quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hã Biloute?

arte de jana magalhães

** dia lindo lindo de morrer na capital.
** boto fé que o vento bom que trouxe um dia de chuva para amenizar a secura foi o mesmo que trouxe rosí de volta ontem. rosí voltou e meu coração canta! =)! ela chegou sem a bike (ôu nôu!!) mas cheia de energia vital, histórias mil e a cor vibrante do caminho estampada no rosto e nos olhos. também trouxe um cheirinho de coquine. que alegria, minha flor...
** nesse vai e vem, vámininex desfaz uma mala para fazer outra e se prepara para viver a riqueza de ares variados. sambo daqui contigo nesse fim de semana, querida! =)
** bete, seja bem-vinda! muito bom te ter por aqui!
** jones, a gente veve, meu bem?
** pequi, cê tá aí???
** tataaaaaaaaaaaaaaa, AMO nossos almoços em prosa. é sempre um prazer, queridinha...
** ó, o blogger tá chiliquenta e não aceita minha modificação de fonte no texto do hemingway. vai assim mesmo.aff.
** tava eu lá na avenida a caminho de casa, guiada pela leveza do dia bem vivido, quando começa a tocar essa aqui no rádio. reduzi a marcha, abri as janelas para sentir melhor o vento fresco da noite no fim, coloquei o som no talo e cantei como se o mundo fosse acabar ali. a vida é boa simsim e traz momentos simples que são presentes únicos. e que bonito que tem sempre uma música pra ditar o ritmo da hora. música, música, mil vezes música! um ótimo dia a todos. =)



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Hemingway é uma festa ponto


"Queimávamos boulets no fogo de lenha - boulets eram bolos de poeira de carvão moldados em forma de ovo - e, nas ruas, a luz do inverno era linda. Já nos havíamos habituado, a essa altura, com a nudez das árvores sobre o fundo do céu, e passeávamos sob claro vento cortante pelas alamedas ensaibradas dos jardins do Luxembourg que a chuva acabara de lavar. As árvores desfolhadas - quando a gente se reconciliava com elas - eram como esculturas; os ventos do inverno batiam a superfície dos lagos ornamentais, as fontes jorravam na claridade luminosa do dia. Depois da temporada nas montanhas, todas as distâncias nos pareciam curtas.(...)
Era maravilhoso descer os longos lances de escada sabendo que meu trabalho correra bem. Eu sempre trabalhava até que tivesse alguma coisa acabada e parava quando sabia o que ia acontecer depois. Desse modo podia ter a certeza de continuar no dia seguinte. Mas, às vezes, quando iniciava um novo conto e não achava jeito de continuá-lo, sentava-me junto ao fogo, espremia nas chamas as cascas das pequenas laranjas-cravo e espiava as fagulhas azuis que elas faziam. Levantava-me, punha-me a contemplar os telhados de Paris e pensava: "Não te aborreças. Sempre escreveste antes e hás de escrever agora. Tudo o que tens a fazer é escrever uma frase verdadeira. Escreve a frase mais verdadeira que souberes. Assim, finalmente conseguia escrever uma frase verdadeira e avançava a partir daí. A coisa não era tão difícil, nessa época, porque havia sempre uma frase verdadeira que eu conhecia, tinha lido ou ouvido alguém dizer. Se começasse a escrever rebuscadamente, ou como se estivesse defendendo ou apresentando alguma coisa, achava logo que podia cortar esses floreados ou ornamentos, jogá-los fora, e começar com a primeira proposição afirmativa, verdadeira e simples que tivesse escrito. Foi lá naquele quarto que decidi escrever um conto a respeito de cada coisa que conhecesse realmente bem. Era o que me esforçava por fazer sempre e esse método constituía uma boa e severa disciplina.
Foi naquele quarto, também, que aprendi a não pensar mais sobre o que estivesse escrevendo, desde o momento em que parasse até começar de novo, no dia seguinte. Desse modo, esperava eu, o subconsciente ficaria trabalhando no assunto e ao mesmo tempo, eu daria ouvidos às outras pessoas e perceberia o mundo em torno de mim; estaria aprendendo, esperava eu: poderia ler muitos livros, a fim de não me obcecar com meu próprio trabalho e tornar-me impotente para fazê-lo. Descer as escadas quando tinha trabalhado bem - o que requeria tanto de sorte quanto de disciplina - era uma sensação maravilhosa e só então me julgava livre para andar a esmo em Paris.
Se me encaminhava, à tarde, por qualquer rua, ao Jardin du Luxembourg, podia passear pelos jardins e depois ir ao Musée du Luxembourg, onde se encontravam os grandes quadros que, em sua maioria, hoje estão no Louvre e no Jeu de Paume. Ia lá quase todos os dias por causa dos Cézannes e para ver os Manets, os Monets e os outros impressionistas de que tinha tomado conhecimento pela primeira vez no Instituto de Arte de Chicago. Estava aprendendo com a pintura de Cézanne algo que tornava as frases simples e verdadeiras que eu escrevia em algo muito aquém das dimensões que tentava dar a meus contos. Estava aprendendo muito com ele, mas não conseguia clareza suficiente para comunicá-lo a quem quer que fosse. Além disso era como que um segredo entre nós dois."
Ernest Hemingway ("paris é uma festa")
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Só conto o milagre
" Pra quem tem zero, um é 100%, camarada." (repita 8x. rs!)
" A lição é: se você não presta, não tire férias."
" Vamo por aqui? É mais longe..."
" Seu sonho estava certo." (que alegria ouvir essa frase...)
" Na lista, priorize os parafusos." (okidoki)
" Vi de longe e de costas uma mulher de guarda-chuva azul de bolinhas e sapatos vermelhos e tive certeza que era você." (olha que delicadeza...=))
" A gente deveria adotar o estilo-loucalouca-de-resolver-as-coisas pra vida." (simsim!)
" Não sei se ele vai, ele só aparece sem aviso prévio..."
" Achei que tivessem roubado meu leitinho!" (santo em susto e riso)
" Da próxima vez a gente traz um durex." (rs cavalar!)
" O cabelo dele não conseguiu embarcar."
" Ela deve ter sido detida por desacato à autoridade." (boa!)
" Tinha esquecido como era." (te lembrarei mil vezes, darling.hehehe)
"Amigos, queridos, eu podia estar roubando, matando ou me candidatando a vereadora, mas estou só explorando vocês." (amoamoamo esse santo!)
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4 comentários:

  1. Com o trecho desse livro, você acaba de me convencer ainda amis a conhecer o autor. Assim espero fazê-lo. Abraços.

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  2. teu blog é uma delícia de ler. parabéns!

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  3. abrace hemingway, nina!
    ele é simsim uma festa...
    beijo p'c!

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  4. seja bem-vindo, antônio...
    passei lá pelo seu espaço e gostei da "subordinação ao dia" como garantia única. bonito isso.
    volte sempre =)

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