"No fim das contas,penso que devemos ler somente livros que nos mordam e piquem.Se o livro que estamos lendo não nos sacode e acorda como um golpe no crânio,por que nos darmos ao trabalho de lê-lo?" Franz Kafka

Ok,ok.Sei que o kafka tem um que de radical,mas não posso deixar de concordar com a opinião do sujeito.Só eu sei o quanto me dói abandonar um livro antes de terminá-lo quando o motivo é desgosto,mas alguns não me dão outra alternativa.Comecei a ler esse sub-in-titulado romance filosófico-erótico toda animada. Durou pouco.O autor parece acreditar que filosofia é escrever com palavras difíceis e erotismo se resume a usar palavrões pra falar de sexo.O pior é que a estória É interessante. Mas o jeito de escrevê-la...aff...foi o mesmo que tentar fazer pão de queijo com brie...ou servir brie com fanta laranja.E não me venha com "concupiscente" e "foda" na mesma frase!Sei que cada um tem seu estilo.Tem gosto pra tudo nessa vida.Tanto que alguém publicou o cara.Mas me sinto no direito de falar mal de um livro que parece ter o propósito único de fazer o leitor ir ao dicionário pelo menos cinco vezes por página.Eu vou feliz até dez vezes se estiver lendo alguém de 1900 pra trás.Ou estiver com a cara em um livro que conta algo de 1900 pra trás.Ou se for em inglês.Ou que a escrita me envolva de tal maneira que eu sinta a necessidade visceral de esmiuçá-la.Aí procuro o significado até das que conheço.Mas como o livro não se encaixa em nenhuma das anteriores,reclamo e abandono o dito cujo.Pode me chamar de rabugenta.Tô cheia de impáfia mesmo!Agora,só a Lispector pra me salvar e me colocar no meu humilde lugar.Abro os braços e corro pra ela.Santa Clarice sempre me salva!