da história, a primeira fagulha de interesse que levava a todo o resto.)

Eu não quero todas as mulheres do mundo: só quero, dentre as que me querem, aquelas que eu também quero de volta.

Eu me revelo justamente para descobrir quem vai bailar comigo e quem vai se encostar na parede. Muita gente me acha esquisito? Claro. Essa é a ideia. Não tenho medo de rejeição. Ser rejeitado pelas pessoas certas só faz bem: me poupa o trabalho de espantá-las a pauladas.

Vale a pena afastar mil bois pra atrair uma única leoa.

Nada pode ser mais libertador do que se livrar dessa ilusão de que existe algo que possamos fazer para sermos amados e desejados por todos."
Alex Castro
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Rádio Plutão
cantou ontem e canta hoje. pra semana começar bem. =)

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