sexta-feira, 15 de julho de 2011

Estômago
na foto: a vista daqui
"Eram de longe.
Do mar traziam
o que é do mar: doçura
e ardor nos olhos fatigados."
Eugenio de andrade

"A cousa que sufoca, que oprime, que não espera, que não compreende. A cousa, a cousa. A que vem por aí. A que espera na curva. A cousa que estrangula. Que faz o gato engasgar. Que chuta suas canelas. Que faz você perder por um triz. Que mancha suas camisas. A cousa que nos cerca. Que se dá ao respeito, pois a cousa tem lá seus pudores. Uma cousa que se diga. Que abate, que nega. A cousa estava lá quando você se olhou no espelho bem de perto. A cousa some com um pé das suas meias. A cousa nunca flui. Ela não se ajeita aos poucos, ela não se resolve sozinha. Não foi a cousa que botou um caroço no seu peito esquerdo, mas ela foi com você buscar os resultados dos exames. No escuro, a cousa está lá. É dela a respiração que você ouve. A cousa tem fome e não dá moleza para vagabundo. Ela não tem pena dos órfãos. A cousa não se ilude. Qual é mesmo o nome da cousa? "
Fal Azevedo (em "O Nome da Cousa")

"Hierarquia das faculdades; distância; arte de distinguir sem hostilidades; nada misturar; nada conciliar; uma prodigiosa multiplicidade que, apesar de tudo, é a antítese do caos – esta é a condição preliminar, o longo trabalho secreto e o domínio artista de meu instinto (...).“Querer” alguma coisa, “aspirar” por algo, ter uma “meta”, um “desejo” em vista – nada disso conheço por experiência. neste mesmo instante, considero meu futuro – um vasto futuro – como um mar calmo: nenhum anseio chega a encrespar suas águas. por nada deste mundo quero que as coisas se tornem diferentes do que são; da minha parte, não quero tornar-me outro."

Nietzsche 

"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada."
Miguel Torga

"Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois."
Mário Quintana
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6 comentários:

  1. adoro! - eles
    amo! - você

    ainda comemorando sua existência.

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  2. Oi Iza, passei aqui só para te ver... na verdade para te ler!
    Estamos otimos, as meninas enormes te mandam beijos,
    Abraço enorme. Maria Paula

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  3. esses seus drops são como índices de catálogos inspiratórios.

    pronto, criei!

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  4. iêi!
    comemoremos pois, rosí.
    =)

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  5. MP!!!
    saudades demais! mande um beijo estalado de volta nas bochechas dudianas e nandianas...
    adoro quando você aparece por aqui, querida!
    beijogigantesaudososempre p'c!
    =)

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  6. alimento pra alma é terreno fértil pra MAIS, né felipe. que coisa boa...
    beijopadariatododia! =)

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