Com elastano
Rigidez. Quem cresceu em famílias que tinham o rigor como cartão de visita sabe bem o quanto esse tópico é sensível se escolhemos olhar para ele com o cuidado e a reflexão que merece. Por que se por um lado o rigor pode abarcar algum conforto, trazer regras firmes e com elas algum senso de segurança, por outro, parece inescapável que ele caia na intransigência e acabe flertando com a arbitrariedade.
Sei que regras são importantes e que viver a vida sem elas, solta na mão do palhaço (adoro essa expressão), pode nos afundar num caos completo. O lance, então, a meu ver, é se engajar no exercício hercúleo de ir buscando um equilíbrio entre o "dado como dado" e o "ó, pode ser diferente". Aí que dia desses flexibilizei uma regrinha minha (calcada em embasamento prático e pessoal, devo dizer. rs) e me senti bem feliz com a minha atitude. Ahh, por que deu certo, saiu como esperado, Izabela? Não. Êxito zero na empreitada, meu camarada. Uai, feliz "casdiquê" então? Por que eu me questionei, eu não encarei o diferente com olhos de estranheza e repulsa imediata. Eu trouxe o diferente para conversar com o que eu tinha como "certo". E, nessa conversa, eu vi brecha para maleabilidade, brotou um "vai que..." e me permiti agir fora do que tinha preestabelecido. O resultado não foi bom, mas a experiência foi boa. E não só pelo precioso exercício em si, de refletir e olhar além (oi, Nina), mas porque em outras situações já vividas flexibilizar deu super certo e boto fé que em outras que virão também dará. E está tudo bem se der ruim vez ou outra. O que eu não quero é cair no engessamento. Na rigidez que, no fim das contas, nos cega. Cega tirando nosso poder de escolha consciente e, acredito, nos deixando mais propensos a julgar negativamente o diferente, só por que não se encaixar no nosso jeito. A rigidez joga a gente no automático. E o automático é quase burro, fechado para mudanças. Fico genuinamente feliz por eu ter me aberto, ter me arriscado. E termino esse texto um tanto nada organizado citando os adoradíssimos Porcas Borboletas. Sigo sem medo de me molhar.
" Eu me fodi
Tranquilamente
Tô nem aí, eu sigo em frente
Porque agora nessa vida
Eu pretendo melhorar
Se chover eu tomo chuva
Com vontade de molhar."
"Infelizmente" é som delícia da banda Porcas Borboletas.
https://open.spotify.com/track/3lZi9haOBepJfyKrxUMTn8?si=VGeNdB-lRkWP0EWvijQLZA
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