Mini conto sobre a falta
Desta vez, ela vazia. A falta. Digo isso porque normalmente ela me vem repleta, suntuosa. Parece contraditório mas não é. Estou acostumada a viver faltas cheias de tantos até a tampa. Me transbordam e me derramam em verbos fartos, adjetivos móveis, substantivos fugidios. Essa não. Essa quebra a regra e se instala em nada. Indivisa, quase in-crível. Ela vazia, ela em nada. Também do nada, em movimento não planejado, desfiz o nó do cordão carmim com minhas unhas rentes e liberei meu punho pra além dela. Pra outros virás. Outros atares e desatares enfim.
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