quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Um breve hã, Biloute

simplesmente margot
¨¨ Oi, frente fria. Chegue feliz, aconchegue-se e sinta-se em casa, sua linda. =)
¨¨ Quem também chegou feliz foi a Margot gogô-cão-mais-gana-do-mundo, que vai passar uma temporada conosco enquanto Dona Elzinha cai na estrada Brasil afora. Sempre uma alegria. A gente morre de achar bom. =)
¨¨ Amanhã, dia 14, nova temporada de House of Cards. Alguém me segure ponto.
¨¨ A Cosenzada 2014 é só em abril, mas tem gente contando os dias desde já.
¨¨ Pronto. Breve é assim. =)
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Ioiô

Não sei se é inato ou ensinado, mas parece que a gente vive buscando uma "constante " nas coisas, como se isso fosse garantia de segurança ou satisfação. Bobagem. A vida é dinâmica e tá nem aí pra essa nossa necessidade compulsiva de criar regras e manuais e receitas sobre o seu funcionamento. Constante é a mudança. Constante é a surpresa. Constantes são os caminhos desconhecidos. Constante é o novo pulando gorjeante, te dando um tapinha de leve na cara e dizendo um "sacode aí, nêga.". Aí quem é de sacudir sacode e quem não é segue manipulando a realidade para tentar encaixá-la em algum tipo de regra, de verdade acreditada.
Eu tinha uma regra. Diante de uma perda, minha regra era a seguinte: chorar transloucadamente, quicar no fundo do poço (oi ka!) e pronto. Era como se eu gastasse a dor em um golpe só e ela me deixasse para todo o sempre.  Era. Mas aí a vida, essa fanfarrona (oi ka de novo!), traz uma experiência nova pra me mostrar que não. Digo isso porque descobri que a dor da gravidez interrompida não passa. Achei que passaria como todas as outras, mas ela não passa. Ela também não fica, vejam bem. Ela é a definição pura da inconstância. Ela é um ioiô que me estica até o fim da linha da tranquilidade e depois me retrai em tristeza de novo. O baque pode durar um dia, dois, dez, e encorpar diversos graus de intensidade. Não há regras, lembram? Em dias mais sofridos, tenho a impressão de que metade da população feminina dessa cidade está grávida, a outra metade já desfila feliz com seus bebês e eu, rompendo com toda e qualquer lógica matemática, fico assistindo a tudo de um lugar indefinido, deslocada. Me sinto deslocada. Talvez por que, e não sei se é assim com todo mundo, eu comecei a ser mãe no minuto um da gravidez. E acho difícil, estranho, quase descabido, não mais ser. É um vazio sem nome. Aí os ares leves retornam, chegam os dias tranquilos e tudo parece superado. Ontem fui buscar meu sobrinho na escola, fiquei olhando os bebês do berçário pelas paredes de vidro enquanto esperava e foi só sentimento gostoso diante de toda aquela fofura. Entendi macio no peito o que Taiza, minha doula querida, me disse certa vez depois de abraços, choros e aconchegos: a regra é a vida. E me senti entorpecida por toda aquela vida pulsando vibrante ao meu redor. Senti minha própria vida pulsando firme em mim independentemente de gravidez, perda, ganho ou qualquer outra coisa. Me senti plena. Ioiô, meus caros, ioiô.
Não quero perder meu tempo classificando essa inconstância como boa ou ruim. Isso não importa. Prefiro gastar minha energia pra aprender a conviver com ela da melhor maneira possível e pra tentar colher os ensinamentos que ela traz. Prendo os cabelos em nó e me solto em ioiô. É o jeito. Sigo buscando plenitude no sobe e desce.
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Um comentário:

  1. Ó minha irmã querida: guento seus textos maravilhosos não. :0)
    Muito obrigada por tudo sempre, inclusive por fazer das suas palavras minhas tb.
    Te amo

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