sexta-feira, 22 de março de 2013

Tem
Lá fui eu vasculhar a bolsa atrás de um papel pra escrever e quando achei esse aqui a ponta da caneta ficou parada em pingo. Não sei se o que eu pensava me escapou ou se fui travada por pensamentos rolantes. Só sei que algo me impediu de escrever algo de pronto. Algo me fez restar por um minuto em pingo parado.
Às vezes sinto essa vida para a qual acordei tão outra que mal reconheço meu olhar pro redor. É como se tivesse nascido em mim, sem que eu pedisse, a habilidade de ver o cru. Cru. E o cru não é bom nem ruim. O cru é o que eu já vi de mais real nas coisas. E não sei ao certo se sei lê-lo. O que sei do cru é que ele não transita entre cores e que, aparentemente, tenta conversar comigo. Ele tem uma solidez que desconheço. Folhas cruas, crianças cruas, passos crus.
Me sinto mais adequada. E, por ora, mais pálida. Por ora.
......................................................................................

2 comentários:

  1. Algo que vem de dentro e não possui nome, mas se forma em todas as coisas ao nosso redor. Hoje o que já foi cru para mim tem cores. Não sei quando e nem por que se deu a mudança, mas em algum momento lhe ocorrerá também.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. tb acredito que sim, nina. acredito que o colorido achará seu lugar.

    parabéns pelo aniversário do blog! =)

    beijosfatalistas

    =)

    ResponderExcluir