quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Em mim

arte de duy huynh

Daí que jeannjeann me diz que a gente sabe que liberdade não é fazer tudo o que dá na telha. Que liberdade é ter alternativas e poder escolher (ah, o bom e velho poder de escolha...) aquilo que é o melhor naquele contexto, naquele momento. Que fazer o que se quer, sem a devida medida das coisas, não é liberdade e sim barbárie. E que na barbárie você não vê o outro nem vê a si mesmo, só vê o ato pelo ato.
Daí me peguei pensando nos bárbaros, sempre se preparando para ataques e vivendo os dias em constante estado de alerta. Pensei no peso de se sentir alvo e no peso de carregar esse alvo invisível nas costas a cada passo do caminho. Pensei nas embarcações furiosas que vão se destroçando até deixar de ser. Pensei nas lutas violentas que nem ganham nome de tão carentes de sentido construtivo. O ato pelo ato. A batalha pela batalha.
Daí olhei para dentro e vi minha nau tranquila. Vi os mares navegados e os povos e lugares a serem conhecidos e não conquistados. Vi outro tipo de glória. Vi olhos hospitaleiros, pratos de sopa rala e camas duras. E me vi. Me vi espalhada para além do corpo. Me vi sem corpo. Vi amplitude.
E senti a liberdade fechar meus olhos e esquentar meus dedos frios enfim.
Livre em mim.
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