quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Por que eu liamo, Fal

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Perder a compostura. Esse esporte nacional.

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Perdi alguma coisa. Não sei muito bem se foi o bonde da história, a mão, o lance, o jeito, mas perdi alguma coisa pelo meio do caminho. E não, não estou falando de sapatinhos de cristal ou juízo, não conto mais com nada disso faz tempo.
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Recuperar a compostura. Essa arte perdida.

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Paris continua valendo uma missa. Ceder é uma arte, entregar o jogo, como dizia meu pai para meu eterno ódio, é necessário. Às vezes. Dizer, tudo bem, traga seus tratores, vou desocupar o campo emocional, é parte integrante da historinha que contamos, todos os dias, a nós mesmos.

Racionalizar por linhas e linhas só pra concluir que dói pracaraio.
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Onde eu pensava que ia com tantos sapatos, é o que pergunto. Este mar de sapatos que me cerca: reflexo consumista ou ilusão? Prefiro acreditar que sou uma pobre capitalista idiotizada e gastadeira. Prefiro acreditar que não achei de verdade que teria uma vida que, nalgum momento, justificaria tantos sapatos divinais.
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Sou daquelas que não têm inveja da casa dozotro. Que não pensa " e se fosse minha?", que não se pergunta se o lugar é maior ou menor que a própria casa. Eu só entro na casa dozotro, especialmente nesse giga-lindo-fofo e bem decorado apartamento que fui, para pensar "Meu Deus, meu Pai, quem passa pano nessa porra?", "Quem lava essa varanda?", "Quem faz essas torneiras doiradas do lavabo brilharem?". Tenho essa cabeça de pobre, de quem lava quintal (o que, efetivamente, sou mesmo e faço mesmo). Não consigo relaxar e curtir, só penso na faxina. Casa com piscina e quintal e mato e espaço pra quadra disto e daquilo, então, faz os dedos dos meus pés se encolherem. Meu processo de diminuição de coisas e tralhas e bens terrenos, que já dura quase quatro anos, não tem como bejetivo ascender, transcender, nem me tornar uma pessoa melhor, mais espiritualizada, mais atilada e me dar mais chances de ser babaca e arrogante e catequizar meus circunstantes como vejo noutros processos de daumzáizim pelos aí. Minha tacação de tralha fora visa facilitar a faxina. Sou tão prosaica.
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E depois de lavar loiça (toda a loiça do planeta) e banheiro, fico atacada e venho jogar sapato fora.
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Fal  aquelaquebrilha Azevedo
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Só conto o milagre
" Ê vontade de fazer uma cerca." (é o que grita o santo sob o sol do meio dia. no norte.)
" O ônibus tava tão cheio que não dava nem pra ficar com os dois pés no chão. Até o motorista tava de pé."
" Marido é igual a empregada. Não dá pra ficar amigona logo de cara." (santo me matando de rir com suas dicas.)
" O Jane matou o Red John!!!!!!!!!!" (via msm. santo viciado ponto.)
" A galera acha que é só curtir, compartilhar e tá mudando o mundo." (pois sim.)
" Ali o mais bonzinho matou o pai e a mãe para ir ao Baile dos Órfãos." (ave cruz. rs.)
" E nem posso te banir! Só sobrou nós dois."
" A tristeza é um troço triste, né? (santo gastando todo o seu ricorico vocabulário. rs.)
" O com açúcar tá garapa." (disse o santotímidoquenuncadiznada)
" Vá simbora. Será bem-ida." (santo nada hospitaleiro. humpf)
" Essa música é perfeita pra você." (disse o santo, violão em mãos. =). amém.)
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Rádio Plutão

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2 comentários:

  1. Ah, eu também ando perdendo a compostura e é por conta de tão pouco! Não vale à pena se estressar.
    Abraços.

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  2. e o problema e que normalmente a gente soh se toca quando a compostura ja foi pro espa;o de tao perdida, ne nina.
    to contigo. rs.
    beijoSemtonsdecinza. rs. =)

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