quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Arrastão
Não é por nada assim muito grave não, é por que cansa. Você olha pela janela e lá está o mundo todo cansado. Por trás das caras aquelas mesmas diárias - talvez com cor, talvez com nada - o desbotado escondido arregala os olhos e te laça sem fita. O som dos sapatos parece de solado mas é do chacoalhar dos ossos enterrados nas paredes, como já sabia o Gabriel Garcia Márquez. Todos nós ali, digerindo em silêncio necessário, fazendo o possível e ignorando com graça o que ainda não é de digestão. Todos nós ali, quase guerreiros um pouco sempre quase vencidos. Nada grave. Vive-se bem assim. Mas há dias em que, sabe-se lá como, você vê, ouve e sente o cansaço guardado até de quem só passa. Você é rede grande enchendo de peixe em peixe. Você é braço esticado que abraça maisquear. E você se cansa. Também. Só que mais.
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2 comentários:

  1. Izabela, ao final deste texto me senti exausto!!!!! Será que também o cansaço, assim como sono e bocejo, é contagiante? Eu acho que o cansaço que você está se referindo, tem uma origem bem peculiar: a monotonia. Nada como uma mudança de vez em quando para quebrar um pouco a regra e assim animar o ambiente.... abraços e tudo de bom!

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  2. Boto a maior fé que o cansaço é simsim por vezes contagiante... mas esse aí foi de monotonia não, foi fruto de um canal aberto demais que te faz virar uma esponja gigante que sai absorvendo sem filtro. mas passou! =)
    e ó, concordo contigo : mudanças e desemplanos são sempre bem-vindos!
    tenha uma sexta leve! =)

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