sexta-feira, 15 de outubro de 2010

To whom it may concern
Revirei os arquivos das minhas (in)quietudes até achar esse aqui. Pra você. Pra você sentir em cada palavra um carinho tranquilo meu nos seus cabelos perfeitos. Em cada palavra, o meu amor imenso.

Trem Meméia
Noite de quinta. Quinta que foi de céu branquinho. Hoje fui ao médico ver o que é esse trem meméia vermelho que nasceu na ponta do meu nariz. Ele disse, do alto dos seus óculos toocoolforhim, que "temos que retirar e mandar pra biópsia". Pode ser uma coisinha de nada, um iaraiaraiara benigno (claro que não guardei o nome). Ou pode ser câncer de pele. Palavrinha pesada essa. Câncer. Quando se fala dos outros já é pesada. Mas o bicho pega mesmo é quando é o cara de branco que diz na sua lata. E olha que pra mim ela veio amaciada por um "pode ser" antes... e ainda existem trocentos tipos piores de câncer que o de pele. Mesmo assim. Confesso que deu um baquinho. Nem sei ao certo por quê. Não me importa ganhar uma loca no nariz... vai ser charminho(rs!). Nem ter que ser ainda mais cuidadosa em relação ao sol. Ele, meu guia, minha inspiração, "pai de toda cor", anda comigo.Tenho sol no céu e desenhado no corpo. Mesmo assim. Senti um baquinho. Nada de taquircadia, engasgo ou vontade de chorar. Só um desconforto entorpecente, uma certa desorientação.Peguei o elevador errado. Errei a saída do prédio. Mas passou. Como? Existe uma combinação que, ao meu ver, é meio caminho andado para amenizar qualquer pré-ocupação. Duas coisas combinadas.Ter fé e morar longe. Não ria, é sério. A fé, quando se tem mesmo, guia nosso pensamento e nossas ações. Minha fé me tranquiliza porque sei que vai acontecer o que for melhor pra mim, pra que eu evolua e me torne um alguém melhor. Torço pra que seja o iaraiaraiara benigno. Mas se for câncer, vou fazer o que tiver que ser feito. Ponto. Às vezes é preciso que surja uma dificuldade mais felpuda pra fazer cair meia dúzia de fichas que a gente não consegue derrubar por bem.Ter fé. E tudo isso ganha 30, 40 minutos garantidos de reflexão e digestão se se mora longe. O meu trajeto de volta pra casa é meio que um "fechado pra balanço" diário. Ali, sozinha, em movimento quaseremotocontrole, tenho a oportunidade de processar melhor tudo o que me ocorre durante o dia. De bom e de ruim. Morar longe.Ter fé e morar longe. É batata. E hoje, a crença e a distância mantiveram meu coração leve. Fui pra academia, brinquei com a cachorrada, tomei um banho bom, assisti a um filme demorrerdechorar, recebi palavrinhas lindas do duamigoquerido e fecho a noite com essas minhas.Tadinho do trem meméia... ele não tem a mínima chance...

2 comentários:

  1. Eita que palavras da família cosenza são como flechas.
    Atingem em cheio o coração de quem os rodeia.

    Esses textinhos são tão certeiros quanto a meiguice mineira que parece que só na "serra" existe.

    bisous!

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  2. meiguice só aflora se tiver terreno fértil... e esse mérito é de quem nos rodeia... Certeza!E ó: vc é das nossas...
    beijo,darling coquine cosenzatb! =)

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