domingo, 29 de dezembro de 2024

 Cais

Ouço o que você me mandou e me acho e me perco. Misturo tudo. Misturo as histórias, os tempos, os personagens, o tom da voz. Misturo as estradas, meus passos, as falas idas e as esperadas, mesclo palavras. Confundo o sentido do ato acabado com o querido e ainda não vivido. Troco nomes e esparramo no chão as letras poucas, esse curto início de alfabeto. O único ponto em comum sou eu. Eu que "invento cais" e não sei ser inerte. Não preciso. Não preciso nem quero quedar o movimento meu. Ouço, sinto, misturo.

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